Francisco recordou «tensões e conflitos que destruíram famílias e o futuro de milhares de jovens»
Cidade do Vaticano, 09 mai 2015 (Ecclesia) – O Papa encontrou-se hoje no Vaticano com membros da Conferência Episcopal de Moçambique, de visita ad limina a Roma, e incentivou-os a “não pouparem esforços” na defesa das famílias e da vida, dos jovens e dos mais carenciados. Na mensagem que dirigiu aos bispos lusófonos, publicada pela sala de imprensa da Santa Sé, Francisco salientou que “os desafios atuais de Moçambique requerem que se promova em medida maior a cultura do encontro”.“Descei para o meio dos vossos fiéis, mesmo nas periferias das vossas dioceses e em todas as ‘periferias existenciais’ onde há sofrimento, solidão, degrado humano. O encontro com o outro alarga o coração, multiplica a capacidade de amar”, incentivou o Papa argentino. Na sua intervenção, Francisco recordou as “vítimas” das cheias e de outras “calamidades naturais” que têm tocado aquele país africano e que “não cessam de semear destruição, sofrimento e morte”.“Estas pessoas precisam que partilhemos a sua dor, as suas ânsias, os seus problemas. Precisam que as olhemos com amor; é preciso ir ao encontro delas, como fazia Jesus”, sustentou. Ao mesmo tempo, é preciso lidar com “as tensões e os conflitos” que “minaram o tecido social, destruíram famílias e sobretudo o futuro de milhares de jovens”, assinalou o Papa argentino, denunciando a “mentalidade de prepotência, as desigualdades, bem como as divisões sociais” que marcam a nação africana. Para contrariar esse cenário, “o caminho mais eficaz é investir numa educação que ensine os jovens a pensar criticamente e ofereça um caminho de amadurecimento nos valores”, salientou Francisco, reforçando uma ideia já expressa na sua exortação apostólica “A Alegria do Evangelho”.Reconhecendo a magnitude das “exigências” que a Igreja Católica moçambicana tem pela frente, o Papa exortou os bispos a continuarem a “responder aos problemas sociais” através da fomentação de “redes comunitárias”, de entreajuda e solidariedade, e de “uma boa relação com o Governo, não de dependência mas de sã colaboração”.Num ano especialmente dedicado à Vida Consagrada, Francisco enalteceu também o papel que “religiosos e religiosas” exercem no meio da Igreja Católica e no território de Moçambique, “nomeadamente na atenção e solicitude pelos pobres e todas as misérias humanas, materiais, morais e espirituais. Para o Papa, os bispos moçambicanos devem “mostrar-se agradecidos pela presença e serviço que consagradas e consagrados desempenham” e ao mesmo tempo saber integrá-los condignamente.“É importante a justa inserção diocesana das comunidades religiosas: não são mero material de reserva para as dioceses, mas carismas que as enriquecem”, complementou .
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