Sunday, 30 June 2013

Guebuza-Dhlakama próxima semana em Maputo

O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, está disposto a reunir-se com o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, num encontro que deverá ocorrer próxima semana na capital do país, Maputo.O facto foi anunciado no princípio da tarde de hoje, no palácio presidencial, em Maputo, pelo Conselheiro e Porta-Voz do estadista moçambicano, Edson Macuácua.
“No prosseguimento da sua abertura dentro do diálogo com a Renamo, sua excelência o Presidente da Republica, Armando Guebuza, está disposto a manter um encontro com o dirigente da Renamo, próxima semana, na cidade de Maputo”, disse Macuácua.
De acordo com a fonte, o Presidente Guebuza mandatou a delegação do governo, chefiada pelo Ministro da Agricultura, José Pacheco, para criar condições que resultem na efectivação deste encontro ao mais alto nível.
A agenda do frente-a-frente entre o Presidente Guebuza e o Líder da Renamo será, segundo Macuácua, fixada no quadro da preparação que será feita pelas delegações do Governo e da Renamo que voltam a estar à mesma mesa esta Segunda-feira.
Macuácua anunciou ainda que no encontro de Segunda-feira o governo vai apresentar um ponto prévio que é a desmilitarização da Renamo.
“O Governo vai apresentar no encontro de Segunda-feira um ponto prévio que tem a ver com a desmilitarização da Renamo, para que este movimento se conforme com o quadro de um Estado de direito democrático que regula as actividades dos partidos políticos no país”, frisou Edson Macuácua, nesta sua primeira intervenção na qualidade de Conselheiro e Porta-voz do Presidente Guebuza.
O Presidente Guebuza nomeou, há sensivelmente duas semanas, Edson Macuácua, para este cargo.
Ficou também decidido que esta individualidade passe a fazer pronunciamentos regulares à imprensa em nome do Chefe de Estado.
Para alem de ter sido deputado da Assembleia da Republica, o parlamento moçambicano, Macuácua já exerceu as funções de Porta-Voz do partido governamental, a Frelimo, e de Secretário do Comité Central deste partido para a área de Mobilização e Propaganda.



(RM/AIM)

Xiconhoquices da semana: Diálogo de surdos e a morte de cidadãos indefesos; Camiões do lixo...

Os nossos leitores elegeram as seguintes Xiconhoquices na semana finda:

Diálogo de surdos e a morte de cidadãos indefesos
Os ataques dos homens armados são, de qualquer ângulo de visão, uma Xiconhoquice. Nada justifica a morte de civis, mas nada mesmo. A Renamo, se assim quiser, pode atacar quartéis para pressionar a Frelimo, mas usar pessoas indefesas como escudo não se justifica. A ideia, dizem, é aumentar o círculo de segurança de Dhlakama.
Se a ideia é proteger o líder do partido como é que deixam que as Forças Armadas exibam os músculos no local onde foi proibida a livre circulação de pessoas e bens? Quando morrem civis porque não se reivindicam os ataques? O que o silêncio da Renamo, em relação aos mortos, quer dizer? Como é que ataques contra civis não fazem parte das agendas dos encontros entre a Frelimo e a Renamo? De que valem esses encontros se não servem para resolver a questão da livre circulação de pessoas e bens?
Será que estamos diante de um diálogo de surdos ou de um teatro do engano? A sétima ronda de negociações terminou sem acordo. Dizem-nos que a divergência reside na assinatura da acta em torno do pacote eleitoral. Se a Frelimo ganhou sempre as eleições de forma limpa o que lhe custa tornar o processo mais transparente? Temos de morrer por causa do pacote eleitoral?

Camiões do lixo alugados pelo município da Matola
Uma Xiconhoquice que vai custar nove milhões aos cofres do município da Matola. Ou seja, o edil interino vai alugar carros para resolver o problema do lixo naquela urbe. Um olhar desatento pode concluir que se trata de uma grande medida, mas para quem usa óculos com graduação anti-xiconhoquices não embarca nesse gasto irresponsável de dinheiro público.
Não podemos, contudo, afirmar que se trata de um esquema congeminado no esgoto da sacanice. No entanto, é algo que não cheira bem e que não pode, de forma alguma, livrar-se do rótulo de Xiconhoquice maior. O anúncio feito na televisão pública com pompa e circunstância visava, em última análise, mostrar um trabalho que assalta vergonhosamente o bolso do contribuinte.
Livrar-se de Nhancale, embora faltasse muito pouco para terminar o mandato, foi um golpe de sorte que deixou qualquer matolense feliz. Só que ninguém esperava que no seu lugar fosse colocada uma direcção igual ou muito mais incompetente.
Num período de seis meses alguém vai encaixar nove milhões de meticais para recolher lixo numa cidade que, de certeza, continuará tão porca como agora. Esse roubo premeditado será protagonizado por viaturas em segunda mão que podem ser encontradas em qualquer garagem da província de Maputo.
Com 300 mil dólares é possível adquirir, no Japão, pelo menos 7 carros iguais ou de melhor qualidade. Será que é necessário gastar dinheiro público de forma irresponsável e criminosa? Há com cada Xiconhoquice no país da impunidade…

"Penalização" aos médicos grevistas: Estão a alistar alguns no SMO
Quanto custa uma greve no país das xiconhoquices? O alistamento no Serviço Militar Obrigatório. É isso que acontece com os médicos que aderiram ao chamamento da Associação Médica de Moçambique. Uma das mensagens que recebemos dando conta da Xiconhoquice é clara: “No âmbito do Serviço Militar Obrigatório, estão a recrutar médicos recém-graduados e alguns grevistas em Sofala. Em Maputo existe uma lista de médicos a serem recrutados que inclui membros da Direcção da Associação Médica de Moçambique.
Há duas coisas que devem ser ditas. A primeira é que nenhum cidadão está isento de cumprir o serviço militar. Ou seja, ninguém está acima da lei. A segunda é que a forma e o momento escolhido para alistar os médicos levanta suspeitas e deixa transparecer a ideia de vingança pela greve. Um país não pode ser gerido dessa forma.
É perigoso e pode colocar em causa a nossa democracia. Portanto, o que torna este alistamento compulsivo uma Xiconhoquice é a intenção por detrás da acção. É o desejo de vingança que norteia o acto. Num país com défice de pessoal da Saúde é totalmente contraproducente privar a população de médicos por birra ou vingança.
O tempo que o médico vai levar a correr para pagar pela afronta de reivindicar direitos vai semear luto e a culpa será do Governo. Não se pode brincar com a saúde das pessoas para mostrar força. Isso não. É um crime hediondo e uma Xiconhoquice para adornar a folha de incompetências de quem manda no país de forma tão abjecta.



A Verdade

DIÁLOGO GOVERNO/RENAMO - Observatório sugere encontro ao alto nível




O OBSERVATÓRIO Eleitoral foi ontem ao gabinete de trabalho do Presidente Armando Guebuza, em Maputo, propor-lhe a realização de um encontro com o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, para ao mais alto nível buscarem as soluções para os problemas que afectam o país, com destaque para a questão da insegurança que se regista na zona centro.
               
Em declarações à Imprensa à saída da audiência, o bispo Dinis Matsolo disse que a ocasião permitiu ainda um momento para uma reflexão conjunta sobre a situação que o país vive, caracterizado por uma tensão política, que já se traduziu na morte de pessoas e destruição de bens.
“Julgamos ser importante que, na medida do possível, houvesse um encontro directo entre o Presidente e o líder da Renamo para se encontrarem formas de se ultrapassar as diferenças prevalecentes”, afirmou o clérigo.
O Observatório Eleitoral, uma plataforma de várias organizações da sociedade civil, defendeu, igualmente, no encontro, a ideia de se achar com a máxima brevidade possível uma saída airosa no processo do diálogo. “Para nós está claro que é preciso investir no diálogo. Num diálogo real, um diálogo que produz resultados e dá os frutos que os moçambicanos desejam”, disse Dinis Matsolo.
Sobre se a situação de insegurança que se vive em algumas zonas de Sofala estaria ou não a afectar o processo eleitoral, ora em curso no país, Dinis Matsolo afirmou não haver dúvidas que quando se está numa situação de desavenças e não há concordância, na forma de fazer as coisas, isto afecta o processo normal do andamento das eleições. “Por isso, achamos que é importante que se encontre uma solução para que possamos avançar sem sobressaltos. Neste momento, as comunidades mostram-se reticentes porque as coisas não estão claras. Não se sabe se se vai ou não para as eleições. É importante que se encontre uma saída que mostre que o país está em paz e está tudo tranquilo para que as pessoas possam ir ao recenseamento”, acrescentou.
Para o Observatório Eleitoral, as eleições constituem um momento de festa e todos os moçambicanos devem participar nesta festa. “Agora, se alguém não participa por vontade própria, temos de respeitar isso, mas se alguém não participa porque existem desavenças que fazem com que essse alguém não participe, então temos de encontrar caminhos para se ultrapassar essas desavenças”, afirmou, comentando as ameaças já proferidas pela Renamo de se furtar aos próximos pleitos eleitorais. 
A “perdiz” decidiu não tomar parte das eleições autárquicas de 20 de Novembro, alegando não existirem condições materiais e legais para a realização do escrutínio. Para a Renamo, é necessário que se realize uma revisão da legislação eleitoral de modo a introduzir-se o princípio de paridade na constituição dos órgãos eleitorais, com destaque para a Comissão Nacional de Eleições (CNE). 



Notícias

Saturday, 29 June 2013

Somos carne de canhão

As negociações já duram há alguns meses. Por aquilo que se vê, a velocidade é mínima e o ritmo para alcançar consensos desarticulado. Numa primeira fase, fez-se uma trabalho de charme para dar a entender que no Indy Village estava a ser discutida uma solução para o país. No entanto, o que veio a acontecer nos últimos dias é algo que esvazia o sentido e a pertinência dos encontros e que indica estar-se perante uma farsa, cuja arquitectura visa entreter os moçambicanos.
Civis morreram e ninguém, salvo as acusações avulsas e a detenção de inválidos mentais, explica aos moçambicanos do Rovuma ao Maputo e do Zumbo ao Índico o que está a acontecer com o país. Portanto, deixou-se a soberania praticamente ao arbítrio dos dois ex-beligerantes?
Constitui, no mínimo, obrigação do Governo usar todos os meios disponíveis para alertar os cidadãos sobre este tipo de intervenções que alteram o ambiente de actividade das pessoas. Não é indiferente aos nacionais morrer no HCM ou numa emboscada em Muxúnguè, pois ninguém nos informou que a paz foi relegada para o passado.
Para mais, o que sabemos é que se encontram no Centro de Conferências Joaquim Chissano para discutir o futuro do país e a liberdade dos moçambicanos. Portanto, quando a Renamo encerra temporariamente uma via deve transferir o conjunto de facilidades e referências para a via alternativa, de modo que os utentes saibam como proceder nas novas circunstâncias para alcançar os tradicionais resultados. A pretensa segurança de Dhlakama não nos pode impedir de circular pelo país.
A não ser que declarem, sem reservas, que somos um país em guerra. Se a ideia da Renamo era proteger Dhlakama e impedir a aproximação de elementos das Forças de Intervenção Rápida e das Forças Armadas, o mais lógico seria atacar alvos militares perfeitamente identificados e posicionados no troço que encerraram. Atacar civis, não nos parece uma grande ideia e, no nosso entender, esvazia a lógica de qualquer negociação.
Naturalmente que esta abordagem vai apontando o dedo ao maior partido da oposição, mas não quer isto dizer que a Frelimo, partido que dirige os destinos do país, não deva ter qualquer responsabilidade nestes atropelos ao nosso direito de sermos livres. Antes pelo contrário.
Tanto mais que deveria garantir maior transparência na gestão da coisa pública, impedir o enriquecimento dos filhos dos seus dirigentes e evitar que Valentina seja a versão moçambicana de Isabel dos Santos. Nada disso fez, porque o povo moçambicano não tem sido respeitado e quem tem qualquer cargo público neste rochedo à beira mar veste autoridade e dita as leis do lugar.
O que vai acontecendo neste país é o seguinte: Qualquer ministro pode criar uma empresa de construção e usar fundos públicos para reabilitar a rua da casa do amigo ou da amante, qualquer um director nacional pode fazer o mesmo sem problemas.
Portanto, com uma governação parasita é normal que o descontentamento ecloda. O que não é normal é que inocentes paguem pelos pecados de Guebuza e Dhlakama. Matem-se, mas deixem-nos fora disso...




Editorial, A Verdade

Friday, 28 June 2013

Dhlakama diz estar disponível para encontro com Guebuza

A Renamo manifestou a disponibilidade do seu líder, Afonso Dhlakama de manter um encontro com o Presidente Armando guebuza para se alcançar um acordo político para pôr um ponto final da tensão política que se vive no país nas últimas semanas.A vontade de Dhlakama foi expressa hoje em Maputo pelo porta-voz da Renamo, Fernando Mazanga, num encontro com jornalistas.
Segundo Mazanga, o partido Renamo está pronto ainda a acolher favorávelmente uma proposta do governo sobre a data e o local do eventual encontro entre o Chefe do Estado e Afonso Dhlakama.
Para já, o governo já manifestou o seu compromisso de continuar o diálogo que vem mantendo com a Renamo, tendo inclusivamente proposto que a próxima ronda se realize na próxima segunda-feira, dia 1 de julho, no Centro Internacional de Conferências Joaquim chissano.
Na última terça-feira, o Presidente Guebuza, falando a jornalistas, disse que sempre esteve disponível para um frente-a-frente com o líder do maior partido da oposição em Moçambique, sublinhando que “quem se furta a um encontro é Dhlakama”.
As acções armadas da Renamo na estrada nacional Nr. 1 e que estão na origem da situação tensa que se vive no país, particularmente na região centro, é interpretada por analistas como forma de pressão sobre governo para responder positivamente às suas exigências no diálogo em curso já há alguns meses.
A principal exigência da Renamo nesse diálogo é a alteração da lei eleitoral – já em vigor – de modo a assegurar uma representação por igual dos partidos políticos na Comissão Nacional de Eleições (CNE). A lei passou em Dezembro último sem o voto a favor na Renamo no parlamento.



RM

Sobre a indolência da nossa razão e a urgência na tomada de posição

A alínea “a” do artigo 161 da Constituição da República reza taxativamente o seguinte: “ [No domínio da defesa nacional e da ordem pública, compete ao Presidente da República] ”
a) Declarar a guerra e a sua cessação, o estado de sítio ou de emergência.
Sendo assim, os moçambicanos [organizados em sociedade civil] não devem antecipar-se ao PR nem força-lo a tomar tal decisão.
Isto não quer dizer que os processos em curso pela busca da normalidade democrática e constitucional me agradem. Pelo contrário, enervam-me os progressos, os métodos e os resultados até aqui alcançados. Porém, não deixaria de fazer notar o desagrado que me causa o enquadramento que se dá a meras acções banditescas por alguma sociedade civil incluindo alguma mídia. O primeiro passo para a busca da paz é a própria serenidade e a sabedoria necessária para melhor enquadrar o que está a acontecer.
Para não alongar-me, queria dizer o seguinte
1. Que as TVs, rádios e jornais parem de reproduzir discursos vagos de apelo a Paz. As pessoas precisam focalizar as suas mensagens e contribuir com ideias concretas (o que fazer, como fazer) quando são abordadas. Prefiro que digam por exemplo: “Sr. Presidente Armando Guebuza, fale com Afonso Dhlakama para resolverem a questão militar; reconsidere a possibilidade de reintegrar as forças residuais ao sistema de pensão dos combatentes” ou “aceite por favor a proposta do princípio de paridade na representação política na CNE” ou “Sr. Dhlakama, reganhe o controlo de seus homens e ordene-os que parem de uma vez com os ataques a civis” ou “aceite a proposta do governo de tratar assuntos em sede própria e busque acordos políticos antecipados junto da Frelimo”. Este tipo de apelo denota não só o domínio dos assuntos que opõem a Renamo e Governo da Frelimo como também clarifica a tomada de posição concretas sobre o diferendo. Este tipo de mensagens também ajudaria os decisores a ter uma ideia concreta sobre a vontade geral dos cidadãos. Apelos generalistas e vagos como “A Paz é importante para o desenvolvimento do Pais, nós queremos a Paz” ou “O diálogo é o melhor instrumento para a solução de problemas”, bla, bla bla, só enerva-me porque na realidade são não-posições. São posições cobardes, de chico-expertos, que não querem tomar posições concretas porque cobardes que são, não querem ser mal vistos por qualquer das partes, mas também, não querem ficar calados decidindo assim fazer “barulho”. Eu gostaria saber dos membros da sociedade civil o que eles pensam. Não que “são pela paz” mas sim quais as soluções para a actual situação político-militar. Não reiterar “o diálogo como única saída” mas “o que deve sair deste diálogo; quais as decisões desejáveis que devem ser comprometidas por todos”. Gostaria de ouvi-los a dirigir mensagens concretas directamente aos envolvidos e não pregarem aos convertidos (o povo em gera da rua, que já conhece a situação em que vivemos). Gostaria de ver mensagens na TV e noutros médiuns dirigidas de forma clara a entidades específicas, com posições e roteiros específicos.
2. As marchas “pela paz” não fazem muito sentido na ausência de uma ideias concreta sobre como alcança-la. Se aos governantes falta uma luz, a sociedade civil deve emprestar esta luz com mensagens e um corpo de soluções arrojados. O tempo para influenciar é justamente este e não outro. Se não conseguem fazer isso, então não convoquem marchas e nem se dignem falar a mídia. Porque ao fazerem, contribuem cada vez mais para sedimentação do medo, da instabilidade emocional dos cidadãos e acima de tudo para o agravamento da situação.
3. SIM, queremos todos a paz. E todos estamos com medo do retorno a guerra. Mas não transformemos os nossos medos em realidade que mais desdenhamos. Esta não é altura do Medo e de cobardia. É altura da coragem e de determinação. Esta é altura para tomar posição e contribuir com ideias superadoras.
4. Quem não está apto para tomar posição deve abster-se em engajar em vozearia barata.
5. Vamos falar da paz SIM mas com propostas claras sobre, por exemplo:
a) Como efectivamente desmilitarizar a Renamo? Quais as possíveis saídas?
b) Será a paridade na representação política em órgãos de administração eleitoral melhor solução? Como garantir uma efectiva justiça eleitoral em Moçambique? Como aproveitar a próxima sessão extraordinária da AR para solucionar alguns dos assuntos pendentes?
c) Que saída para a reforma da lei eleitoral?
d) Como garantir eleições livres e justas?
É respondendo a estas perguntas que a Paz virá. É contribuindo com ideias e roteiros claros que poderemos ajudar aos até agora mentalmente “bloqueados” a encontrarem consensos.
Se um dia a sociedade civil tiver respostas/posições sobre estas questões, pode sim sair a rua e exigir a Paz. Sair a rua só para repudiar os ataques e reforçar a posição em prol da paz é no fundo comportar como eles. Que também querem a paz e são contra os ataques, mas à sua maneira; de acordo com seus princípios e razões. E foram exactamente as suas razões que nos levou até onde estamos hoje. Fujamos deste ciclo vicioso.


, Ideias de Moçambique

Governo de Moçambique envia tropas para combater ameaças da Renamo nas provincias

 


Na cidade da Beira no centro de Moçambique a população diz preocupada com pânico gerado com a presença de centenas de homens armados que chegaram hoje aquela cidade.
Movimentos de tropas foram confirmados hoje na cidade da Beira com a chegada de cerca de meio milhar de homens fortemente armados, como nos descreve o jornalista Constantino André da emissora católica, Rádio Pax.

O governo moçambicano nos seus esforços para conter alegados ataques da Renamo enviou centenas de efectivos militares e de armamento para a região centro do país.
Além das fontes da Voz da América, esta situação pôde igualmente ser confirmada em relatos de alguns jornais na internet.
O Jornal Verdade, na sua edição de ontem descrevia que as forças armadas teriam enviado efectivos e armamento para as províncias centrais de Manica e Sofala, e que tropas governamentais cercaram o aeródromo de Gorongosa estando cada vez mais próximas da região de Satunjira onde se encontra baseado o líder da Renamo. 

Moçambique e Portugal no topo da lista de melhores destinos turísticos

O portal de viagens Globe Spots, desenvolvido com o contributo de viajantes profissionais e amadores, nomeou Moçambique e Portugal como os dois melhores destinos turísticos de 2013, de entre uma lista de 10 países, recentemente divulgada.
Categorizando os países em três tipologias de viagens – clássica, aventura e “hardcore”, designadas, respectivamente, pelas cores verde, amarelo e vermelho, o Globe Spot divulgou, pelo quinto ano consecutivo, a sua lista de 10 melhores destinos turísticos, que se baseia na percepção dos seus utilizadores sobre “o que está a acontecer” no sector a nível mundial.
Com a cor verde, Portugal, e o seu “velho charme europeu”, ocupa o primeiro lugar da classificação e é apontado pelo portal como um país com “grandes pontos turísticos” e de “viagem conveniente”.
Figurando na segunda posição da lista com a cor vermelha, Moçambique é descrito como um destino ideal “para aqueles que estão dispostos a viajar para qualquer lugar”, e que estejam “fatigados” das excursões e safaris dos países vizinhos.
“Moçambique não é um país que possa ser explorado sem esforço (…). Felizmente, as longas viagens são facilitadas pela descontracção e pelo bom humor dos moçambicanos, que são uma das boa razões para visitar este país”, sublinham os autores da lista.
O Quirguistão, também com cor vermelha, é a terceira sugestão do portal, seguido, respectivamente, pelo Panamá (amarelo), Arménia (amarelo), Ruanda (amarelo), Cuba (verde), Ucrânia (amarelo), Malawi (amarelo) e Canadá (verde).




 (rm/macauhub)

Thursday, 27 June 2013

FIR é vigilante da Frelimo

Por Edwin Hounnou
Tomás Vieira Mário, comentador do programa televisivo da stv, Pontos de Vista, disse, na noite de domingo, 23 de Junho, que a Força de Intervenção Rápida, FIR, portou-se bem por não ter distribuído chicotadas e por não ter efectuado prisões aos manifestantes de repúdio aos ataques de supostos homens da Renamo, no troço Muxúnguè/Rio Save, no sábado, dia 22 de Junho. Constitui uma tentativa de enganar a opinião pública porque a FIR não teria permitido se essas manifestações tivessem sido convocadas pela oposição. Embora tivessem participado das manifestações líderes religiosos, elas foram convocadas, organizadas e dirigidas pelo partido governamental, por isso mesmo, a FIR não iria ferrar a mão ma quem lhe dá salários.  
Se essas manifestações tivessem sido convocadas pela oposição, a FIR teria usado bastões e jactos para dispersar os participantes e alguns teriam sido presos, como tem sido sua prática habitual. Até agora, não se conhece nenhuma manifestação da oposição foi autorizada, apesar de a manifestação não carecer da autorização de quem quer que seja. Qualquer administrador distrital, um presidente municipal pode proibir ou inviabilizar uma manifestação de um partido da oposição, alegando qualquer coisa como a sua ausência na autarquia ou não ter visto uma delegação desse partido defronte do seu nariz. Esta intolerância política extrema de governantes do partido no poder acontece um pouco por todo o país, com toda a impunidade.   
No nosso país, o direito à manifestação está, apenas, escrita na Constituição da República, mas, não se efectivam na prática. Quando tolerado, a polícia desvia a rota escolhida pelos organizadores. As autoridades gostariam que as manifestações fossem aos fins-de-semana e longe da sua vista. Fazem manifestações e marcham pelas ruas, sem serem reprimidas pela polícia, as organizações democráticas de massas da Frelimo, como a OJM, a OMM (ligas juvenil e da mulher) e outras similares geradas na mesma maternidade política. Enquanto a Frelimo continuar a comportar-se como proprietário do país, a FIR vai prosseguir a ostracizar a oposição ainda que esteja representada na Assembleia da República. Seria bom que a FIR respeitasse os moçambicanos como o faz em relação à Frelimo.
A violência política a que o povo, tantos os partidos políticos da oposição como os trabalhadores, é vítima tem em vista pôr a Frelimo acima de todos para se eternizar no poder, mesmo sem mérito, como ocorre neste momento. Hoje, assistimos uma escalada de violência militar exercida pela Renamo porque o governo da Frelimo se recusa a aceitar o óbvio e legal que é paridade nos órgãos eleitorais. Como os interesses empresariais privados individuais e de grupo falam mais alto que a vida do povo, na sua mensagem à Nação, pelos 38 anos de independência nacional, o Chefe de Estado não se referiu uma palavra de como pensa resolver o conflito armado instalado entre Muxúngue e Rio Save, que opõe o governo à Renamo.      

 

Tribunal reduz drasticamente acusações ao brigadeiro Malagueta

- Pesavam sobre Malagueta três acusações, nomeadamente morte de pessoas, destruição de bens e incitação à violência, tendo as duas primeiras caído em Tribunal, ficando a terceira sobre “incitação à violência”

Maputo (Canalmoz) – O Tribunal Judicial do Distrito Municipal de KaMpfumo ordenou, nesta quarta...-feira, a legalização da prisão do brigadeiro Jerónimo Malagueta, chefe do Departamento de Informação da Renamo, mas suprimiu as mais graves acusações, mantendo apenas a de "incitação à violência".
Assim, o brigadeiro Malagueta foi conduzido ainda na tarde desta quarta-feira para a Cadeia Central da Machava, município da Matola, onde vai aguardar o julgamento.
Malagueta foi conduzido para aquele tribunal pela primeira vez, onde foi ouvido à porta fechada, depois de ter sido detido na sexta-feira da semana passada, na sequência de uma conferência de Imprensa onde anunciou que a Renamo iria alargar o perímetro de segurança das suas forças de Muxúnguè a rio Save, para interditar a circulação de viaturas na Estrada Nacional N.º1, zona entre Rio Save e Muxúnguè, e a circulação de comboios na Linha de Sena e Marromeu.
Perante o juiz, pesavam sobre Malagueta três acusações, nomeadamente morte de pessoas, destruição de bens e incitação à violência.
Das três acusações, as primeiras duas (morte de pessoas e destruição de bens) foram retiradas.
Deste modo, Malagueta vai ser julgado por “incitação à violência”, uma acusação que a pena pode variar de 2 a 8 anos de prisão maior.
A próxima sessão, mas de julgamento, de princípio poderá ter lugar entre quarta ou quinta-feira da próxima semana.
A defesa de Malagueta está a trabalhar para nesta quinta-feira ou sexta-feira apresentar ao Tribunal um pedido de caução.
O anúncio foi feito no dia 19 de Junho. E dia seguinte, na zona de interdição, houve ataques que resultaram em mortes e feridos. Pouco depois, o brigadeiro da Renamo foi detido e acusado pelo Governo de atentado contra a segurança do Estado, tentativas de interdição de circulação de pessoas e bens naquela região, morte de pessoas e incitação à violência, acusações essas que o Ministério Público resumiu em três.
A Renamo accionou a Liga dos Direitos Humanos, liderada por Alice Mabota, para defender Jerónimo Malagueta, mas o advogado destacado pela Liga dos Direitos Humanos vinha tendo dificuldades até esta quarta-feira de contactar o seu constituinte, uma interdição que estava extensiva à sua família.

Encontro com embaixador da UE

Entretanto, a delegação da Renamo reuniu-se ainda nesta quinta-feira com o embaixador da União Europeia (UE) em Maputo, para analisar os últimos acontecimentos no País, segundo deu a conhecer ao Canalmoz, Jeremias Pondeca.
Posteriormente, segundo a mesma fonte, o embaixador vai manter um encontro com o Governo.



(Bernardo Álvaro, Canalmoz, Facebook)

Fraca afluência obriga STAE a intensificar campanha de educação cívica

O Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) vai intensificar a campanha de educação cívica nas autarquias do país, como forma de atrair eleitores ao recenseamento em curso há já um mês e que vai terminar a 23 de Julho próximo.
Esta acção resulta do facto de os postos de recenseamento estarem a registar fraca afluência de potenciais eleitores, sobretudo depois das constantes avarias que se registaram nos primeiros dias do arranque do processo.
Esta informação foi revelada esta semana pelo Presidente da Comissão Nacional de Eleições, Abdul Carimo, em Maputo, depois de testemunhar o recenseamento do Presidente do Tribunal Supremo, Osias Pondja.




Boletim sobre o processo político em Moçambique
Número EA 16 - 26 de Junho de 2013
 
 

Conflito resulta da exclusão política e económica - Daviz Simango

Com vista a terminar com o lima de instabilidade política e militar, no país, o presidente do Movimento Democrático de Moçambique, Daviz Simango, desafiou o Chefe de Estado, Armando Guebuza, a encontrar-se com o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, a restabelecerem a paz e a tranquilidade perturbadas com o recomeço de ataques, no troço de Muxúnguè-Rio Save, de supostos homens armados do partido da perdiz. Simango disse que o conflito tem a base na exclusão política e económica do partido no poder contra os moçambicanos que não pertencem a sua organização política. Para mostrar que o Presidente da República que é solidário com o povo, deveria, imediatamente, interromper as suas presidências abertas e juntar-se ao povo sofredor. Não é compreensível que entre homens que dizem estão a dialogar e haja divergência de quem vai depositar os consensos alcançados. Se isto está acontecer de tal modo é porque existe má-fé de uma das partes, porque o partido no poder sabe que possui a maioria parlamentar e não toma a dianteira do processo. É o mínimo que se pode esperar de um partido responsável pela vida de uma nação inteira. Esta atitude demonstra, de maneira evidente, que não há boa vontade para que haja um processo verdadeiramente democrático no nosso país.



MDM - Gabinete de Informação

Wednesday, 26 June 2013

Soldados das FADM próximos de Santujira; Rio Tinto parou exportação de carvão

O efectivo de militares, assim como de armamento, não pára de aumentar nas províncias centrais de Manica e Sofala. Informações não oficiais indicam que as Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) cercaram o aeródromo municipal de Gorongosa e estão cada vez mais próximas de controlar a região de Santujira, onde Afonso Dhlakama residente desde Outubro passado. A mineradora Rio Tinto interrompeu a exportação de carvão mineral.
Continua-se a viver em clima de "guerra" na região centro de Moçambique apesar dos últimos ataque armados confirmados terem acontecido na segunda-feira (24). O trânsito de viaturas continua a ser feito à luz do dia e sob forte escolta de soldados das FADM e agentes das Forças de Intervenção Rápida (FIR).
Em Muxúnguè, os cidadãos que não abandonaram o posto admnistrativo, vivem-se em permanente alerta. Esta terça-feira (25) um helicóptero e uma avioneta, cuja origem e ocupantes não foi possível identificar, sobrevoaram durante algum tempo a região.
Sem poder precisar o nosso jornalista na região centro indica que o efectivo de militares das FADM já ultrapassou os mil homens, todos fortemente armados, que poderão estar a preparar um ofensiva ao reduto do líder da Renamo.
Nesta quarta-feira o Tribunal Judicial do Distrito Municipal de KaMpfumo, na capital moçambicana, a legalizou a prisão do brigadeiro Jerónimo Malagueta, chefe do Departamento de Informação da Renamo, que há uma semana fez a declaração de "guerra" do partido de Afonso Dhlakama. Malagueta foi conduzido a Cadeia Central da Machava onde vai aguardar o julgamento.

Rio Tinto parou exportação
A mineradora australiana Rio Tinto refutou notícias que dão conta de um descarrilamento de um comboio seu, no posto administrativo de Dôa, no distrito de Moatize, em resultado da acção de indivíduos desconhecidos que retiraram a agulha que faz o desvio da linha férrea. Contudo a empresa suspendeu a exportação de carvão mineral através da linha de Sena, que conecta a sua mina em Moatize, na província de Tete, ao porto da Beira, na província de Sofala.
Num breve contacto com a nossa reportagem a Rio Tinto, Hélder Ossmane da assessoria de imprensa, disse "Interrompemos as nossas operações na Linha de Sena, enquanto avaliamos a actual situação. A produção na mina de Benga continua."
Entretanto, a mineradora brasileira Vale Moçambique não parou de usar a linha de Sena e continua a exportar carvão mineral. Açucena Paul da assessoria de imprensa afirmou que a Vale Moçambique está alerta "observando os acontecimentos e evitando exposições desnecessárias em zonas de possíveis confrontos ".
A empresa Caminhos de Ferro de Moçambique anunciou a suspensão da venda de bilhetes para os comboios de passageiros, na região centro de Moçambique, devido à insegurança que se vive.

Economia moçambicana continua a resistir à crise financeira mundial - FMI

O Fundo Monetário Internacional (FMI) considera que o desempenho económico e perspectivas económicas de Moçambique continuam sólidos e que o país está preparado para manter um crescimento económico vigoroso a médio prazo.
Esta apreciação foi feita pelo Subdirector-geral e Presidente em exercício do Conselho de Administração desta instituição financeira, Min Zhu, comentando a conclusão das discussões sobre Moçambique ao abrigo do Instrumento de Apoio à Política Económica (PSI) e aprovou o novo instrumento para os próximos três anos.
Segundo o Min Zhu, a economia moçambicana demonstrou resistência à crise financeira mundial, apoiada por políticas macroeconómicas correctas.
“O país está bem preparado para manter o crescimento económico vigoroso no médio prazo como consequência do alargamento da produção no sector de recursos naturais”, considerou aquele responsável do FMI, citado num comunicado de imprensa da instituição recebido hoje pela AIM.
Contudo, o FMI entende que, embora a inflação continue moderada, é preciso manter as pressões inflacionistas sob vigilância constant e as autoridades devem estar preparadas para adoptar políticas mais restritivas caso a inflação ultrapasse as actuais projecções.
“O Plano de Acção para Redução da Pobreza define uma estratégia de desenvolvimento ambiciosa que visa promover o crescimento inclusivo e melhorar os indicadores do desenvolvimento social. A sua ênfase na diversificação económica e criação de empregos é apropriada”, indica o comunicado.
A instituição considera que a estratégia de desenvolvimento do governo precisa de se adaptar ao aumento da contribuição da indústria extractiva para a economia, pelo que será importante continuar a modernizar a administração tributária e a gestão financeira pública.
“O aproveitamento da riqueza dos recursos naturais de Moçambique exigirá um nível elevado de gastos em infra-estruturas. Contudo, é fundamental que o ritmo do investimento público seja compatível com a capacidade de absorção e a sustentabilidade da dívida. Por conseguinte, recomenda-se que as autoridades reforcem a gestão da dívida a médio prazo, bem como a selecção e execução de projectos”, disse Min Zhu.
A fonte acrescentou ainda que o sistema bancário demonstrou seu poder de resistência diante da crise financeira mundial, tendo por isso elogiado as melhorias recentes no quadro de resolução de crises, na supervisão bancária e na legislação contra o branqueamento de capitais.


(RM/AIM)

Eduardo Mulémbwè defende “honestidade” no diálogo entre Governo e Renamo

Maputo (Canalmoz) – Numa altura em que é unânime a ideia de que o diálogo entre o Governo e a Renamo está feito uma espécie de “conversa entre surdos e mudos” sem resultados palpáveis, Joaquim Mulémbwè, antigo presidente da Assembleia... da República, apela à honestidade de ambas as partes para que as conversações produzam resultados palpáveis.
Falando ao Canalmoz nesta terça-feira, na Praça dos Heróis, o antigo número um do parlamento moçambicano disse que a actual situação política do País não é boa. “Todo o moçambicano de bom senso vê para aquilo que acontece como sinal de algo que não está bem no nosso País”.
Para Mulémbwè, é importante usar as celebrações da independência nacional para reflectir sobre o que não está bem no nosso País. “Devemos fazer das celebrações do dia da independência um momento de reflexão que traga caminhos para resolução do problema que temos hoje”.
Sobre as convulsões político-militares que se registam no centro do País, aquele membro sénior do partido Frelimo disse que é preciso procurar caminhos que garantam uma paz efectiva, “uma paz verdadeira e duradoira”.
Para se atingir esse desiderato, segundo disse, é preciso que ambas as partes cedam e sejam honestas nas negociações. “Tudo passa necessariamente, na minha opinião, por um processo que se parece com a mortificação. Cada uma das partes deve saber perder para que dessa morte possamos ressuscitar todos. É preciso um diálogo franco e honesto, para que o povo volte a sentir a paz”, disse Mulémbwè.



(Matias Guente, Canalmoz, Facebook)

Tuesday, 25 June 2013

Mandela: Família e realeza tribal reunidos na aldeia-natal do ex-presidente

Um vasto grupo de familiares do ex-presidente sul-africano Nelson Mandela chegou na manhã desta terça-feira, à aldeia-natal do líder da luta contra o "apartheid", Qunu, situada na província do Cabo Oriental.
Segundo a agência sul-africana de notícias, SAPA, inúmeros membros do clã Mandela, entre os quais os mais importantes chefes da realeza local, os Abathembu, estão reunidos na residência de Mandela para discutirem "questões delicadas", nas palavras de um dos anciães da família, Napilisi, citado pela SAPA.
De acordo com a mesma agência, um dos netos de Nelson Mandela, Ndaba, foi visto no local onde está situado o talhão reservado para a sepultura do antigo presidente, de 94 anos, que se encontra em estado crítico num hospital da capital, Pretória.


Lusa

Querer A Paz Significa Lutar Por Ela

Cada um deve assumir as suas responsabilidades...
Que ninguém tenha ilusões sobre o que se passa em nosso país.
As responsabilidades pelo derramamento de sangue inocente devem ser atribuídas aos nossos políticos.
Quando se diz que existe vontade política para abordar e tratar assuntos nacionais isso deve ser visível e não restarem dúvidas de que os envolvidos de facto querem resolver tais assuntos.
Nos dias de hoje, com ataques nas estradas do país, com conversações entupidas entre o governo e a Renamo alguma coisa tem de ser dita de forma veemente.
Numa casa existe uma estrutura ou cadeia de responsabilidade inalienável. Governar significa possuir visão e coerência de assumir o pacote na íntegra. O que é bom, as regalias, as mordomias, os salários, o poder intrínseco estão associados a responsabilidade, deveres e obrigações concretas. Uma das obrigações é trabalhar todos os dias para o bem-estar dos cidadãos, garatindo que a estabilidade e segurança sejam vividas pelos cidadãos, que as leis sejam cumpridas por todos e que o respeito pelos direitos humanos seja uma constante. Essa tarefa é do governo independentemente da situação vivida. Não se admite nem se equaciona que o governo possa delegar ou desistir de fazer o que lhe compete.
Se a mãe dos actuais conflitos é há já muito conhecida importa responsabilizar as partes com objectividade e deixarmos de enganar os cidadãos com supostas razões legais ou outras que não resistem a análise pois na verdade constituem malabarismos justificativos sem consistência nem coerência.
Os problemas de hoje têm a idade do AGP.
Quem não cumpriu deve ser responsabilizado de uma forma dinâmica. Discutir abertamente os pontos em desacordo, de forma patriótica é que se exige aos negociadoresde ambos os lados. Se não possuem experiência socorram-se ao que existe no país e em caso de esgotamento tragam pessoas de gabarito e credibilidade como Desmond Tutu ou Kofii Anan para ajudar. Sem complexos nem orguulho infundado vamos conversar e dissecar todos os problemas que existem no lugar de fingir que não existem.
Uma das consequências da excessiva centralização do poder revela-se quando se procuram soluções como no presente caso. Um Parlamento esvaiado de iniciativa e funcionando com base na ditadura do voto, demasiado influenciado pelas lideranças partidárias, associado a um sistema judicial dependente em excesso do executivo travam a iniciativa institucional e colocam o país numa paralisia efectiva.
É ilusão pretender que as culpas residem na Renamo e que do lado do governo tudo está perfeito e sendo conduzido de modo realístico.
Sabe-se que o governo de Joaquim Chissano assinou o AGP com a Renamo e que AEG, actual PR era negociador chefe do governo. Decerto que ele não pode dizer que ignora as bases de reclamação apresentadas pela Renamo.
Nesse sentido o que os moçammbicanos pretendem é que o governo assuma as suas responsabilidades básicas, aceite abordar o que não foi atempadamente  resolvido  e que se deixe de demagogia ou manobras dilatórias. Da parte da Renamo queremos ver este partido assumindo as suas
responsabilidades históricas e aceittar que se o AGP descarriluou ou não foi integralmentte cumprido  também possui culpas no cartório ao ter aceite adiamento de implementação na íntegra do articulado no AGP.
Ambos tanto o governo e seu partido de suporte a Frelimo como a Renamo devem ser capazes de tranquilizar os moçambicanos pois esse é o maior interesse dos cidadãos governados.
Tem de ficar claro que os governantes não são superiores aos governados e que cabe a estes governantes cumprirem a vontade dos governados. A Paz é o que os governaddos desejam e exigem.
Só isso e não considerações ou estratégias que revelam agendas sinistras, privadas e obscuras. Os interesses dos moçambicanos superam os privados ou partidários.

O AUTARCA – 24.06.2013, citado no Moçambique para todos

Monday, 24 June 2013

Mais um impasse no diálogo entre Governo e Renamo?

A sétima ronda de negociações entre o Governo e a Renamo teve lugar esta segunda-feira (24) e terminou sem que as partes tivessem chegado a um consenso sobre o pacote eleitoral, o primeiro ponto dos quatros que a Renamo pretende que sejam discutidos.
Depois de nas rondas anteriores ter-se discutido, sem consenso, sobre quem devia submeter o documento final à Assembleia da República (AR) sobre a proposta de revisão do pacote eleitoral a delegação da Renamo, chefiada por Saimene Macuiane, diz estar disposta a submeter, ela mesma, o documento final sobre a revisão do pacote eleitoral, entretanto, não concorda com o conteúdo constante no mesmo.
Este não especificou a referido conteúdo afirmou somente que o documento a ser submetido à Assembleia da República “deve ser produto de consenso entre ambas partes.
Por sua vez, o chefe da delegação governamental, José Pacheco, esclareceu que o ponto de discórdia, nesta sétima sessão de negociações, surge pelo facto de a delegação da Renamo pretender que haja “um comando do Governo a ordenar a Assembleia da República (AR) a aprovar a proposta que será submetida ao Parlamento.”
Esta exigência é recusada pela equipa do Governo que entende que o mesmo constitui uma ameaça contra o princípio de separação de poderes vigente no País.
É que a AR é o mais alto órgão legislativo no poaís e independente de outros poderes, daí que “o Governo não pode ordenar a AR para receber e fazer passar a proposta.”
Assim, e com este novo impasse, o terceiro em três rondas, as negociações continuaram sobre o pacote eleitoral, pois segundo sempre avançou Saimone Macuiane, só se poderá passar para outro ponto da agenda depois que este for resolvido consensualmente.
Segundo o líder da delegação governamental dos pontos levantados pela Renamo sobre o pacote eleitoral, as partes chegaram a conclusão de que os mesmos são relevantes, pertinentes, oportunos e urgentes para a manutenção de um clima de paz, justiça social, democracia e realização de eleições livres, justas e transparentes.
Pacheco disse ainda que na ronda desta segunda-feira a delegação da Renamo levou à mesa de negociações um documento com seis pontos sobre o que pretende ver revisto no pacote eleitoral. Destes pontos a partes concordaram em quatros pontos. Um dos pontos recusados pela delegação governamental é referente à proposta de uma nova calendarização das eleições.



A Verdade

Agora reporta-se sete mortos das forças militares do Governo

O Governo acaba de confirmar o ataque militar desta manhã, desta vez contra um cortejo militar, que ocorreu no troço entre Rio Save e Inchope.
O ministro José Pacheco disse que a coluna militar escoltava veículos civis. Pacheco falava esta tarde no Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano e mais uma ve...z atribuiu o ataque a Renamo.
Informações de última hora apontam para a morte de sete militares que depois de atacada a coluna "fizeram perseguição aos homens armados nas matas".
O ministro disse que não tem detalhes sobre a ocorrência.
"Não tenho detalhes sobre as circunstâncias em que ocorreu o ataque nem as suas consequências" disse o ministro Pacheco quando questionado pelo Canalmoz adiantando apenas dizer que "ainda hoje registámos ataques contra transportes de passageiros no troço Rio Save-Muxúnguè".




(Bernardo Álvaro, Canalmoz)

Transporte de passageiros suspenso em comboios do centro de Moçambique devido à insegurança

Tete, Moçambique, 24 jun (Lusa) - A empresa Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) anunciou hoje a suspensão da circulação de comboios de passageiros na província de Tete, centro de Moçambique, devido à insegurança que se vive na região.
Três pessoas morreram e seis ficaram feridas, na sequência de ataques perpetrados na última sexta-feira por alegados homens armados da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), o principal partido da oposição.
Os ataques seguiram-se à declaração do partido de que iria impedir a circulação rodoviária e ferroviária no centro do país para travar um alegado reforço do exército e da polícia na antiga base central do movimento, onde vive atualmente o presidente desta força política, Afonso Dhlakama.
Em declarações à Lusa em Maputo, o representante dos CFM na província de Tete, Nelson Semente, disse que a empresa parou o transporte de passageiros devido à insegurança na região.
"Apesar de não ter havido ainda nenhum ataque aos comboios, esta medida visa evitar que aconteçam casos similares aos das viaturas atacadas e perda de vidas humanas", frisou o representante dos CFM.
A circulação rodoviária na estrada que liga as três regiões do país é feita com escolta de equipas mistas da polícia e do exército no centro de Moçambique, devido à instabilidade que se verifica na zona.



Lusa

Paz depende apenas de Guebuza


Por Edwin Hounnou
É preciso que a Frelimo afaste este cálice de sangue da boca do povo. A experiência da guerra dos 16 anos, que opunha o partido Frelimo às forças da RENAMO, recomenda que os dirigentes do Estado tenham bom senso na gestão da paz. Cabe ao governo a responsabilizar de manter a paz. O povo não vai perdoar a quem deixar o país resvalar para uma nova guerra. Nada justifica que o país volte a ser regado de sangue de pobres. O povo quer paz e desenvolvimento. Quer fazer a sua machamba e vender a sua mandioca, mapira, feijão ao longo das estradas sem medo. Espera ver o seu menino sorrir, crescer e a jogar a cabra-cega. 
A Renamo não está a exigir nada de extraordinário. Quer ver paridade nos órgãos eleitorais para que todos partam das mesmas circunstâncias. A Renamo exige que todos os cidadãos moçambicanos tenham as mesmas oportunidades de acesso à riqueza nacional, até agora reservada só a dirigentes superiores do partido Frelimo e dos governantes. Em democracia, é justo que o Estado seja despartidarizado, diferente do nosso Estado que se encontra aprisionado pelo partido governamental. O Estado não pode ser um comité do partido Frelimo. É justo que se exija acabar com isso. Todos nós queremos um estado que serve os interesses de todos os moçambicanos. 
O partido Frelimo e o seu governo não podem recusar uma exigência constitucional, sob pena de ser descartado nestas eleições, se elas forem, de facto, justas e transparentes. Mas, pelo curso do recenseamento, conclui-se que elas não serão justas nem transparentes e, como sempre, a subserviente Polícia de Intervenção Rápida será chamada para garantir a vitória da Frelimo, sob o olhar cúmplice dos representantes da comunidade internacional que enganam os seus povos com falsos relatórios. A Frelimo tem que entender que o país pertence aos moçambicanos e não é uma coutada de um grupo de indivíduos privilegiados que abocanham os seus recursos naturais.     
O Presidente Armando Guebuza ao recusar a paridade nos órgãos eleitorais, está a jogar gasolina para a fogueira que consume a paz. Ao ignorar os apelos para despartidarizar o Estado, o Presidente está a discriminar milhares de moçambicanos que trabalham nos serviços públicos e têm uma visão política diferente da do seu partido. O Estado não é da Frelimo. Os funcionários públicos trabalharem no Estado, mas isso não implica que sejam da Frelimo. A Frelimo e o Estado são entidades diferentes. A Frelimo é uma organização de um grupo de pessoas enquanto o Estado pertence a toda a comunidade.      
O Presidente ao persistir na sua arrogância, os empobrecidos pelas políticas incorrectas do governo poderão subir para o ringue por acharem que já não têm nada a perder porque o pouco que esperavam não o terão nunca mais. A instabilidade por que o país passa, agora, se deve à arrogância do governo que confia mais nas armas que na sabedoria do povo que grita pela paz. A paz depende muito mais de Guebuza que de Dhlakama.    

Governo abate o elo mais fraco


Por Edwin Hounnou
A prisão pela polícia, a 21 de Junho corrente, do brigadeiro Jerónimo Malagueta, Deputado da Assembleia da República e chefe do Departamento de Informação do partido Renamo, por, apenas, ter lido a mensagem do seu partido a anunciar que vai fechar a circulação de viaturas no troço Rio Save/Muxúngue, em Sofala e a linha de Sena, através da qual é evacuado o carvão de Moatize para o Porto da Beira, é uma atitude cobarde do governo que mete a cabeça na areia, como faz uma avestruz apavorada, para não ter que enfrentar os graves problemas por que o país passa. Esta postura é pouco digna do governo de Armando Guebuza compara-se a búfalo ferido, que destrói tudo quanto lhe apareça pela frente.
A mensagem é da Renamo na qual comunica a sua decisão de como vai pressionar o governo e não reflecte a opinião pessoal de Magueta. Atirar a culpa pelo agudizar da situação por cima dos ombros de Malagueta, é sinal de fraqueza e tem medo de fazer frente aos problemas que andou a semear ao longo de vários anos de injustiça. A Renamo é representada tanto dentro país como no plano internacional pelo seu líder, Afonso Dhlakama. A polícia, podendo, teria que se deslocar à Santugira, nas proximidades da Serra de Gorongosa, para notificar Afonso Dhlakama para comparecer a um agente da Polícia de Investigação Criminal, a fim de responder em auto de perguntas. Um porta-voz não deve ser confundido com o dono da mensagem.
O povo quer paz para desenvolver o país e fica zangado com os dirigentes que estão indiferentes ao seu sofrimento, continuam a passear pelo Moçambique como se nada de anormal estivesse a acontecer. Tanto os militantes da Frelimo quanto a Renamo desejam que o país não volte a descambar na guerra. O povo está desgostoso pela palhaçada de um suposto diálogo que serve para entreter os cidadãos mais distraídos porque aquilo é uma brincadeira. A falta de vontade política de ver sanado o diferendo que separa o governo e a Renamo, junta-se a um recenseamento eleitoral intencionalmente desorganizado que ajuda a afastar o eleitorado das eleições. A culpa pela derrapagem da paz recai para um governo casmurro e apático.   
O governo tem que parar de promover manifestações folclóricas por serem uma farsa. Quando a FIR ataca e ocupa as sedes da Renamo não se vê nenhuma manifestação de repulsa nem promoção de marchas e de orações pela paz. Quando militantes da Frelimo queimam as delegações do MDM, vandalizam os símbolos dos partidos da oposição e interditam as suas actividades políticas, nenhum pastor ou sheik faz uma oração pelo fim de práticas antidemocráticas da Frelimo, mas, os mesmos marcham com bandeiras brancas a pedir paz.   
O Presidente Guebuza não está interessado na paz. Confia nas novas armas que o governo está a importar para silenciar a oposição. Ele esquece-se de que nenhuma arma vence um povo determinado a livrar-se de carraças, por mais poderosa que seja. Assim o confirma a recente História da Humanidade.   

Sunday, 23 June 2013

Nelson Mandela em "estado crítico" - Presidência sul-africana

O antigo presidente sul-africano Nelson Mandela, internado para tratamento a infecção pulmonar recorrente, encontra-se "agora em estado crítico", anunciou hoje a presidência da África do Sul.
"O estado do antigo presidente Nelson Mandela, que ainda se encontra hospitalizado em Pretória, é crítico", disse Mac Maharaj, porta-voz da presidência sul-africana, em comunicado.

@Lusa

Este país precisa de cidadãos

Na leitura do informe sobre o Estado da Nação, o Presidente da República falou sobre um país que caminha célere rumo ao progresso. Armando Guebuza explicou que os recursos naturais não geram riqueza imediata. Na altura ficámos com a impressão de que o Presidente vive num mundo à parte ou fecha os olhos aos reiais problemas do país.
O argumento usado para rebater os dados estatísticos que dizem que empobrecemos e que somos o quarto pior país do mundo veio pronto: “Vocês não conhecem o país real”, atiram alguns papagaios atentos que andam pelo país graças aos nossos impostos.
Em discursos floreados falaram-nos de um país que progride, mas que os nossos olhos, centrados na capital do país e nas capitais provinciais, não enxergavam. Cruzamos os braços e resignamo-nos diante da nossa incapacidade de palmilhar o país profundo. No entanto, as deslocações dos nossos repórteres ao país real, aquele que desconhecíamos e, por isso, não tínhamos autorização para dele falar, revelaram que o país realmente cresceu, mas deixaram claro que a pobreza, essa, é uma mancha cada vez maior sobre os moçambicanos.
No entanto, nesse mesmo país real desconhecem- -se direitos. Ou seja, a culpa da ausência de medicamentos não se cinge, para os residentes desses locais onde a informação passa de olhos vendados, às más políticas do Governo do dia. A inexistência de um posto de saúde é um problema do próprio povo que, em período eleitoral, agradece como se de um bênção se tratasse a capulana ou camiseta com o rosto de um político qualquer que lhe impingem. A construção de uma escola não é, para estes residentes, uma obrigação do Governo.
Neste país ninguém lê manifestos ou cobra promessas. Aqui não se exige nada. Aliás, a única coisa que os residentes destas parcelas do país pedem é chuva para irrigar os campos. Vivem literalmente do que a terra dá. O resto pouco importa porque não serve para semear. O servidor público, aqui neste país, não é ninguém se não trouxer algo que sirva para distrair estes cidadãos que desconhecem direitos.
O Estado da Nação continuará bom enquanto estes cidadãos não perceberem que os seus direitos não têm de ser ditados pela natureza. Quando eles compreenderem que uma escola não significa uma caridade de um senhor todo- poderoso de 4x4 ou de helicóptero.
A greve dos médicos, dos madgermanes e dos desmobilizados de guerra provam que o índice de cidadania continua a crescer nos espaços onde a informação corre célere e desgarrada. Mas lá no país onde o Facebook não chegou é que é preciso implantar a cidadania.
Não adianta semear a revolta aqui se nos outros espaços o voto pode ser comprado com um capulana ou com a imponência de um homem que desce dos céus. Portanto, não é preciso que o Estado da Nação seja mau para que os moçambicanos acordem. É preciso que eles acordem para que o Estado da Nação represente um perigo para o futuro de quem lhe tornou um desastre...



Editorial, A Verdade

Saturday, 22 June 2013

"Resta agora fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para que esta loucura pare o mais rapidamente possível"

Olá Joaquim
Espero que estejas de saúde. Do meu lado tudo bem.
O que não está nada bem é a situação do nosso país.
Depois da declaração do brigadeiro Jerónimo Malagueta, segundo o qual a Renamo vai cortar, a partir de 20 de Junho, a circulação na Estrada Nacional n.º 1 e na linha férrea de Moatize para a Beira, pode-se dizer que voltámos a estar em guerra civil. O que, como podes imaginar, é péssimo.
E, embora o brigadeiro Malagueta tenha negado a autoria da Renamo no assalto ao paiol de Savane, eu creio que a guerra começou, de facto, com esse acto.
Resta agora fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para que esta loucura pare o mais rapidamente possível.
Mas tenho que dizer que tenho poucas esperanças de que isso vá acontecer, devido a tudo o que se foi passando nos últimos meses.
Desde Setembro do ano passado, quando a direcção da Renamo se reuniu em Quelimane, que foi visível uma mudança importante no interior daquele partido, com perda de força da ala política, representada por Afonso Dhlakama, e crescimento de protagonismo da ala militar, nomeadamente os ex-generais da guerra dos 16 anos. É nessa altura que se passa a colocar claramente as exigências de que o Governo negoceie, seriamente, uma série de reivindicações, sob pena de se voltar à guerra.
E muitos de nós alertámos para o grave risco para a paz que representava a posição de total intransigência do Executivo de Armando Guebuza.
Foram muitos e repetidos os avisos que, no entanto, parecem ter caído em orelhas moucas. E o resultado é termos chegado à situação a que chegámos.
Será que agora, com a pressão militar no terreno, as negociações entre o Governo e a Renamo vão, finalmente, começar a dar resultados? Ou será que vai continuar o diálogo de surdos? E, neste segundo caso, vai haver derramamento de sangue dos moçambicanos e o caos na nossa economia?
Creio que é altura de a sociedade civil se levantar, em peso, para exigir responsabilidade a quem parece não ter nenhuma. Dos dois lados do conflito.
Não podemos permitir que políticos medíocres e incompetentes arrastem o país para o desastre devido a ganâncias, pessoais e de grupo, por um lado, e reivindicações incompetentemente geridas, por outro.
O partido Frelimo, apesar de todas as transformações e deformações por que passou, tem gente séria no seu interior e deve mobilizar-se para fazer a sua direcção parar com o actual desgoverno.
A Renamo tem uma ala política que raciocina e toma posições sem ser apenas pegar em armas e colocar os dedos nos gatilhos.
São esses quem deve falar neste momento.
Não os falcões dos dois lados. Quando aparece um responsavel pela informação de um partido que é, ao mesmo tempo, um brigadeiro, as coisas foram claramente longe de mais.
Apesar dos dois protagonistas do problema e, se necessário, contra os dois, a sociedade civil tem que fazer parar isto.
Um abraço para ti do

Machado da Graça
CORREIO DA MANHÃ – 21.06.2013, citado no Moçambique para todos

Em Moçambique, académicos pedem ao Governo para que apoie os esforços de diálogo

Em Moçambique, académicos pedem ao Governo para que se humilhe pelo povo e apoie os esforços de diálogo e faça a sua parte para acabar com o sofrimento do povo, por causa de ataques como os de Muxungoe e Dondo, na provincia de Sofala.
“A tensão é alta, a intolerância é alta, o diálogo é muito fraco, as conversações entre a Frelimo e a Renamo não estão a produzir qualquer resultado, e agora estão a acumular-se pequenos conflitos aqui e acolá, mas sempre em crescendo e sempre com consequências de perdas de vidas humanas”, disse o economista Luis Magaço.
Na sua opinião, estes acontecimentos vão produzir maus resultados para a imagem do país. “Quando formos avaliados nos vários índices de desenvolvimento e dos índices de fazer negocio, vamos cair - já caímos 13 lugares este ano, e vamos cair ainda mais”.

Magaço afirmou ainda que por causa destes ataques, Moçambique não será destino dos pequenos, mas de grandes investimentos por causa dos recursos naturais, “e isso não é boa notícia, porque os mega projectos geram muita riqueza e muita liquidez, mas não geram bem-estar. O que nós precisamos é de pequenas e médias empresas, e estas estão muito condicionadas à segurança e estabilidade no país”.
Para o economista, isto vai piorar a vida da população e afectar as empresas, como a vale, que na sequência do ataque ao paiol do Dondo, teve que suspender a movimentação de comboios, “e esta notícia vai circular o mundo inteiro”.
“Moçambique não quer, depois de tantos anos de sofrimento e a viver um período de Gloria e de progresso, voltar aos anos passados. Infelizmente constato que não há espaço para dialogo e só há espaço para conflito; alguém tenta assumir o protagonismo do diálogo; peço ao Governo que faça a sua parte e se humilhe um pouco pelo povo e possa apoiar o esforço do diálogo porque isto não pode continuar assim, quem sofre e o povo”, considerou Luis Magaço.
Por seu turno, o académico Brazão Mazula lamentou o facto de o Governo e a Renamo estarem a distanciar-se cada vez mais desde a realização das primeiras eleições multipartidárias em Moçambique.
“Depois de 20 anos de paz, torna-se muito difícil compreender esta atitude das duas partes, que provoca o sofrimento do povo”.
Na opinião de Lazaro Mabunda, os ataques de Muxungoe e Dondo podem fazer com que muitas pessoas não exerçam o seu direito de voto nas próximas eleições em Moçambique.



Paz acima de tudo!

O ACORDO Geral de Paz foi o que os moçambicanos melhor fizeram para que pusessem fim as hostilidades. Hoje, 21 anos depois que as armas calaram, Moçambique começa viver em ambiente de instabilidade que ameaça a paz, a segurança, a estabilidade e a confiança pelo seu futuro, conquistada ao longo deste período.
 
O ódio, a intolerância, a vingança e a violência que prevaleciam no seio das partes beligerantes, estão a começar a aparecer na flor da pele, depois que os métodos democráticos estão sendo postas de lado, recorrendo-se a as armas para forçar posicionamentos políticos. A liberdade de expressão, de associação, de opinião, de imprensa e tudo quanto a democracia permite, não estão a ser suficientes para criar um ambiente de paz e concórdia entre os moçambicanos.
Já vão 21 anos que os moçambicanos deixaram de acordar aos tiroteios, de barbaridades, lhes empresta um certo alento. A pobreza que continuava assim a ser o nosso principal inimigo na actualidade contra a qual tudo deveríamos continuar a fazer visando a sua erradicação, está sendo acrescida por actos de violência armada que estão a emergir.
Na verdade, não há paz numa situação de pobreza e não há harmonia com fome. Uma vez identificado o nosso inimigo agora, deveríamos sim dedicar todas as atenções a este novo inimigo, devendo o Governo e a RENAMO discutirem as suas diferenças em ambiente próprio, sem precisar de renovar o luto, a dor e a angústia que já íamos esquecendo.
Quero aqui e agora aproveitar a oportunidade para lançar um apelo as partes (GOVERNO/RENAMO) no sentido de perceberem que o povo não deve continuar a ser o colchão das suas diferenças, das suas intolerâncias, da falta de união na diversidade. O sofrimento do passado deve nos ensinar a sermos cada vez mais sensatos e opostos a ideias belicistas e de intolerância.
O que deve mudar aqui, na minha singela opinião é a postura das lideranças as quais, provavelmente, não estarão a avaliar de forma mais suscita, correcta e sensata a tendência da opinião pública e dos “opinion mecas”.
Na verdade ninguém quer a guerra, dai que todos querem que se alcancem consensos satisfatórios a prevalência da paz, da unidade nacional, da tolerância e da convivência sã e harmoniosa. Em nome da democracia, da tolerância, da compressão e da convivência multipartidária, não vejo o que leva aos desacordos.
Uma vez termos aceitado a paz, seria justo que continuássemos a festejá-la, a consolidá-la e a lutar pela sua defesa e manutenção. As trocas de tiros, assassinatos, assaltos e roubo de material bélico, as ameaças de interromper a circulação de pessoas e bens, não devem prevalecer.
Que haja flexibilidade na analise e solução das diferenças e m nome da paz, da nossa cidadania, da democracia, da coesão e unidade na diversidade e em nome da tolerância. Viva a paz! Que a paz esteja acima de todos os outros interesses. Por cima da paz não deve haver nada mais importante.

Friday, 21 June 2013

RENAMO CONFIRMA DETENÇÃO DE JERÓNIMO MALAGUETA

A Renamo, maior partido da oposição em Moçambique, confirmou a detenção de Jerónimo Malagueta, ocorrida na manhã de hoje, em Maputo, membro desta força política, que anunciou, na última quarta-feira, a intenção de interditar a circulação normal de pessoas e bens ao longo da Estrada Nacional Número Um (EN1), entre o Rio Save e Muxúnguè.
A medida foi interpretada em vários círculos de opinião da sociedade como uma “declaração de guerra”, aliás na própria conferência de imprensa Malagueta foi questionado se a decisão da Renamo não constituía coisa igual, pergunta que ele declinou responder.
No entanto, na conferência de imprensa havida esta manhã, Rahil Khan, Coordenador Político da Renamo para a Região Sul, disse que Malagueta foi detido a saída de casa na zona cimento da cidade, por homens não identificados que o levaram a Polícia de Investigação Criminal (PIC).
Sem quantificar o número de homens que levaram a cabo a operação, Khan disse que a força política não viu sequer uma notificação chamando aquele brigadeiro Malagueta para responder pelas declarações que proferiu naquela ocasião, muito menos saber o seu actual paradeiro.
“Não sabemos se eram todos homens da mesma instituição, mas se ele fez aqui neste lugar as declarações que fez competia aos tais serviços se são da Polícia de Investigação Criminal (PIC) ou do Sistema de Informação e Segurança do Estado (SISE) notificar o partido para mandar chamar o brigadeiro”, explicou o coordenador. 
A fonte, que lamenta o sucedido, disse porém que o mais recente episódio não comprometerá o diálogo em curso entre o governo e a Renamo, pelo contrário adiciona mais um elemento que será levado ao próximo encontro.



 (AIM)

Quatro ataques, dois mortos e cinco feridos esta manhã na EN1, trânsito condicionado no centro de Moçambique

Dois mortos e cinco feridos é o balanço preliminar de pelo menos quatro ataques de homens armados a um autocarro e a três camiões que transitavam durante a manhã desta sexta-feira (21) na estrada nacional nº 1, entre o rio Save e o distrito de Muxúnguè.
Na sequência deste ataque o trânsito rodoviário está condicionado à escolta militar a partir da ponte sobre o rio Save até Muxúnguè, no centro de Moçambique, e no sentido inverso.
Segundo uma testemunha no local dezenas de viaturas ligeiras e camiões aglomeram-se nas proximidades da ponte sobre o rio Save com receio de prosseguir viagem.

Ataques
O primeiro ataque que conseguimos confirmar aconteceu pouco depois das 6 horas na ponte sobre o rio Ripembe, no distrito de Machanga, e atingiu um autocarro de passageiros, da empresa privada Etrago, que fazia o trajecto Maputo para Quelimane. O autocarro foi atingido por três tiros, segundo o Administrador do distrito de Chibabava, em declarações ao nosso jornalista, e só a perícia do motorista garantiu a continuidade da viagem quando os homens armados abriram fogo.
No mesmo local um camião da empresa privada TCO foi atacado tendo-se despistado em direcção a mata onde pegou fogo. Duas pessoas foram baleadas mortalmente, uma delas, o motorista, ficou mesmo carbonizado, e um outra ficou ferida.
Há indicação de terem ocorrido outros dois ataques a camiões, esta manhã no troço entre o Save e o Muxúnguè, onde terão ficado feridos pelo menos mais três cidadãos moçambicanos.
Até este momento, não houve nenhuma reacção oficial das autoridades governamentais sobre estes acontecimentos.
O Presidente da República e Comandante em Chefe das Forças Armadas de Defesa e Segurança, Armando Guebuza, continua na província nortenha do Niassa em presidência aberta.

Porta-voz da Renamo detido
Nas primeiras horas desta sexta-feira o brigadeiro Jerónimo Malagueta, chefe do Departamento de Informação da Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique, foi detido em circunstâncias ainda não esclarecidas. Rahil Khan, Coordenador político da Renamo na região sul, classificou a detenção de "rapto político" pois não há indicação sobre que autoridades procederam a detenção nem se havia mandato de captura.
Khan acrescentou que esta detenção "vem prejudicar todo o processo das negociações em curso".
Jerónimo Malagueta foi o porta-voz da declaração de "guerra" nesta quarta-feira (19) quando anunciou que as forças armadas do seu partido iriam impedir o trânsito rodoviário nesta Estrada que liga o Sul ao Centro e ao Norte do país, no troço entre o Save e Muxúnguè, como forma de impedir os movimentos de militares governamentais em direcção à Satungira, onde o seu líder, Afonso Dhlakama, reside desde os finais do ano passado.
“As forças da Renamo vão-se posicionar para impedir a circulação de viaturas transportando pessoas e bens, porque o Governo usa essas viaturas para transportar armamento e militares à paisana, para se concentrarem nas proximidades de Satungira para o ataque ao presidente da Renamo”, disse na altura Jerónimo Malagueta.
Sobre os ataques desta manhã Rahil Khan não confirmou ter sido perpetrado por homens da Renamo contudo afirmou que "a Renamo informou que a via seria interdita".
Khan acrescentou que o seu partido continua disponível para prosseguir as negociações com o Governo de Moçambique já na próxima segunda-feira (24).
O porta voz da Polícia da República de Moçambique (PRM), Pedro Cossa, confirmou que a corporação deteve o Jerónimo Malagueta à saída da sua residência em Maputo devido à declaração de "guerra" desta semana. Segundo Cossa o brigadeiro da Renamo está detido numa das Unidades prisionais da capital moçambicana.
Falando no final da manhã, em conferência de imprensa, Pedro Cossa afirmou que os ataques foram protagonizados por homens armados da Renamo e confirmou a morte de dois cidadãos moçambicanos, um camionista e o seu ajudante, e cinco feridos na sequência dos ataques a dois camiões e um autocarro de passageiros.

Médicos admitem voltar à greve

Se o Governo não olhar para o factor motivacional na “Saúde”

-“... se for o último recurso legal para fazer valer a nossa causa poderá acontecer”, afirma o presidente da Associação Médica de Moçambique (AMM), Jorge Arroz.


Poucos dias depois do retorno ao trabalho em decorrência da greve que durou 27 dias, a Associação Médica de Moçambique (AMM)  pondera voltar a paralisar as actividades, caso o Governo não satisfaça o caderno reivindicativo da classe.  Neste momento, os médicos  confessam estar com  baixo índice motivacional.
Arroz falava ontem em Maputo depois de o Governo não olhar para o factor motivacional na “Saúde”.
Os índices motivacionais dos  médicos e outros  profissionais de saúde  baixaram, depois que o “Governo ignorou as exigências da classe” e “continua a intimidar e a cortar injustamente salários aos profissionais de saúde”, disse Arroz.

Greve silenciosa

Continuam descontos salariais  e intimidações
CNDH promete analisar as queixas da AMM




Canalmoz. Leia aqui.

Mais uma ronda negocial entre o Governo e a Renamo

O GOVERNO manifestou a disponibilidade de reunir com a Renamo. A seguir, nos termos do nº4 do artigo 13 da Lei 18/91, de 10 de Agosto, que aprova a Lei de Imprensa, publicamos na íntegra a nota oficiosa do Governo ontem recebida na nossa Redacção.
              
“O Governo manifestou a disponibilidade de reunir com a Renamo no dia 24 de Junho de 2013, às 9 horas, no Centro de Conferências Joaquim Chissano, na cidade de Maputo”.


Notícias

“O direito à greve dos médicos é legal e legítimo”

De acordo com a Liga dos Direitos Humanos (LDH) e a Associação Médica de Moçambique (AMM), a greve é um direito constitucionalmente consagrado e nada impede o seu exercício desde que não viole a lei.
No presente caso, referem, os médicos não praticaram nenhuma irregularidade que justifique a instauração de processo disciplinar nos termos da lei, senão vejamos: Os médicos e os profissionais de saúde convocaram esta greve por meio de aviso prévio datado de 13 de Maio do ano corrente, dirigido ao Ministério da Saúde e ao Ministério da Função Pública, pelo que as autoridades públicas não foram surpreendidas.
Tal aviso prévio foi acompanhado dum caderno reivindicativo e a convocação desta greve fundava-se no não cumprimento, pelo Governo, das cláusulas do acordo celebrado entre o MISAU e a AMM no dia 15 de Janeiro de 2013.
O incumprimento deste acordo consistiu na reprovação colectiva e administrativa, através do Despacho 01/FM/2013, dos médicos estagiários, estudantes do 6º ano do curso de Medicina, que participaram da greve dos médicos em Janeiro do ano corrente; na não submissão do Estatuto do Médico à apreciação da Assembleia da República na sua primeira Sessão de 2013 e na falta de informação sobre o seu estágio, no não aumento salarial na base do princípio de equidade e no desrespeito do prazo do acordo.