Wednesday 19 June 2013

Sangue derramado por teimosia

É tempo de parar a espiral de violência em Moçambique e isso não se consegue com posições irredutíveis e cobertas por justificações repudiadas por todos os moçambicanos da paz.
Fique claro para os políticos que suas manobras chamadas de conversações ou negociações consoante seja de sua conveniência só tem algum significado se forem rápidas e conclusivas, produzindo o único resultado que interessa aos milhões de moçambicanos, a paz.
Este é o momento para a sociedade civil digna desse nome atacar os assuntos e mostrarsua posição de repúdio a um jogo político que ensombra o ambiente nacional.
Quem conversa com outro preparando-se para a guerra está jogando sujo. Quem não está preparado para ceder e dar espaço para que a paz tenha paz tenha oportunidade de viver e ser vivida pelos moçambicanos deve ser considerado como estando em defesa de políticas umbilicais.
O que está em jogo neste momento é demasiado grave para ser deixado nas mãos de políticos, alguns dos quais sem uma real experiência do que seja uma guerra e sobretudo suas consequências.
Populações em debandada, trafego interrompido, dúvidas, mortes, feridos, armamento retirado de um paiol das FADM em Savane pode parecer pouca coisa para alguns.
Que armas são, que munições são? Quem as tomou? Onde serão utilizadas? Será esta a forma encontrada de fazer procurement de armas por quem não tem a sua disposição os cofres do estado?
Antecipação e prevenção são acções descritas nos manuais de estratégia militar. Avanços no campo operacional servem para reforçar posições no campo negocial.
Se houvesse consenso e uma clara demarcação dos moçambicanos em relação aos assuntos agendados nas discussões entre o governo e a Renamo teriamos uma manifestação espontânea e voluntária de milhões de moçambicanos contra as sucessivas confrontações militares.
Há uma clara indicação de que muitos moçambicanos não querem a guerra mas também não querem continuar a viver como indigentes em sua própria terra. Ninguém aceita esperar décadas para beneficiar dum emprego digno.
Os caminhos da paz estão abertos mas a guerra é uma possibilidade cada vez mais plausível face ao endurecimento de posições entre políticos com responsabilidades históricas.
Basta de brincar-se as negociações enquanto focos de guerra começam surgindo país.
As FADM já demonstraram sua capacidade? As FIR serão o socorro que os moçambicanos esperam? A Renamo quer puxar Moçambique para a guerra ou quer a tal paridade eleitoral, nos órgãos e uma revisita de aspectos não cumpridos do AGP?
A seriedade do momento está vista de todos e já não dá  para esconder fraquezas que foram sendo alimentadas por posições de dureza insustentável.
Venha a paz e a paz que seja respeitada por todos.

 
Noé Nhantumbo, O AUTARCA – 18.06.2013, citado no Moçambique para todos

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