Sector mineiro: Espectro de nacionalizações preocupa investidores na RAS
O desemprego de perto de 50 mil moçambicanos que trabalham nas minas da África do Sul pode estar à vista, com os investidores a ameaçarem retirar o seu dinheiro, tendo em conta os constantes apelos à nacionalização da indústria extractiva naquele país.
A COMUNIDADE de investidores sul-africanos manifestou-se, durante o fim-de-semana, preocupada com apelos sistemáticos para a nacionalização do sector das minas, afirmando que prefere injectar os seus capitais em países da África Ocidental do que na África do Sul, por recear a tomada dos seus bens.
Maputo, Quarta-Feira, 16 de Fevereiro de 2011:: Notícias
O hipotético desinvestimento no sector mineiro sul-africano pode ter consequências nefastas para Moçambique tendo em conta que pelo menos 50 mil moçambicanos estão empregados nas minas daquele país.
Num debate sobre o assunto, as companhias de mineração ameaçaram abandonar a África do Sul, face à insegurança dos seus bens, após a “Liga da Juventude do Congresso Nacional Africano” (ANCYL), defender a nacionalização da indústria mineira no país.
“Se os meus clientes quiserem investir milhões de randes na minha empresa, mas preocupados com a nacionalização, não farei nada mais senão dizer-lhes para investirem na África Ocidental, onde a situação é melhor”, disse um empresário falando em anonimato.
Ele disse que a Ministra sul-africana dos Recursos Minerais, Susan Shabangu, assevera que não haverá nacionalização, mas não explica o que poderá acontecer no futuro.
“Estes são riscos que devemos evitar e, por isso, temos estado a aconselhar aos nossos clientes para considerarem a África Ocidental”, frisou.
Trabalhando numa companhia internacional com interesses em vários países africanos, o interlocutor afirmou que, como receio disso, o investimento directo na África do Sul tem vindo a reduzir drasticamente nos últimos anos.
“É quase comum este tipo de atitude a nível da comunidade de investidores, apesar de haver muitos recursos na África do Sul, um país que ainda continua a ser pouco investido”, disse.
Na semana passada, a liga juvenil do partido no poder na África do Sul apelou ao Governo para demitir Shabangu, após declarar que a nacionalização não era política do Executivo do Presidente, Jacob Zuma.
A directora executiva da Anglo American, Cytnhia Carroll, também envolveu-se na polémica, afirmando que a sua companhia não iria investir se o Governo não assegurar a protecção dos seus interesses.
Entretanto, o Governo reiterou que não haverá a tomada da indústria mineira, porque essa decisão poderá retrair o investimento no país.
Assim, Shabangu vai visitar, em Novembro deste ano, os Estados Unidos, para tentar dissipar receios em torno do assunto.
AIM
Nota do José = Este é um assunto que está a agitar a África do Sul, principalmente devido às declarações contraditórias de alguns políticos. Entretanto, repetem-se os avisos de que a nacionalização do sector mineira terá consequencias graves para este sector vital da economia.
Quanto aos moçambicanos que trabalham nas minas, o número de 50 mil penso que não coreesponde à realidade, ainda devem ser bem mais de 50 mil.
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