O que acontece no INSS é uma grande contradição. É um escândalo. Os dinheiros dos pobres vem enriquecendo, continuamente, meia dúzias de pessoas,empoleiradas como presidente e membros do Conselho de Administração, CA, director-geral e chefes de departamentos, recebendo salários exorbitante que chocam com a vida, quase miserável, que levam os que descontam, com muito sacrifício, para garantir uma velhice com dignidade. As poupanças dos pobres enchem panças de pessoas sem escrúpulo nem temor pelo bem público.
Os roubos que agora são do domínio público vinham ocorrendo há bastante tempo, apesar de o presidente do CA ter declarado que, também, tomou conhecimento através da imprensa. O chefe da comissão do inquérito que abriu o véu dos podres, Paulino Muthombene, disse, em conferência de imprensa, que até simples funcionários sabiam da sangria financeira que estava a ocorrer, portanto, é falso quando o presidente do CA diz que, somente, tomou conhecimento através da imprensa.
A declaração, de Pedro Armando, se não for de má-fé, no mínimo, revela uma clara incompetência ou cumplicidade. Todos sabiam que certos quadros colocados nos postos de direcção estavam a roubar à instituição. A bancada da Renamo sempre questionou a falta de transparência na gestão do INSS. A ministra do pelouro mostrva-se preocupada com o que vinha acontecendo. A esta preocupação foi, intencionalmente, interpretada pelos delapidadores directos e indirectos como uma interferência excessive da ministra do Trabalho. Gostariam eles que continuassem a comer livremente e a dizer que tudo estava bem na instituição.
A recusa pelo director-geral de suspender o ex-chefe da Repartição Geral do Património e Infra-Estruturas, Dulcínio Loforte, desafiando uma ordem da minstra de tutela, estava a proteger seu colega nas falcatruas. A retirada desta Repartição da direcção de finanças visava fazer um corta-mato entre o director geral e Loforte, e não para evitar burocracia. O ambiente de corrupção era de tal ordem que Mussane não hesitou em mutilar a organigrama da instituição para se beneficiarem a si mesmos.
Quem defender a manutenção dos corruptos nos seus postos ou esconderijos, corrupto, também, o é. Há correntes ,no governo, que dizem que Mussane não deveria ser destituído e defendem mais que o presidente do CA deve continuar em exercício. No nosso modesto entender, achamos que deveria ser exonerado, sem mais delongas, pela sua aparente cumplicidade no desfalque e seu processo encaminhado ao Ministério Público, para averiguações.
As mesmas correntes sugerem que a ministra deveria ser castigada por ter aberto um precedente de ser obrigado a divulgar os resultados dos inquéritos que o governo tem mandado fazer, mas, sempre sem desfecho. Doravante, dizem, seremos obrigados a divulgar os resultados dos inquéritos ordenados pelo governo. Nós achamos que esta deveria a prática corrente de um governo sério na gestão do bem público.
( Por Edwin Hounnou em “ A TribunaFax “, de 20/06/08) .
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