Thursday, 4 September 2008

Aplaudimos as "bases"

Pasma-nos a forma como muitos digeriram as atitudes dos partidos FRELIMO e RENAMO, relativamente aos seus actuais edis nas cidades de Maputo e da Beira, respectivamente. É que está mais que provado que Eneas Comiche e Daviz Simango tiveram desempenhos visíveis muito acima do dos seus “chefes”, Armando Guebuza e Afonso Dhlakama, respectivamente, e por isso no lhes agradou de jeito nenhum, daí usar as “bases” para destroná-los, democrática ou ditatorialmente.Convém lembrar que em diversas paragens do mundo excelentes edis acabaram em bons estadistas. Como estamos numa democracia de faz-de-contas, o melhor que um líder “prudente” neste caso deve fazer, ao ver um edil hierarquicamente inferior a brilhar, é tudo fazer para ofuscá-lo e se tal não der resultados afastá-lo do palco político-social. Assim ter-se-ão inspirado Guebuza e Dhlakama, para proceder em relação a Comiche e a Simango’. Portanto, nada de espantoso, a nosso ver.
O que se passa na FRELIMO e na RENAMO hoje é mais uma evidência de que Moçambique e os moçambicanos, em termos de partidos políticos de verdade, ainda terão de esperar por algum tempo, porque, por enquanto, parece que tanto uma como outra são organizações que se consolidam para servir interesses de poucos e nada têm a ver com a maioria.Resta-nos aplaudir as “bases” da FRELIMO e da RENAMO que deram um aviso claro a qualquer militante seu, laborioso ou a tal aspirante, para que se cuide e evite tal postura, primando por ruidosos e vistosos hossanas ao chefe, sob pena de ser corrido do local de trabalho.

Refinaldo Chilengue , CORREIO DA MANHÃ - 02.09.2008

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