Thursday, 29 January 2009

Mugabe é um ditador!

Robert Mugabe, presidente ilegítimo do Zimbabwe, há 29 anos no poder, que se fez eleger ao cargo, a 27 de Junho de 2008, promovendo violência, sem precedente, contra o seu adversário, Morgan Tsvangirai, com quem havia empatado no primeiro turno eleitoral, é pernicioso à democracia e destabiliza, de forma generalizada, a Austral de África. Alguns dirigentes dos países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, SADC, nomeadamente, o Presidente Armando Guebuza e o antigo do Estado sul-africano, Thabo Mbeki, privilegiam as suas amizades pessoais com o ditador de Harare, em detrimento do povo do Zimbabwe, que vive sob o jugo de um regime déspota e retrógrado.
Mugabe não respeita a vontade do povo que o preteriu, escolhendo Tsvangirai, para dirigir os seus destinos. Se antes o povo zimbabweano era oprimido pelo colonialismo britânico, agora, vive debaixo de um regime desumano. Nos últimos tempos, o antigo primeiro-ministro do governo minoritário da Rodésia, Ian Smith, desafiava Mugabe a saírem, os dois, à rua, sem protecção policial, a ver quem, de entre eles, levaria o primeiro tiro. Mugabe virou um grande inimigo do povo, que os zimbabweanos não perderiam uma única oca-sião para afastar e abater.
Quando Mugabe chegou ao poder, o país tinha os cofres cheios de dinheiro e os silos abarrotados de cereais. Nas prateleiras das lojas havia comida para todos. Ninguém pensava atravessar a fronteira à busca de óleo de cozinha, arroz e farinha de milho. A esposa de Mugabe é vista em terras bem distantes, a fazer compras e pontapeando jornalistas. Os zimbabweanos orgulhavamse de ser de um país que contribuía para a comunidade das nações. Agora, é um pedinte de ajuda internacional e o seu povo está em debandada pelos territories vizinhos, fugindo da fome, opressão e fustigado pela cólera.
Robert Mugabe está obcecado pelo poder absoluto. Seduziu Joshua Nkomo, líder da ZAPU, para uma união, ZANU-Frente Patriota. Para enganá-lo, nomeou-o vice-presidente corta-fitas, tendo-o perseguido de tal forma que acabou se refugiando no Reino Unido. Está a ensaiar a mesma táctica com Morgan Tsvangirai. Tanto o caminho da violência quanto à política de andar a dizer que esses aqui são agentes do imperialismo não colou, enveredou pela via negocial aparente, a ver se o seu adversário põe o pé na armadilha, fazendo dele um primeiro-ministro decorativo, desferindo-lhe um golpe final.
O apoio do Executivo de Guebuza ao regime de Mugabe é inequívoco. Na Ponta Vermelha, Morgan foi humilhado a ter que passar por um detector de metais enquanto a delegação da ZANU foi recebida com pompas e circunstância. O governo de Moçambique não toma posição de firmeza contra o regime de Mugabe, mesmo quando Tsvangirai ia sucumbindo às chicotadas da bufaria. Estes não são só problemas dos zimbabweanos, mas, também, dizem respeito aos moçambicanos, basta ver o estado de desolação do corredor da Beira e linha Maputo-Chicualacuala.

( Edwin Hounnou, em A Tribuna Fax de 28/01/09 )

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