Maputo(Canal de Moçambique) - Na semana findou, o jornalismo independente moçambicano viveu um facto, de alguma forma, inédito. A última edição do jornal «Zambeze» foi praticamente “retirada das bancas” - estou a citar o semanário «Savana» - aparentemente por figuras que se sentem visadas nos artigos que o jornalista Luís Nhachote tem estado a publicar no semanário «Zambeze» sobre os “contornos do narcotráfico em Moçambique”. Como já deve ser público sofreu ameaças pelos referidos artigos. Inclusive remeteu uma queixa à «PGR- Procuradoria Geral da República». Mas fora o que foi acima dito o que mais intriga o autor destas linhas é o nível de baixaria de quem “retirou o jornal Zambeze das bancas”. Os indivíduos foram ao ponto de comprar o jornal em causa, retirar as páginas que lhe interessavam, e devolver os mesmo exemplares aos ardinas que lhes venderam. Estes últimos na sua ingenuidade voltaram a colocar o mesmo jornal, sem algumas páginas, no mercado. Que algumas pessoas tenham dinheiro para comprar o número de jornais que lhes convêm é com elas. Mas tamanha baixaria deve ser um indício de que os artigos de Luís Nhachote estão a incomodar, como razão, determinadas pessoas que acreditam que o poder do seu dinheiro pode incomodar o poder da comunicação social. São os que não tiveram tempo para saber que a comunicação social também é um poder. E agora que a «PGR» está com a cara mais ou menos limpa, com a detenção do ex-«super ministro» do governo de Joaquim Chissano, Almerino Manhenje, e dos seus oito colaboradores, facto que devolveu, de certo modo, algum crédito à instituição dirigida por Augusto Paulino, penso que a mesma tem obrigação de investigar quem são as pessoas a quem os artigos de Nhachote incomodam. E porquê? Nem que seja para que os cidadãos mais comuns não continuem a perguntar no «Chapa-Cem»» como é que proprietários de minúsculas tabacarias circulam em carros do último grito e vivem em mansões de sonho!?...
(Celso Manguana) – CANALMOZ, 30-09-08
No comments:
Post a Comment