Tuesday, 29 July 2008

África do Sul: Mais brancos abandonam o País

África do Sul: Mais brancos abandonam o país, portugueses vão ficando mas lutam contra exclusão do mercado

O número de cidadãos brancos que abandonam a África do Sul tem crescido nos últimos anos, revela um estudo de um dos maiores bancos sul-africanos.
Segundo estatísticas apuradas pelo First National Bank (FNB, uma das 4 maiores instituições bancárias do país), a emigração como razão dada pelos clientes que colocaram as suas residências à venda em 2007 e no primeiro semestre deste ano aponta para uma tendência crescente de abandono do país por parte dos brancos. Enquanto em 2006/2007 "emigrar" foi a razão apontada por 9 por cento daqueles que colocaram as suas casas no mercado, em 2007/2008 essa mesma razão foi dada por 18 por cento dos clientes do FNB que venderam as suas propriedades.
Segundo alguns órgão de comunicação social sul-africanos, brancos de várias origens têm emigrado para destinos como a Europa, Médio Oriente, Austrália e Américas em meses recentes e em número crescente.
As razões dadas pelos que deixam a África do Sul são a alta criminalidade, a recente crise energética que provocou cortes frequentes de electricidade em vastas regiões do país, a luta interna pela liderança do ANC - associada às percepções populistas e esquerdistas do novo líder do partido no poder, Jacob Zuma - e o colapso financeiro e político do Zimbabué.
Segundo a agência de notícias sul-africana, Sapa, a comunidade judaica local está a abandonar o país em grande número, tendo chegado a semana passada a Telavive um avião fretado com uma centena de judeus sul-africanos que emigraram para Israel descontentes com a situação na África do Sul.
Segundo o cônsul-geral de Portugal em Joanesburgo (a cidade com a maior concentração de portugueses na África do Sul), não se têm verificado sinais de que a comunidade portuguesa esteja a deixar o país em números anormais.
Segundo disse Manuel Gomes Samuel à agência Lusa, "o que se tem verificado é uma maior afluência de portugueses ao consulado-geral para tratar de documentos e regularizar a sua situação nos últimos dois a três meses".
No entanto, Gomes Samuel garante que não têm sido pedidos certificados de bagagem - o documento que permite repatriar bens sem pagamento de taxas aduaneiras em caso de regresso definitivo - em números anormais.
O consulado-geral de Portugal em Joanesburgo tem já em funcionamento uma segunda máquina de telemetria para emissão de passaportes, preparada para, no futuro, emitir também o cartão de cidadão, uma vez que a que existia já não dava vazão aos que utilizam este importante posto consular, disse Gomes Samuel. O cônsul-geral referiu também ter sido já enviada para Windhoek, capital da Namíbia, uma máquina do mesmo tipo para servir a comunidade lusa naquele país a partir do escritório de representação diplomática da capital.
"Os portugueses da África do Sul têm-se debatido com uma dificuldade fundamental e que é o quase total bloqueio do mercado de trabalho aos brancos, por muito qualificados que sejam", disse à Lusa o coordenador do Conselho da Comunidade (CCP), Silvério Silva. Com efeito, as leis passadas pelo parlamento controlado pelo Congresso Nacional Africano (chamadas Acção Afirmativa e "black economic empowerment", com a sigla BEE) favorecem os não-brancos no preenchimento de todas as vagas no mercado de trabalho e, por outro lado, forçam as empresas a ceder 25 por cento do seu capital a não-brancos.
Silvério Silva diz que "os portugueses e luso-descendentes não estão propriamente a abandonar o país, mas têm, em números significativos, aceite empregos bem remunerados em destinos como a Inglaterra, Austrália, Dubai e outros, mantendo, no entanto, a residência, haveres e família, em muitos casos, na África do Sul, esperando que as condições melhorem num futuro mais ou menos próximo no mercado de trabalho".
"Conheço vários que têm seguido essa via, na sua maioria técnicos qualificados que não conseguiam colocação na África do Sul em resultado das leis vigentes", concluiu aquele conselheiro e agente de viagens, que afirma existir hoje uma maior preocupação dos portugueses em ter os seus documentos e da família em ordem.

LUSA - 25.07.2008
( Citado em www.macua.blogs.com )

1 comment:

Anonymous said...

Exmo Senhor,



Actualmente trabalho na parte de pesquisa da CBV (Produtora de Televisão), para o programa de televisão "A MINHA GERAÇÃO" – em exibição na RTP1, ao Domingo à noite, em directo e apresentado pela Catarina Furtado. Trata-se de um programa de entretenimento, marcado essencialmente por uma vertente de espectáculo (música e variedades). A música é aliás o fio condutor, que nos remete para diferentes épocas. Cada emissão é dedicada a uma década (por exemplo, o primeiro foi dedicado aos anos 80) e todos os conteúdos são ajustados a essa época – música, guarda-roupa, acontecimentos, personalidades, etc. Neste sentido, pretendemos abordar acontecimentos, personalidades, figuras públicas que marcaram Portugal, desde os anos 60 até aos dias de hoje, mas numa óptica diferente: ou seja, dando voz a pessoas que não são muito conhecidas do grande público e que têm algo de interessante/engraçado para contar sobre alguém conhecido ou no contexto de um acontecimento histórico.
De acordo com a nossa pesquisa, para uma das emissões dedicadas aos anos 90, consideramos relevante a abordagem do ponto de vista de algum testemunho português do final do apartheid na África do Sul. Assim achamos interessante se incluirmos testemunhos de alguém que esteve presente e que nos pudésse mostrar um lado mais real/pessoal do que se passou (como se processou, os portgueses que lá estavam se voltaram ou não para Portugal. Os que voltaram se tiveram uma integração fácil. Antes do final do apartheid algum casamento misto que posteriormente se legalizou).

Neste sentido, solicito a sua ajuda da seguinte forma: identificação de alguma história engraçada/interessante que tenha ocorrido , história de alguém , a sua experiência, etc. O objectivo é essencialmente ter um convidado que tenha uma história interessante para contar ou até mesmo que conheça alguém que nos possa ajudar, isto claro, se não se mostrar disponível a colaborar connosco, o que para nós é sempre preferível.



Este e-mail é enviado sem qualquer compromisso sendo de sua decisão a colaboração ou não no programa da "Minha Geração" sobre os anos 90. Se necessitar de algum esclarecimento não hesite em contactar-nos.

Em meio nome e em nome de toda a nossa equipa muito obrigada pela tempo que disponibilizou a ler esta mensagem.

Se souber de algum tipo de informação que seja interessante ou que permita chegar até algum presente não hesite.


Grata pela atenção, aguardo a sua melhor resposta o mais breve possível!


Os meus sinceros cumprimentos,



Ana Carolina Gama
anokas_gama@hotmail.com