O momento de agitação política resultante da insensata decisão de substituir Daviz Simango por Manuel Pereira como candidato da Renamo para a edilidade da Beira, tem causado graves mazelas à causa da democracia em Moçambique.
O argumento de que as bases devem ser consultadas na escolha dos candidatos é um princípio democrático válido, deveria ser mesmo assim. O problema é que as tais bases que escolheram Manuel Pereira são invisíveis e as verdadeiras bases garantem que sempre apoiaram Daviz Simango. Quem afirma que a agitação na Beira é obra de um punhado de indivíduos que temem perder privilégios, está a brincar com a verdade. Mais grave ainda, as bases não foram ouvidas em outras localidades, porque teria de ser diferente na Beira? Cheira a esturro!
Não se sabe exactamente o que causou esta reviravolta, pois recentemente a Renamo tinha divulgado que Simango seria o seu candidato. Infelizmente, a única pessoa que poderia explicar cabalmente este imbróglio, já não pertence ao mundo dos vivos. Quando as coisas não são explicadas, cria-se a impressão de que se trata apenas de uma tramóia para servir interesses mesquinhos. A falta de transparência é inaceitável num Partido que se afirma como democrata e que se apresenta como alternativa política.
Os mesmos argumentos foram usados pela Frelimo quando preteriu Eneas Comiche, a diferença é que o Partidão sempre usou o jogo sujo e anti-democrático, as decisões superiores devem ser acatadas sem discussão, nada de novo aqui, Comiche será recompensado pelo seu silêncio. O modus operandi da Renamo jamais se poderia confundir com a Frelimo, um Partido democrático tem de estar sempre num patamar ético superior.
Sem querer entrar em questões de Semântica, gostaria de lembrar algo muito importante: as palavras ALTERNÂNCIA e ALTERNATIVA não são sinónimas. A alternância política acontece quando os Partidos se revezam no exercício do poder, consoante a vontade do Povo, é um conceito democrático que devemos ambicionar para Moçambique. Alternativa está conotada com MUDANÇA e acontece quando um Partido apresenta um projecto diferente, se não for assim a alternância política não faz sentido, seria perpetuar um sistema de governação em que apenas mudam as caras dos governantes. Se a Renamo persiste em copiar os erros da Frelimo, jamais sera alternativa credível, o Povo não aceitará alternância sem mudança.
Como não houve transparência, correm várias versões sobre os motivos desta decisão bizarra e a Imprensa livre não tem poupado críticas à liderança da Renamo, dando até exemplos de vários casos de decisões anti-democráticas ocorridas no Partido. Alguns analistas sugerem que a Renamo está em rotura e que o descontentamento já não pode ser disfarçado, o Partido vai ter de mudar radicalmente ou corre o risco de ser irrelevante. Concordemos ou não com essas análises, a verdade é que uma Oposição inoperante e mergulhada em crises, abre as portas ao monopartidarismo. A última versão descabida é que Daviz Simango ambicionava conquistar a liderança da Renamo.
É lamentável que numa altura em que os democratas deveriam estar preparando afincadamente a vitória nos próximos pleitos eleitorais, a Oposição esteja cada vez mais dividida. É extremamente doloroso ouvir que a divisão é fomentada pela liderança. Num partido democrático, as questões são debatidas vigorosamente e as decisões geralmente são consensuais e transparentes, ninguém é discriminado por ter ideias diferentes ou por questionar certas situações. Um Partido pertence aos membos e simpatizantes,de modo algum pertence só à liderança ou a um grupo restrito. Ninguém se pode servir do Partido como coutada privada.
O argumento de que as bases devem ser consultadas na escolha dos candidatos é um princípio democrático válido, deveria ser mesmo assim. O problema é que as tais bases que escolheram Manuel Pereira são invisíveis e as verdadeiras bases garantem que sempre apoiaram Daviz Simango. Quem afirma que a agitação na Beira é obra de um punhado de indivíduos que temem perder privilégios, está a brincar com a verdade. Mais grave ainda, as bases não foram ouvidas em outras localidades, porque teria de ser diferente na Beira? Cheira a esturro!
Não se sabe exactamente o que causou esta reviravolta, pois recentemente a Renamo tinha divulgado que Simango seria o seu candidato. Infelizmente, a única pessoa que poderia explicar cabalmente este imbróglio, já não pertence ao mundo dos vivos. Quando as coisas não são explicadas, cria-se a impressão de que se trata apenas de uma tramóia para servir interesses mesquinhos. A falta de transparência é inaceitável num Partido que se afirma como democrata e que se apresenta como alternativa política.
Os mesmos argumentos foram usados pela Frelimo quando preteriu Eneas Comiche, a diferença é que o Partidão sempre usou o jogo sujo e anti-democrático, as decisões superiores devem ser acatadas sem discussão, nada de novo aqui, Comiche será recompensado pelo seu silêncio. O modus operandi da Renamo jamais se poderia confundir com a Frelimo, um Partido democrático tem de estar sempre num patamar ético superior.
Sem querer entrar em questões de Semântica, gostaria de lembrar algo muito importante: as palavras ALTERNÂNCIA e ALTERNATIVA não são sinónimas. A alternância política acontece quando os Partidos se revezam no exercício do poder, consoante a vontade do Povo, é um conceito democrático que devemos ambicionar para Moçambique. Alternativa está conotada com MUDANÇA e acontece quando um Partido apresenta um projecto diferente, se não for assim a alternância política não faz sentido, seria perpetuar um sistema de governação em que apenas mudam as caras dos governantes. Se a Renamo persiste em copiar os erros da Frelimo, jamais sera alternativa credível, o Povo não aceitará alternância sem mudança.
Como não houve transparência, correm várias versões sobre os motivos desta decisão bizarra e a Imprensa livre não tem poupado críticas à liderança da Renamo, dando até exemplos de vários casos de decisões anti-democráticas ocorridas no Partido. Alguns analistas sugerem que a Renamo está em rotura e que o descontentamento já não pode ser disfarçado, o Partido vai ter de mudar radicalmente ou corre o risco de ser irrelevante. Concordemos ou não com essas análises, a verdade é que uma Oposição inoperante e mergulhada em crises, abre as portas ao monopartidarismo. A última versão descabida é que Daviz Simango ambicionava conquistar a liderança da Renamo.
É lamentável que numa altura em que os democratas deveriam estar preparando afincadamente a vitória nos próximos pleitos eleitorais, a Oposição esteja cada vez mais dividida. É extremamente doloroso ouvir que a divisão é fomentada pela liderança. Num partido democrático, as questões são debatidas vigorosamente e as decisões geralmente são consensuais e transparentes, ninguém é discriminado por ter ideias diferentes ou por questionar certas situações. Um Partido pertence aos membos e simpatizantes,de modo algum pertence só à liderança ou a um grupo restrito. Ninguém se pode servir do Partido como coutada privada.
A lealdade é uma virtude louvável, mas por vezes somos confrontados com situações que nos forçam a escolher entre a lealdade e a consciência. A minha opção permanece a mesma: o meu compromisso é com a liberdade e a democracia, em todas as circunstâncias.
6 comments:
Subscrevo!
Ainda bem, Ximbi!
A situacão é desoladora. Muitas palavras sem resposta.
Fac,o votos que a voz das mentes esclarecidas impere!
Amigo Reflectindo,esta crise foi causada pela falta de transparencia e atitudes anti-democraticas.Felizmente, já há muita gente que sabe distinguir entre democracia e jogatana política. A primeira resposta será em 19 de Novembro quando Deviz Simango der uma bofetada de luva branca aos intriguistas e oportunistas.
Amigo Dede, vamos acreditar que a razão e o bom senso acabem por prevalecer. Se isso não acontecer, poderemos caír no monopartidarismo e depois esses espertalhões não venham chorar lágrimas de crocodilo.Angola talvez possa servir de aviso!
Um grande abraço, Dr. Dede!
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