O barulho em volta do Instituto Nacional de Segurança Social, INSS, visa inocentar os que roubaram dinheiro dos trabalhadores e, depois, transferir a instituição para o Ministério das Finanças, MF, onde as empresas como MOZ IT, Construções Chemane, apadrinhadas por corruptos, possam saquear sem impedimento, diz uma fonte do MF. Em todos os países, a segurança social é tutelada pelo ministério do Trabalho. Em Moçambique, por ser um país de marrabenta, pretende-se levar o INSS para o MF.
A corrida contra o tempo não se deve pelo facto de alguém, do governo, saber fazer contas de somar, dividir e subtrair, mas, aos interesses estranhos dos contribuintes do sistema forçam a bagunça. A ser verdadeira a versão que se diz nos corredores do poder, é motivo para se pensar numa traição à causa dos trabalhadores. Se os roubos, no INSS, continuassem a fluir ninguém teria pensado em levar o INSS para o MF. Como a torneira está deixando de jorrar leite e mel, a solução é a transferência da colmeia para um lugar mais apropriado. Já ninguém atende os telefonemas a pedir grana para fim-de-semana.
O antigo director-geral distribuiu, semana passada, uma carta, à imprensa, espalhando mentiras. Nela, diz que o sumiço dos 10 mlhões de dólares é uma ficção e visa engendrar condições psicológicas e preparar terreno para um descaminho ou rombo naquelas proporções(...). Quanto dinheiro foi roubado durante o tempo em que esteve no comando do INSS? Porquê o custo das obras de contenção da erosão, na delegação provincial, na Matola, saltou, de repente, de um para 10 milhões de meticais? O que a MOZ IT, uma empresa ilegal, fez para receber 3.800 mil meticais? Porquê Abílio Mussane foi multado pelo Tribunal Administrativo?
O presidente do Conselho da Administração e o ex-director-geral são responsáveis pelos roubos no INSS. Abílio Mussane mutilou, com dolo, a Repartição Geral do Património e Infra- Estruturas das Finanças e chamou-a junto de si, para melhor controlarem as empreitadas, comissões e outras falcatruas. Ele e seu amigo, Dulcínio Loforte, não poderão negar este facto. A dupla tentou driblar a empresa Soares da Costa, vencedora do concurso da empreitada de Quelimane, para A. Santos, onde teriam chorudas comissões. Isto não têm como negar.
Alimentamos esperança que o Ministério Público defenda o bem público, investigando e acusando os delapidores dos cofres do INSS. A acontecer isso, será pela primeira vez que, em mais de três anos de mandato de Armando Guebuza, corruptos são enfrentados levados à barra da justiça, trasformando o enfadonho discurso da luta contra a corrupção em acto.
O semanário O País fala da existência de ficheiros secretos no INSS. Esta notícia visa atingir a ministra para desmobilizá-la do combate. Sugerimos que esse ficheiros sejam entregues ao Ministério Público e as insinuações sejam, de imediato, interrompuidas. O povo quer saber a verdade e não insinuações.
( Edwin Hounnou, na “TribunaFax de 23/06/08 ).
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