A Estação Central dos Caminhos de Ferro de Moçambique, em Maputo, foi considerada uma das 14 mais bonitas do mundo pela revista Travel+Leisure. A estação moçambicana foi incluída numa lista restrita da qual fazem também parte a estação de St. Pancras, em Londres, a estação Sirkeci, em Istambul ou a estação de Atocha, em Madrid.
A Travel + Leisure conta com cerca de 5 milhões de leitores.
Destaque ainda, na lista, para a inclusão da Estação Central de Antuérpia, na Bélgica, da Southern Cross Station, em Melbourne, Austrália, ou da United Station, em Los Angeles.
A revista recorda ainda a beleza de algumas das estações que foram já desactivadas, como a Penn Station, de Nova Iorque, ou da Michigan Central Station, de Detroit, utilizando-as como mau exemplo de planeamento urbano e gestão de património histórico.
A estação central dos CFM foi inaugurada a 19 de Março de 1910, sendo que os planos para a sua construção datam de 1904 e as obras começaram poucos anos depois.
A ideia das autoridades de então era ter uma estação moderna para os padrões da época, tendo sido inspirada na imponente estação dos caminhos-de-ferro de Joanesburgo, na África do Sul, com a diferença de que a estação moçambicana tinha um “frontispício mais vistoso e no interior uma passagem comunicando com a gare da estação”, segundo dados que constam do arquivo dos CFM.
Para complemento da sua elegância e bom-gosto, a estação ficou e ainda está adornada com três cúpulas, sendo uma delas de grandes dimensões. A cúpula central, que encima a estação, tem sido atribuída ao engenheiro francês especializado em estruturas em metal Gustave Eiffel (também autor da Casa de Ferro, onde funciona a Direcção Nacional do Património Cultural na baixa de Maputo, e a famosa Torre Eifel em Paris). Na verdade, Eiffel construiu muito, e há a tendência de lhe atribuir de tudo um pouco e não importa o que quer que seja.
Mas no nosso caso há a prova documental de que a estação central dos CFM foi projectada na África do Sul, devido às dificuldades de a mesma ser feita na Inglaterra, devido à I Guerra Mundial.
As obras da nova estação, em tijolo cozido e cimento, com uma frente de 51 metros, iniciaram-se em 1908, vindo a nova estação substituir a primitiva, de madeira e zinco, localizada um pouco mais para baixo, inaugurada em 1895, por Paul Kruger, líder do Transvaal.
A sua conclusão viria a ocorrer em 19 de Março de 1910, sendo inaugurada em cerimónia informal com a presença do governador-geral da altura, Freire de Andrade. Nessa ocasião, as mais altas autoridades da colónia e outras individualidades deslocar-se-iam até à missão de S. José de Lhanguene onde decorriam festividades destinadas à obtenção de fundos para as suas actividades.
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