O Procurador-geral da República, Augusto Paulino, é acusado de não deixar o Conselho Municipal da Beira, CMB, descansado. As notificações não param, numa atitude interpretada como uma perseguição, com motivações políticas. Há dias em que a direcção de finanças do CMB ficadeserta, pois, os funcionários se encontram na Procuradoria, para atender os zelosos procuradores que pretendem demonstrar serviço.
A acção-base que a Procuradoria persegue é amedrontar Daviz Simango. É uma importante ajuda que a PGR faz ao nosso partido, disse um membro da Frelimo que pediu para não ser identificado. O partido Frelimo sai em socorro da ala da Renamo que diz há roubos no CMB, embora ainda não tenha apresentado qualquer prova das suas acusações, declarou uma proeminente figura política local.
Os desmandos de Chivavice Muchangage são do domínio público. Porém, a PGR nunca o ouviu. O governo transferiu-o para um outro lugar, distante da Beira. É, hoje, administrador distrital, em Angónia, província de Tete. Esta acção é vista como um encobrimento explícito das ilegalidades cometidas entre camaradas.
Mesmo os discursos inflamados do secretário-geral do partido Frelimo, Filipe Paúnde, de que não há contemplações contra roubos, nos municípios, são apenas, dirigido aos titulares dos municípios sob a gestão da Renamo. Nos municípios governados pela Frelimo não há qualquer pressão. Porquê?
Para a Beira, a PGR despachou um procurador exclusivo, Dr. Basílio David, a fim de se ocupar do CMB. Prendeu o vereador António Obedias Simango, por motivos pouco claros, apesar dos dinheiros reembolsados pelos comerciantes, que se beneficiaram do adiantamento, no valor de 150 mil meticais, cedido pelo CMB, terem dado entrada nos cofres do CMB. Não ficou um único centavo com o vereador ora preso, confirma a Direcção de Finanças do Município. É sentimento comum de que se trata de uma manobra política para enfraquecer Simango. O Jornal teve acesso aos comprovativos de entrada dos reembolsos nos cofres do Município.
Acto contínuo, a PGR notifica, para 12 do corrente mês, seis funcionários do CMB para ouvi-los em autos de declarações, no Proc. n.°16/PRS/AV/ 2008, Ofício n.°795/PRS/2008. Esta atitude demonstra, de forma inequívoca, a vontade de como a PGRpretende neutralizar o CMB. Porquê a PGR é célere contra o CMB e dócil noutros bem identificados, como o de Muchangage?
A PGR não move uma palha contra Mateus Saize (Entrada Proc.249/PRC- 2008), a quem o edil Davis Simango e Chico José (Proc.603/PRC-2008), seu chefe do gabinete eleitoral, moveram num processo de difamação e calúnia. Simango moveu um outro processo contra Fernando Mbararano (Proc. 613/ PRC-2008), também, por difamação, cujo desfecho, até hoje, não se sabe. Geraldo Carvalho (Proc.604/PRC-2008) e António Obedias (Proc.612/PRC-2008) queixaram-se à Procuradoria por difamação, contra Arnaldo Tivana, continuam, todos, engavetados.
( Edwin Hounnou, em A Tribuna Fax, de 12/11/08 )
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