Tuesday 5 March 2013

Taxista moçambicano morto na RAS: Corpo chega sexta para funeral sábado

Imagem chocante da brutalidade dos agentes da Polícia sul-africana
O CORPO de Emídio Macia, jovem taxista moçambicano morto semana passada por agentes da Polícia sul-africana deverá ser transladado próxima sexta-feira para Moçambique, seguindo-se o funeral a ser realizado sábado no posto administrativo da Matola-Rio, na província de Maputo.
O cônsul de Moçambique em Joanesburgo, que facultou esta informação ao “Notícias”, confirmou ainda a chegada, do pai da vítima à África do Sul, que se juntou às autoridades no esforço já iniciado com vista não só ao esclarecimento do caso, como também para a transladação do corpo de Emídio Macia para o país.
Segundo Damasco Mate, está agendada para as 11.00 horas de amanhã a realização de um acto religioso no Estádio de Daveyton, no qual a comunidade local deverá prestar a última homenagem ao jovem taxista, morto na sequência de uma agressão protagonizada por oito agentes da Polícia sul-africana, que incluiu o arrastamento do corpo da vítima acorrentado ao carro policial por uma distância de aproximadamente 400 metros.
A nossa fonte acrescentou que as autoridades sul-africanas chamaram a si a responsabilidade de arcar com as despesas de transladação do corpo de Emídio Macia, sendo de destacar o facto de um empresário local ter se oferecido a comprar o caixão e suportar os custos com o transporte dos familiares da vítima que vão acompanhar a urna.
“Como Governo moçambicano vamos, naturalmente, criar todas as condições necessárias para que a parte da família da vítima que não tem documentos para se movimentar para cá o possa fazer com toda a emergência que o assunto exige”, disse a fonte.
Aliás, e de acordo com outros dados apurados junto da fonte da representação diplomática de Moçambique naquele país, indicam que para a deslocação do pai de Macia à África do Sul houve um grande exercício de colaboração entre as autoridades de ambos países, uma vez que o visado não possuía documentos de viagem.
Enquanto isso, a audição dos oito agentes da Polícia acusados da morte de Emídio Macia foi adiada para a próxima sexta-feira por decisão do juiz Samuel Makamu, encarregue do caso. A sessão, inicialmente agendada para ontem, destinava-se a decidir se os oito agentes da Policia poderiam ser libertos sob caução, para aguardar pelo julgamento em liberdade.
Além de identificar os polícias, a justiça sul-africana quer também saber se o jovem foi agredido pelos agentes no interior da esquadra, o que os tornaria culpados de homicídio premeditado, punível com pena de prisão perpétua.
A autópsia feita ao corpo da vítima revelou que o jovem, que residia na África do Sul desde os 10 anos de idade, morreu duas horas e meia após sofrer ferimentos na cabeça devido a uma hemorragia interna.
Sobre o mesmo assunto, o jornal sul-africano “Daily Sun” denuncia, na sua edição de ontem que familiares de Emídio Macia têm vindo a sofrer intimidações por parte da Polícia sul-africana, tentando evitar que eles contribuam com testemunhos que possam pesar negativamente sobre os agentes ora indiciados do crime e detidos.
O jornal cita ainda o “mayor” de Gauteng, Nomvula Mokonyane, a assegurar que o Governo sul-africano vai assumir a responsabilidade das duas crianças que dependiam do jovem taxista.
Aquele diário anunciou ainda a abertura de uma conta bancária, na África do Sul, onde os interessados podem depositar valores para apoiar a família de Emídio Macia.

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