Friday 3 June 2016

Uma Comissão Parlamentar fantoche!


Não se podia esperar resultado diferente daquele que a Comissão dos Assuntos Constitucionais, Direitos Humanos e Legalidade da Assembleia da República apresentou a respeito da vala comum com cerca de 120 corpos no centro do país. Até porque a referida Comissão, constituída maioritariamente pelos deputados da banca parlamentar da Frelimo, partiu para a investigação com a certeza de que não existia nenhuma vala comum na região centro do país. Na verdade, a Comissão saiu de Maputo para a província de Sofala com a ideia fixa de reforçar o posicionamento do Governo, que inescrupulosamente defende a não existência da vala comum.
Foi visível o esforço empreendido pela Comissão para desacreditar as notícias veiculadas pela agência de informação portuguesa, a Lusa, dando conta da existência de uma vala comum em Gorongosa. A Comissão, liderada por então porte- -parole do partido Frelimo, não passou de uma fantochada para produzir um relatório lavrado num português tosco para o inglês ver e aplaudir, e fazer crer que há uma preocupação com os direitos humanos dos moçambicanos. É sabido que o Governo da Frelimo está marimbando-se dos moçambicanos cujos corpos foram abandonados nas matas de Gorongosa.
A investigação feita pela Comissão Parlamentar foi, na verdade, uma grande trapaça para entreter os moçambicanos que aguardam ansiosamente por um posicionamento responsável por parte das autoridades governamentais. Diga-se em abono da verdade, o cúmulo do teatro mal encenado foi assistir a Edson Macuácua a agir qual um juiz, e com ar de um funcionário público roboticamente preparado para dizer tudo aquilo que o Governo de turno quer ouvir.

Além de ter sido provado ou não a existência da vala comum, houve registo de pelo menos 15 corpos encontrados nas matas de Sofala e Manca, porém, a falsa e mafiosa Comissão encarregue de investigar a situação ignorou deliberadamente esse facto. A Comissão limitou-se a questionar se existia ou não a tal vala com mais de 100 corpos. Foi, diga-se de passagem, uma manobra previamente estudada para enganar os incautos. Em Gorongosa, a Comissão recusou- -se a atravessar Rio Nyadwe e percorrer os cinco quilómetros de distância para a região onde os corpos foram encontrados. Macuácua apresentou como justificação que o trabalho da Comissão, nesta fase, era só em Sofala. Portanto, a Comissão não passou de uma vergonha de proporções gigantescas.





( Editorial, A Verdade )

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