A procuradora-geral da República, Beatriz Buchili foi confrontada com o que provavelmente não queria ouvir: as suspeitas de corrupção entre Guebuza e altos dirigentes da ENI e a existência de uma sede da EMATUM na Holanda.
Recorde-se que Beatriz Buchili foi nomeada por Armando Guebuza, quando este era Presidente da República, numa operação vista como uma estratégia do próprio Guebuza para evitar possíveis processos por corrupção.
Falando durante o debate do informe ontem no parlamento, o deputado da bancada do Movimento Democrático de Moçambique Fernando Bismarque disse que o informe omitiu a verdade.
Recentemente o “Canal de Moçambique” escreveu que o ex-Presidente da República Armando Guebuza foi captado em escutas telefónicas pela Procuradoria de Milão, numa conversa em que Guebuza oferecia um terreno e o respectivo DUAT no Bilene, província de Gaza, a um dirigente [Paolo Scaroni] da multinacional italiana Ente Nazionale Idrocarburi (ENI), que está a explorar gás natural na Bacia do Rovuma. Consta que foi nesses contactos que Guebuza negociou o que a ENI devia pagar de impostos ao Estado moçambicano.
O que Fernando Bismarque considera que devia ter sido informado é o que a Procuradoria-Geral da República de Moçambique “está a fazer junto da sua contraparte” da Itália para “aferir a veracidade dos factos”.
No âmbito da criação da EMATUM, o “Canal de Moçambique” ficou a saber que aquela empresa, que foi criada com contornos corruptos, tem uma sede na Holana. No país, os dirigentes da empresa negam tal facto. O deputado do MDM exigiu igualmente explicações da Procuradoria sobre o assunto.
Fernando Bismarque pediu esclarecimentos sobre os ilícitos eleitorais. Quis saber quantas pessoas continuam detidas pelo envolvimento em ilícitos eleitorais. Perguntou sobre o “desvio de material eleitoral num camião no Inchope”. Exigiu esclarecimento sobre o caso de Fernanda Moçambique, uma cidadã “encontrada com boletins preenchidos a favor do partido Frelimo”.
Perguntou ainda “como ficou o caso da directora do STAE surpreendida a falsificar editais em Sofala”.
“Tomámos conhecimento e estamos a averiguar”
Tendo sido solicitada a pronunciar-se sobre os escândalos à volta de Armando Guebuza, a procuradora-geral da República respondeu: “Tomámos conhecimento através de notícias que circulam nos meios de comunicação social”. Beatriz Buchili declarou: “A Procuradoria está a trabalhar pelos canais apropriados, de forma a obter detalhes sobre estas notícias, com vista a tomarmos a posição”.
Sobre o caso EMATUM, Beatriz Buchili disse também que tomou conhecimento pela imprensa e que a PGR está averiguar.
Sobre o caso EMATUM, Beatriz Buchili disse também que tomou conhecimento pela imprensa e que a PGR está averiguar.
(André Mulungo, Canalmoz)
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