Olá Maria Luísa
Espero que esta carta te encontre bem, assim como todos os teus. Eu estou de saúde, felizmente. Mas extremamente preocupado.
À medida que o Governo vai gastando o dinheiro, de todos nós, a comprar armas para combater alguns de nós, o tom de voz engrossa e as sábias palavras de paz vão sendo, rapidamente, substituídas pela arrogância que julgávamos abolida....
Depois do chumbo, pela Assembleia da República, da proposta da Renamo da criação das províncias autónomas, ao que me dizem, estivemos pertíssimo de recomeçar imediatamente aos tiros.
Mas, como fazem os mágicos nos circos, Dhlakama tirou do chapéu o prazo de dois meses para permitir ao partido Frelimo repensar a questão e mudar de opinião, criando assim mais uma almofada de dois meses de paz.
No entanto, a declaração, no Parlamento, do deputado Mateus Katupha, falando em nome do seu partido, de que este não irá mudar de opinião, soa a “se querem a guerra, então vamos para a guerra!”.
Ora só diz “vamos para a guerra” quem está convencido que a vai ganhar. O que, neste caso, pode ser um erro tremendo.
Por mais armas que o Governo compre, nunca chegará sequer aos calcanhares do poderio militar que os Estados Unidos tinham no Vietnam. E, no entanto, foram de lá escorraçados por guerrilheiros que tinham, mais ou menos, o mesmo armamento que têm os homens da Renamo hoje.
Tivemos uma amostra disso nos combates recentes na zona de Muxúnguè, onde a pressão militar da Renamo obrigou o Governo/Frelimo a ceder completamente na questão do pacote eleitoral.
Não quero imaginar o que será uma situação dessas alargada a todo o território nacional. Mas parece que é para isso que estamos a caminhar, a
passo acelerado.
E as declarações do partido Frelimo, através de Mateus Katupha, colocam-nos já na recta final dessa corrida para o desastre sangrento.
Será que nunca mais teremos uma réstia de bom senso?
Um beijo para ti do
Espero que esta carta te encontre bem, assim como todos os teus. Eu estou de saúde, felizmente. Mas extremamente preocupado.
À medida que o Governo vai gastando o dinheiro, de todos nós, a comprar armas para combater alguns de nós, o tom de voz engrossa e as sábias palavras de paz vão sendo, rapidamente, substituídas pela arrogância que julgávamos abolida....
Depois do chumbo, pela Assembleia da República, da proposta da Renamo da criação das províncias autónomas, ao que me dizem, estivemos pertíssimo de recomeçar imediatamente aos tiros.
Mas, como fazem os mágicos nos circos, Dhlakama tirou do chapéu o prazo de dois meses para permitir ao partido Frelimo repensar a questão e mudar de opinião, criando assim mais uma almofada de dois meses de paz.
No entanto, a declaração, no Parlamento, do deputado Mateus Katupha, falando em nome do seu partido, de que este não irá mudar de opinião, soa a “se querem a guerra, então vamos para a guerra!”.
Ora só diz “vamos para a guerra” quem está convencido que a vai ganhar. O que, neste caso, pode ser um erro tremendo.
Por mais armas que o Governo compre, nunca chegará sequer aos calcanhares do poderio militar que os Estados Unidos tinham no Vietnam. E, no entanto, foram de lá escorraçados por guerrilheiros que tinham, mais ou menos, o mesmo armamento que têm os homens da Renamo hoje.
Tivemos uma amostra disso nos combates recentes na zona de Muxúnguè, onde a pressão militar da Renamo obrigou o Governo/Frelimo a ceder completamente na questão do pacote eleitoral.
Não quero imaginar o que será uma situação dessas alargada a todo o território nacional. Mas parece que é para isso que estamos a caminhar, a
passo acelerado.
E as declarações do partido Frelimo, através de Mateus Katupha, colocam-nos já na recta final dessa corrida para o desastre sangrento.
Será que nunca mais teremos uma réstia de bom senso?
Um beijo para ti do
Machado da Graça
Correio da manhã, 26/05/2015
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