Os diplomatas estrangeiros em Moçambique estão muito mais activamente engajados em negociações, conversações e diálogo com dirigentes do Governo da Frelimo do que com líderes da oposição.
Já faz escola em Moçambique que um determinado sector da comunicação social e seus analistas falem muito da "ingerência das chancelarias" em assuntos da democracia interna.
Gostaria de à guisa de provocação tecer aqui alguns pontos
Primeiro, gostaria de recordar que nenhuma "chancelaria" está em Moçambique a força. Ou seja, todos eles estão sujeitos à acreditação. Por outras palavras, estão aqui porque o Governo de Moçambique assim o quer e acha que a sua presença é útil.
Segundo, gostaria também de informar que estas chancelarias estão e Moçambique mais para perseguir seus interesses que o nosso, o Moçambicano. Da mesma forma que nós como Estado pagamos mais de 70 embaixadores espalhados pelo Mundo, sustentamos as despesas destes escritórios no estrangeiro, temos um ministério dos negócios estrangeiros para, acima de tudo, perseguir o nosso interesse. Portanto, a cooperação só é possível quando os dois estados estão mutuamente de acordo em tirar contrapartidas, nem sempre simétricas.
Terceiro, as chancelarias principalmente as ocidentais, são as que em última análise mais dinheiro introduzem nos cofres do Estado, garantindo assim a sustentabilidade deste Estado moçambicano. Se as chancelarias retirassem hoje o seu apoio financeiro e político ou não financiar o orçamento em 2015, provavelmente teríamos mais seis meses antes de o Estado começar a ter problemas de caixa. Que o diga a Guiné-Bissau.
Quarto, o dinheiro que vai a sociedade civil vindo dos governos ocidentais é infinitamente inferior àquele que entra nos cofres do Estado e suas agências.
Quinto, em teoria, as actividades dos diplomatas em Moçambique é regrada. E, quando é para lidar com partidos políticos, eles são cautelosos em ser equilibrados e o mais transparente possível. Nesta vertente, os ocidentais têm muito mais "medo" dos seus cidadãos do que de nós Moçambicanos justamente pelo escrutínio público a que estes estão votados. Uma notícia confirmada de que um diplomata anda a financiar ilegalmente a oposição pode valer-lhe a expulsão. Da mesma forma, se o Governo moçambicano conseguir provar que determinados diplomatas estão a financiar ilegalmente determinados grupos para promover sublevação, o nosso governo tem a prerrogativa de declarar este diplomata de "persona non grata". A implicação desta declaração é única: repatriamento imediato.
Ora, os rumores que por aqui circulam de que os ocidentais andam em conluio com a oposição para desestabilizar o país não passam de disparate.
Os diplomatas estrangeiros em Moçambique estão muito mais activamente engajados em negociações, conversações e diálogo com dirigentes do Governo da Frelimo do que com líderes da oposição. Isto acontece de forma natural, pelo facto de estes serem os dirigentes do país.
Assim, a promoção das "chancelarias" como entidades que andam a conspirar contra o governo não passa de uma alucinação já de si doentia de um sector de alienígenas que povoaram a comunicação social pública e nestas redes sociais. Eles só podem distrair os incautos.
O que é muito mais estranho é que estes promotores são os que mais se beneficiam dos fundos dos ocidentais que ninguém. Alguns exemplos em forma de perguntas
a) Qual é o partido que tem controlo sobre o Estado Moçambicano e governa o país desde 1975?
b) De quem é o governo que negoceia dívidas, investimento estrangeiro e empréstimos bancários com o exterior?
c) Que órgãos de informação são os mais preferidos durante as viagens presidenciais ao exterior?
d) Em que tipo de hotéis e quanto estes jornalistas ganham por dia nestas viagens?
e) Que órgãos ou agências de informação moçambicanos têm representações em Londres, Lisboa ou Pretória?
f) De que partido são os membros que dirigem as agências e institutos e programas do Estado que vivem totalmente de donativos estrangeiros?
g) Quem anda pelo país fora namorando "investidores"ou organiza conferência de doadores para financiar projectos nacionais?
h) E, em última análise, quem senta a mesa para falar de dinheiro com doadores?
Pois bem, são algumas das perguntas que quanto a mim pode ajudar a tirar o fantasma de algumas cabeças. Os chanceleres estão em Moçambique para ajudar o nosso estado a avançar e não a recuar, muito menos a promover divergência entre moçambicanos. É mentira. Se ou quando houver divergência, será por nossa própria culpa. Os chancelers são nossos hóspedes e, pelos vistos, bons hóspedes. Eles, também hospedam nossos embaixadores lá fora. E em alguns destes países são os Estados destes países que pagam as nossas contas.
Propaganda a parte, julgo ser a altura para reconciliar com a verdade.
Gostaria de à guisa de provocação tecer aqui alguns pontos
Primeiro, gostaria de recordar que nenhuma "chancelaria" está em Moçambique a força. Ou seja, todos eles estão sujeitos à acreditação. Por outras palavras, estão aqui porque o Governo de Moçambique assim o quer e acha que a sua presença é útil.
Segundo, gostaria também de informar que estas chancelarias estão e Moçambique mais para perseguir seus interesses que o nosso, o Moçambicano. Da mesma forma que nós como Estado pagamos mais de 70 embaixadores espalhados pelo Mundo, sustentamos as despesas destes escritórios no estrangeiro, temos um ministério dos negócios estrangeiros para, acima de tudo, perseguir o nosso interesse. Portanto, a cooperação só é possível quando os dois estados estão mutuamente de acordo em tirar contrapartidas, nem sempre simétricas.
Terceiro, as chancelarias principalmente as ocidentais, são as que em última análise mais dinheiro introduzem nos cofres do Estado, garantindo assim a sustentabilidade deste Estado moçambicano. Se as chancelarias retirassem hoje o seu apoio financeiro e político ou não financiar o orçamento em 2015, provavelmente teríamos mais seis meses antes de o Estado começar a ter problemas de caixa. Que o diga a Guiné-Bissau.
Quarto, o dinheiro que vai a sociedade civil vindo dos governos ocidentais é infinitamente inferior àquele que entra nos cofres do Estado e suas agências.
Quinto, em teoria, as actividades dos diplomatas em Moçambique é regrada. E, quando é para lidar com partidos políticos, eles são cautelosos em ser equilibrados e o mais transparente possível. Nesta vertente, os ocidentais têm muito mais "medo" dos seus cidadãos do que de nós Moçambicanos justamente pelo escrutínio público a que estes estão votados. Uma notícia confirmada de que um diplomata anda a financiar ilegalmente a oposição pode valer-lhe a expulsão. Da mesma forma, se o Governo moçambicano conseguir provar que determinados diplomatas estão a financiar ilegalmente determinados grupos para promover sublevação, o nosso governo tem a prerrogativa de declarar este diplomata de "persona non grata". A implicação desta declaração é única: repatriamento imediato.
Ora, os rumores que por aqui circulam de que os ocidentais andam em conluio com a oposição para desestabilizar o país não passam de disparate.
Os diplomatas estrangeiros em Moçambique estão muito mais activamente engajados em negociações, conversações e diálogo com dirigentes do Governo da Frelimo do que com líderes da oposição. Isto acontece de forma natural, pelo facto de estes serem os dirigentes do país.
Assim, a promoção das "chancelarias" como entidades que andam a conspirar contra o governo não passa de uma alucinação já de si doentia de um sector de alienígenas que povoaram a comunicação social pública e nestas redes sociais. Eles só podem distrair os incautos.
O que é muito mais estranho é que estes promotores são os que mais se beneficiam dos fundos dos ocidentais que ninguém. Alguns exemplos em forma de perguntas
a) Qual é o partido que tem controlo sobre o Estado Moçambicano e governa o país desde 1975?
b) De quem é o governo que negoceia dívidas, investimento estrangeiro e empréstimos bancários com o exterior?
c) Que órgãos de informação são os mais preferidos durante as viagens presidenciais ao exterior?
d) Em que tipo de hotéis e quanto estes jornalistas ganham por dia nestas viagens?
e) Que órgãos ou agências de informação moçambicanos têm representações em Londres, Lisboa ou Pretória?
f) De que partido são os membros que dirigem as agências e institutos e programas do Estado que vivem totalmente de donativos estrangeiros?
g) Quem anda pelo país fora namorando "investidores"ou organiza conferência de doadores para financiar projectos nacionais?
h) E, em última análise, quem senta a mesa para falar de dinheiro com doadores?
Pois bem, são algumas das perguntas que quanto a mim pode ajudar a tirar o fantasma de algumas cabeças. Os chanceleres estão em Moçambique para ajudar o nosso estado a avançar e não a recuar, muito menos a promover divergência entre moçambicanos. É mentira. Se ou quando houver divergência, será por nossa própria culpa. Os chancelers são nossos hóspedes e, pelos vistos, bons hóspedes. Eles, também hospedam nossos embaixadores lá fora. E em alguns destes países são os Estados destes países que pagam as nossas contas.
Propaganda a parte, julgo ser a altura para reconciliar com a verdade.
Egidio G. Vaz Raposo, Ideias de Moçambique
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