O presidente do município de Quelimane, Manuel de Araújo, um dos membros mais influentes do MDM, atribuiu a derrota do seu partido nas eleições gerais moçambicanas à "arrogância" da formação política, penalizada pelo eleitorado, que "não é burro".Vencedor (MDM) das eleições intercalares de Quelimane, em 2011, e reeleito presidente do município-capital da província de Zambézia (centro) nas autárquicas de novembro de 2013, Manuel de Araújo tornou-se numa das figuras mais proeminentes do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) ao retirar esta cidade do controlo municipal dominante da Frelimo, partido no poder em Moçambique.
Desempenhou funções de chefe do gabinete eleitoral do MDM na Zambézia nas eleições gerais de 15 de outubro, que o partido perdeu para a Frelimo, tanto no sufrágio das presidenciais, como no das legislativas, embora tenha reforçado a sua posição de terceira maior força política do país, elegendo 17 deputados, contra oito na votação de 2009, segundo os resultados preliminares da Comissão Nacional de Eleições (CNE), ainda não validados pelo Conselho Constitucional.
Numa entrevista publicada sexta-feira pelo semanário Savana, editado em Maputo, Manuel de Araújo avalia os resultados da formação política liderada por Daviz Simango, que foi candidato presidencial pelo MDM, salientando que o partido "deve assumir as suas culpas", que associa à "arrogância" demonstrada na sequência da conquista de quatro municípios nas últimas autárquicas.
"O MDM ficou arrogante e penso que o povo penalizou essa arrogância", considerou o presidente do município de Quelimane, apontando como "cúmulo a imposição de pessoas estranhas aos círculos eleitorais em lugares de destaque e até como cabeças de listas em várias províncias".
A lista de candidatos a deputado do MDM gerou controvérsia entre alguns membros do partido, que acusaram a liderança de Daviz Simango de promover os seus "familiares e amigos", uma crítica rejeitada publicamente pelo também presidente do município da Beira.
"A pergunta que muitos membros faziam em surdina e outros em voz alta era: 'libertámo-nos de Maputo para sermos colonizados pela Beira?'", referiu, enfatizando a necessidade do MDM recuperar a sua "humildade" e "génese democrática", porque a selecção de deputados "foi um dos pontos mais baixos da democracia" do partido.
Mas, embora os eleitores possam ter "penalizado" o partido, Manuel de Araújo entende que "a vitória dos partidos da oposição não resulta apenas do reflexo da vontade popular, mas sim da capacidade de controlo do voto", sustentando a sua acusação de "que as eleições em Moçambique não são nem livres, nem justas, nem transparentes".
Sobre a sua possível intenção de suceder Daviz Simango, atendendo, de resto, às duas derrotas consecutivas do presidente do MDM nas presidenciais moçambicanas, Manuel Araújo serviu-se da expressão "não é por morrer uma andorinha que acaba a primavera" para mostrar "todo o seu apoio" à actual liderança da formação política.
"A minha ambição não é ser presidente do MDM. Quero um MDM verdadeiramente democrático. Um MDM diferente e que respeite um pensar diferente. Não irei vergar e sempre lutarei por um MDM democrático e de todos os moçambicanos", sublinhou na entrevista ao semanário.
A Frelimo ganhou as eleições gerais em Moçambique, com uma maioria absoluta de 55,97% no parlamento, e o seu candidato, Filipe Nyusi, venceu as presidenciais com 57,03%, segundo os resultados oficiais preliminares da CNE.
Nas legislativas, a Renamo obteve 32,49%, conservando o estatuto de segunda maior força política, enquanto o seu candidato presidencial e líder do partido, Afonso Dhalakama, conseguiu 36,61%, aponta os dados da CNE.
Os resultados colocam o MDM como a terceira força política mais votada, tanto nas legislativas (7,21%), como nas presidenciais (6,36%).
(RM/Lusa)
Desempenhou funções de chefe do gabinete eleitoral do MDM na Zambézia nas eleições gerais de 15 de outubro, que o partido perdeu para a Frelimo, tanto no sufrágio das presidenciais, como no das legislativas, embora tenha reforçado a sua posição de terceira maior força política do país, elegendo 17 deputados, contra oito na votação de 2009, segundo os resultados preliminares da Comissão Nacional de Eleições (CNE), ainda não validados pelo Conselho Constitucional.
Numa entrevista publicada sexta-feira pelo semanário Savana, editado em Maputo, Manuel de Araújo avalia os resultados da formação política liderada por Daviz Simango, que foi candidato presidencial pelo MDM, salientando que o partido "deve assumir as suas culpas", que associa à "arrogância" demonstrada na sequência da conquista de quatro municípios nas últimas autárquicas.
"O MDM ficou arrogante e penso que o povo penalizou essa arrogância", considerou o presidente do município de Quelimane, apontando como "cúmulo a imposição de pessoas estranhas aos círculos eleitorais em lugares de destaque e até como cabeças de listas em várias províncias".
A lista de candidatos a deputado do MDM gerou controvérsia entre alguns membros do partido, que acusaram a liderança de Daviz Simango de promover os seus "familiares e amigos", uma crítica rejeitada publicamente pelo também presidente do município da Beira.
"A pergunta que muitos membros faziam em surdina e outros em voz alta era: 'libertámo-nos de Maputo para sermos colonizados pela Beira?'", referiu, enfatizando a necessidade do MDM recuperar a sua "humildade" e "génese democrática", porque a selecção de deputados "foi um dos pontos mais baixos da democracia" do partido.
Mas, embora os eleitores possam ter "penalizado" o partido, Manuel de Araújo entende que "a vitória dos partidos da oposição não resulta apenas do reflexo da vontade popular, mas sim da capacidade de controlo do voto", sustentando a sua acusação de "que as eleições em Moçambique não são nem livres, nem justas, nem transparentes".
Sobre a sua possível intenção de suceder Daviz Simango, atendendo, de resto, às duas derrotas consecutivas do presidente do MDM nas presidenciais moçambicanas, Manuel Araújo serviu-se da expressão "não é por morrer uma andorinha que acaba a primavera" para mostrar "todo o seu apoio" à actual liderança da formação política.
"A minha ambição não é ser presidente do MDM. Quero um MDM verdadeiramente democrático. Um MDM diferente e que respeite um pensar diferente. Não irei vergar e sempre lutarei por um MDM democrático e de todos os moçambicanos", sublinhou na entrevista ao semanário.
A Frelimo ganhou as eleições gerais em Moçambique, com uma maioria absoluta de 55,97% no parlamento, e o seu candidato, Filipe Nyusi, venceu as presidenciais com 57,03%, segundo os resultados oficiais preliminares da CNE.
Nas legislativas, a Renamo obteve 32,49%, conservando o estatuto de segunda maior força política, enquanto o seu candidato presidencial e líder do partido, Afonso Dhalakama, conseguiu 36,61%, aponta os dados da CNE.
Os resultados colocam o MDM como a terceira força política mais votada, tanto nas legislativas (7,21%), como nas presidenciais (6,36%).
(RM/Lusa)
1 comment:
Experimente o Conselho constitucional validar esta cagada de resultados, vai ver a população a trazer a solução que nunca se esperou, historicamente o país vai ter mais data para se lembrar. Estamos cansados e duma vez para sempre vamos quebrar o silêncio, estamos prepados para o efeito. Confia-se na polícia para repor a ordem, desta vez vai servir para acender o fogo. A polícia que confiam não vive nos palácios protegidos, está conosco fora, faremos de tudo para devolver nas suas famílias, tem mulheres e filhos aquí na favela e remataremos a eles para mostrar a nossa rejeição às merdas.
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