A Renamo, que anda em pugilato jurídico contra Davis Simango, na cidade da Beira, não foi capaz de organizar os dossiers completos dos seus candidatos nos municípios de Dondo e Gorongosa, na província de Sofala, e cidade de Manica, província do mesmo nome. Ao invés de perder tempo em batalhas jurídicas sem proveito, a poderia ter aproveitado para consolidar o que já tem e avançar, com determinação, a fim de alargar a sua influência e domínio para outros municípios. O povo assiste a Renamo, sempre, a fragilizar-se com guerras intestinais intermináveis, ficando cada vez mais distante da possibilidade de se tornar poder.
É inacreditável que a Renamo, com o seu tamanho e envergadura, não tivesse conseguido colocar candidates em três municípios, num universo de, somente, 43 autarquias. Como sera quando os municípios forem alargados? A Renamo tem que demonstrar, com actos, que é um partido comprometido com o povo, caso queira ser alternativa ao partido Frelimo. Militantes, simpatizantes e amigos da perdiz, nos municípios sem candidatos ao cargo de presidente, devem andar zangados com dirigentes do partido que foram incapazes e incompetentes de juntar toda a documentação requerida por lei de seus candidatos.
Os resultados das últimas eleições gerais e presidenciais demonstram que a vila de Gorongosa é um bastião da Renamo. As populações daquele novo município, que tanto suportaram os efeitos da guerra, pela democracia, dos 16 anos, entre a guerrilha da Renamo e as forças da Frelimo, devem sentir uma enorme frustração por faltar uma alternativa para os seus gostos e tendências políticas. Uma abstenção é, muitas vezes, provocada pela postura negativa dos concorrentes. A falta de alternativa de escolha e ausência de uma luta renhida entre candidatos e partidos, devido à falta de organização, resulta em chamariz para a abstenção.
Ninguém corta bilhete de ingresso para ir assistir a um jogo de futebol entre o agressivo Ferroviário de Maputo ou o imponente Costa do Sol a enfrentar com uma equipa que se apresenta sem botas nem calções e camisetes. Seria uma atitude natural e normal que as bancadas estejam às moscas. Os amantes de futebol, ao invés de se dirigirem ao estádio onde decorre a suposta disputa, hão-de preferir a queimar o seu tempo nas barracas procurando cervejas, “secas” ou vão à machamba, decidem ir caçar ratazanas ou ir beber cabanga, nipa, etc. O povo gosta de assistir uma luta de gigantes que disputam, taco a taco, as eleições em que participam. Não admira os cansados antes do jogo começar.
As eleições não são para os politicos derrotados pela falta de meios e fundos, desorganizados e chorões. São para os que, afincadamente, lutam para ganhálas e acreditam na vitória. A política é uma ocupação sublime de gente laboriosa, com imaginação e criatividade. Quem não tiver tais qualidades, é melhor procurar uma outra ocupação, talvez, mais interessante para gente pouco motivada.
Por Edwin Hounnou, em A Tribuna Fax de 06/11/08
3 comments:
Pobres coitados!
Pobres? Se usam 4 bilhões de meticais por mês?
Amigos, os coitados somos nos que vemos o Povo cada vez mais pobre e o Pais adiado.
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