PRIMEIRO quero, sinceramente, fazer o que fizeram outras pessoas e organismos nacionais e internacionais, em relação à recente humilhação de que foram vítimas os nossos dois compatriotas e colegas de profissão em Angola, solidarizando-se com eles.
Maputo, Quinta-Feira, 25 de Agosto de 2011:: Notícias
Foi uma atitude de arrogância, desmedida e reprovável praticada por quem se diz estar num país de direito democrático e respeito pela pessoa humana. Tivemos mais um exemplo extraordinário do pior da filosofia de integração à angolana.
É de lamentar, mas nada podemos fazer com outros meios, senão este contra aqueles que fazem apanágio do seu “modus operandi”, como modelo para o nosso “modelo vivendi”. É por isso que, queira-se ou não, a União Africana (UA) e a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), têm má imagem e pouca credibilidade, sendo organismos continental e regional, respectivamente, mais desprestigiados.
É por isso que a UA e a SADC devem queixar-se de si próprios, ao não conseguirem concretizar efectivamente, os objectivos sobre os quais foram criadas, resolvendo os vários problemas com que o continente e a região enfrentam, como guerras internas movidas a partir do exterior, a pobreza, fome, tribalismo e regionalismo. Tanto a União Africana assim como a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, nunca serão verdadeiros pelos valores de respeito da dignidade humana, de integração continental e regional que se pretende seja enquanto na maior parte dos países que as compõem os respectivos regimes políticos não apoiarem com firmeza, as transições democráticas, partindo deles próprios, enquanto o povo ainda não se libertar do medo das ditaduras, como são os casos de Angola e Zimbabwe, por exemplo.
A África está sendo humilhada pelas suas antigas potências colonizadoras por culpa dela própria, por não estar realmente unida, por demonstrar incapacidade para fazer face a elas. É tempo, sim, para uma nova estratégia dos dirigentes africanos com vista à resolução desses problemas. E isso passa também pela convicção de que os ditadores que possam existir no continente devem partir para os seus destinos. A União Africana precisa de “lavar roupa suja”, deixando a hipocrisia, tal como acontece com a SADC. Em matérias de reformas políticas, elas avançam e sempre avançarão.
Talvez o caso da Líbia seja um alerta que permita que a provável queda do seu líder Muammar Kadhafi, não fique reduzida a uma espécie de “punição” só para ele, mas seja, sobretudo, olhada para outros que estão há muitos anos a governar, como um exemplo prático do fim de um tempo que se quer fugir nos estados membros da União Africana e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral.
É verdade que há dirigentes africanos cuja acção e credibilidade se revela como verdadeira espinha dorsal destes organismos, mas alguns, quase na sua maioria, faltam-lhes atributos, como o de ser politicamente determinado e mais corajoso, na introdução de verdadeiras reformas democráticas nos seus países. Afinal, não é assim tão fácil praticar a democracia, aceitando a vontade das maiorias, principalmente se esta não nos servem, a jeito e a gosto.
O principal objectivo da SADC é a integração regional e não me parece que Angola tenha legitimidade ou reúne requisitos em assumir a presidência desta organização sabido que o país ainda não assinou alguns protocolos relativos a essa integração. Contudo, espero desta vez que Angola faça uma demonstração de engajamento e participação efectiva na SADC, procedendo a assinatura, ratificação e adesão aos vários instrumentos de cooperação da organização para que a sua presidência seja coroada de êxitos, passando pelo seu comprometimento com a democracia e os direitos humanos além do franqueamento das barreiras na circulação transfronteiriça na região.
Mouzinho de Albuquerque
Maputo, Quinta-Feira, 25 de Agosto de 2011:: Notícias
Foi uma atitude de arrogância, desmedida e reprovável praticada por quem se diz estar num país de direito democrático e respeito pela pessoa humana. Tivemos mais um exemplo extraordinário do pior da filosofia de integração à angolana.
É de lamentar, mas nada podemos fazer com outros meios, senão este contra aqueles que fazem apanágio do seu “modus operandi”, como modelo para o nosso “modelo vivendi”. É por isso que, queira-se ou não, a União Africana (UA) e a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), têm má imagem e pouca credibilidade, sendo organismos continental e regional, respectivamente, mais desprestigiados.
É por isso que a UA e a SADC devem queixar-se de si próprios, ao não conseguirem concretizar efectivamente, os objectivos sobre os quais foram criadas, resolvendo os vários problemas com que o continente e a região enfrentam, como guerras internas movidas a partir do exterior, a pobreza, fome, tribalismo e regionalismo. Tanto a União Africana assim como a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, nunca serão verdadeiros pelos valores de respeito da dignidade humana, de integração continental e regional que se pretende seja enquanto na maior parte dos países que as compõem os respectivos regimes políticos não apoiarem com firmeza, as transições democráticas, partindo deles próprios, enquanto o povo ainda não se libertar do medo das ditaduras, como são os casos de Angola e Zimbabwe, por exemplo.
A África está sendo humilhada pelas suas antigas potências colonizadoras por culpa dela própria, por não estar realmente unida, por demonstrar incapacidade para fazer face a elas. É tempo, sim, para uma nova estratégia dos dirigentes africanos com vista à resolução desses problemas. E isso passa também pela convicção de que os ditadores que possam existir no continente devem partir para os seus destinos. A União Africana precisa de “lavar roupa suja”, deixando a hipocrisia, tal como acontece com a SADC. Em matérias de reformas políticas, elas avançam e sempre avançarão.
Talvez o caso da Líbia seja um alerta que permita que a provável queda do seu líder Muammar Kadhafi, não fique reduzida a uma espécie de “punição” só para ele, mas seja, sobretudo, olhada para outros que estão há muitos anos a governar, como um exemplo prático do fim de um tempo que se quer fugir nos estados membros da União Africana e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral.
É verdade que há dirigentes africanos cuja acção e credibilidade se revela como verdadeira espinha dorsal destes organismos, mas alguns, quase na sua maioria, faltam-lhes atributos, como o de ser politicamente determinado e mais corajoso, na introdução de verdadeiras reformas democráticas nos seus países. Afinal, não é assim tão fácil praticar a democracia, aceitando a vontade das maiorias, principalmente se esta não nos servem, a jeito e a gosto.
O principal objectivo da SADC é a integração regional e não me parece que Angola tenha legitimidade ou reúne requisitos em assumir a presidência desta organização sabido que o país ainda não assinou alguns protocolos relativos a essa integração. Contudo, espero desta vez que Angola faça uma demonstração de engajamento e participação efectiva na SADC, procedendo a assinatura, ratificação e adesão aos vários instrumentos de cooperação da organização para que a sua presidência seja coroada de êxitos, passando pelo seu comprometimento com a democracia e os direitos humanos além do franqueamento das barreiras na circulação transfronteiriça na região.
Mouzinho de Albuquerque
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