Sunday 30 June 2013

DIÁLOGO GOVERNO/RENAMO - Observatório sugere encontro ao alto nível




O OBSERVATÓRIO Eleitoral foi ontem ao gabinete de trabalho do Presidente Armando Guebuza, em Maputo, propor-lhe a realização de um encontro com o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, para ao mais alto nível buscarem as soluções para os problemas que afectam o país, com destaque para a questão da insegurança que se regista na zona centro.
               
Em declarações à Imprensa à saída da audiência, o bispo Dinis Matsolo disse que a ocasião permitiu ainda um momento para uma reflexão conjunta sobre a situação que o país vive, caracterizado por uma tensão política, que já se traduziu na morte de pessoas e destruição de bens.
“Julgamos ser importante que, na medida do possível, houvesse um encontro directo entre o Presidente e o líder da Renamo para se encontrarem formas de se ultrapassar as diferenças prevalecentes”, afirmou o clérigo.
O Observatório Eleitoral, uma plataforma de várias organizações da sociedade civil, defendeu, igualmente, no encontro, a ideia de se achar com a máxima brevidade possível uma saída airosa no processo do diálogo. “Para nós está claro que é preciso investir no diálogo. Num diálogo real, um diálogo que produz resultados e dá os frutos que os moçambicanos desejam”, disse Dinis Matsolo.
Sobre se a situação de insegurança que se vive em algumas zonas de Sofala estaria ou não a afectar o processo eleitoral, ora em curso no país, Dinis Matsolo afirmou não haver dúvidas que quando se está numa situação de desavenças e não há concordância, na forma de fazer as coisas, isto afecta o processo normal do andamento das eleições. “Por isso, achamos que é importante que se encontre uma solução para que possamos avançar sem sobressaltos. Neste momento, as comunidades mostram-se reticentes porque as coisas não estão claras. Não se sabe se se vai ou não para as eleições. É importante que se encontre uma saída que mostre que o país está em paz e está tudo tranquilo para que as pessoas possam ir ao recenseamento”, acrescentou.
Para o Observatório Eleitoral, as eleições constituem um momento de festa e todos os moçambicanos devem participar nesta festa. “Agora, se alguém não participa por vontade própria, temos de respeitar isso, mas se alguém não participa porque existem desavenças que fazem com que essse alguém não participe, então temos de encontrar caminhos para se ultrapassar essas desavenças”, afirmou, comentando as ameaças já proferidas pela Renamo de se furtar aos próximos pleitos eleitorais. 
A “perdiz” decidiu não tomar parte das eleições autárquicas de 20 de Novembro, alegando não existirem condições materiais e legais para a realização do escrutínio. Para a Renamo, é necessário que se realize uma revisão da legislação eleitoral de modo a introduzir-se o princípio de paridade na constituição dos órgãos eleitorais, com destaque para a Comissão Nacional de Eleições (CNE). 



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