Wednesday 21 April 2010

Governo cede Marinha de Guerra ao Grupo MBS

O Governo moçambicano acaba de ceder o espaço onde actualmente funciona o Comando da Marinha de Guerra na cidade de Maputo ao Grupo MBS. Localizado na baixa da capital moçambicana e com uma vista para o outro lado da baía, o espaço militar será transformado em um hotel de cinco estrelas, mais um parque de estacionamento para cerca de 1500 viaturas. A edificação dessas duas infra-estruturas será o culminar do majestoso projecto comercial do grupo empresarial que iniciou com a construção do Maputo Shopping.
A cedência foi oficializada há dias através da assinatura de um acordo entre o Governo moçambicano – representado pelos ministérios da Defesa Nacional e dos Transportes e Comunicações, Conselho Municipal da Cidade de Maputo e o Grupo MBS. As negociações entre as partes duraram aproximadamente três anos e o entendimento surge numa altura em que a baixa da cidade se tornou o foco de empreendimentos comerciais e imobiliários.
O Presidente do Conselho de Administração do Grupo MBS não precisou os valores a serem investidos no processo de transferência do Comando da Marinha de Guerra.
“O Grupo MBS acordou com o Ministério de Transportes e Comunicações (MTC) que irá suportar as despesas de construção de um novo edifício da Marinha em local a ser indicado pelo Governo”, disse, em declarações ao SAVANA, Mohomed Bachir Sulemane.
A reduzida capacidade de parqueamento de viaturas tanto no maior centro comercial da cidade como em toda a baixa da cidade terá pesado na decisão do Governo em ceder o espaço militar que fica numa zona nobre da cidade. Mas fora o parque de estacionamento, o Grupo pretende construir um luxuoso hotel luxo que será ligado ao Shopping por uma ponte envidraçada.
“Entendemos que dessa forma estaremos a contribuir para valorizar a zona baixa da cidade de Maputo, bem como promover o emprego para muitas pessoas”, indicou Bachir.
Quanto ao investimento a ser aplicado na construção do hotel e parque, Bachir indicou que o Grupo ainda aguarda pela conclusão do projecto que irá determinar o valor global. Mas de uma coisa tem certeza: o grupo vai recorrer à banca para a materialização do projecto. “Desde o início das minhas actividades sempre tive o apoio da banca”, disse, acrescentando que “quando necessitei de um financiamento para a construção do Maputo Shopping, o Millennium bim, nas pessoas de Dr. Mário Machungo e Dr. João Figueiredo, prontificou-se de imediato e concedeu o financiamento”.
Quanto ao evoluir do Shopping, a funcionar há cerca de dois anos, o interlocutor referiu que em alguns aspectos está melhor do que pensava. Mas pelo meio fez notar que o crescimento real está sendo afectado pela falta de parque para estacionamento. Acredita que um parque amplo e eficaz permitiria a vinda de mais agentes comerciais e representantes oficiais de marcas internacionais.
Orçado em cerca de 32 milhões de dólares, o Shopping é um dos maiores centros comerciais a funcionar no país. O PCA do Grupo MBS diz que ainda não é possível precisar um período de recuperação do investimento uma vez que “o Shopping ainda está numa fase de afirmação”.
Ademais, diz ele, a falta de parque condiciona a afluência de pessoas ao centro comercial que já recebeu, por várias vezes, a visita do Presidente da República, Armando Guebuza.


Investimentos


A Kayum Centre, a loja de electrodomésticos que no ano passado pegou fogo, continua fechada. O prejuízo e o material consumido pelo fogo não são taxativamente revelados: “o prejuízo directo foi muito elevado, com a destruição quase total do equipamento existente, mas o prejuízo indirecto com o encerramento da Kayum Centre, por cerca de 10 meses, é muito maior”.
A reabertura da loja está prevista para finais do semestre e, enquanto não reabre, o Grupo anuncia novos voos comerciais.
“Recentemente adquirimos a fábrica Protal, uma das poucas indústrias nacionais que operam há mais de 50 anos. “Embora a fábrica esteja a funcionar, pretendemos modernizar para abastecer em leite não só o mercado nacional, mas também o internacional”, referiu.
Quanto aos novos projectos comerciais anunciadas para a baixa da cidade, sobretudo na zona da ex-FACIM, Bachir diz que “são bem-vindos, pois a sua materialização irá aumentar a competitividade, criar mais postos de trabalho, oportunidades de negócios e desenvolver a zona”.

Ligações políticas


Alguns empresários e não só olham para a ascensão do MBS como decorrente de um conjunto de facilidades exclusivas concedidas ao grupo pelo Governo da Frelimo. Mas o PCA do Grupo prefere a palavra “reconhecimento” do partido Frelimo e do Governo pelo esforço que o Grupo tem efectuado em prol do desen-volvimento do país.
“No que se refere aos comentários maliciosos que o nosso grupo tem sido alvo, nós respondemos com trabalho, dedicação, humildade e excelência nos nossos serviços”, disse Bachir. O interlocutor não se cansa de tecer rasgados elogios ao Presidente da República, figura com quem diz comungar os mesmos ideais.
“O Presidente Guebuza tem procurado de uma forma geral melhorar o ambiente de negócios do país. Através da presidência aberta o Presidente tem procurado auscultar os problemas das populações e dos empresários no sentido de tomar medidas correctivas e melhorar o ambiente de negócios no país”. Fora o executivo, o empresário alista a CTA de Salimo Abdula como uma instituição que tem se empenhado bastante na melhoria do ambiente de negócios no país.
Questionado se neste mandato irá continuar com os mediáticos e astronómicos apoios prestados ao partido Frelimo, Bachir respondeu sem rodeios: “irei apoiar o meu partido, o meu Governo e o meu Presidente, aliás, como sempre, eu e a minha família o fizemos”.



in SAVANA

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