Renamo e MDM criticam novas medidas de austeridade
Para as bancadas da oposição, “o executivo deve, quanto antes, rever as novas medidas, antes que o país entre num desastre total”.
Os dois partidos da oposição com assentos na Assembleia da República criticam as novas medidas do Governo para minimizar o custo de vida no país, anunciadas última terça-feira, depois da sessão do Conselho de Ministros.
Os mesmos defendem que as novas políticas, que substituem as 34 medidas de austeridade anunciadas a 7 de Setembro de 2010, são um desastre total e que só vão agravar uma situação cada vez pior do país e de grande parte dos moçambicanos, muitos dos quais desempregados. Aliás, a classe dos desempregados não está contemplada na referida cesta básica aprovada pelo executivo de Armando Guebuza.
“Ficámos surpreendidos e apreciámos de forma negativa estas novas medidas, porque, desta vez, ficou mais do que claro que as políticas do Governo não se enquadram, nem resolvem os problemas do povo”, defendeu Arnaldo Chalaua, porta-voz da bancada da Renamo, acrescentando que “ao nosso ver, as novas medidas só vão piorar cada vez mais a situação e vão deixar muitos moçambicanos a viverem na penúria. Temos de olhar, também, para os desempregados. Afinal, quais as políticas para os mesmos neste momento de crise?”, questionou.
pelo mesmo diapasão alinha a bancada do MDM, defendendo que as medidas até podiam minimizar a crise, mas, ao que tudo indica, agora, vai-se adoptar os preços reais do pão e do combustível, por se ter retirado o subsídio. “As medidas anunciadas pelo Governo são até difíceis de entender. Elas vêm resolver apenas o problema daqueles que recebem menos de 2 mil meticais, mas esqueceram-se que muita gente dependia do subsídio ao pão, para além do preço do combustível que vai subir drasticamente”, considerou José de Sousa, porta-voz do MDM.
Neste sentido, a oposição considera as novas políticas um desastre, por isso, chega mesmo a atribuir um certificado de incompetência ao executivo. “É uma política errada. O que o governo está a fazer é aparecer para se pensar que faz alguma coisa, quando na verdade não faz nada. Este é um Governo que toma as decisões sobre o joelho”, disse Chalaua, rematando que “com estas medidas, podemos dizer que o país vai conhecer momentos difíceis, de catástrofe total, porque os moçambicanos estão atentos e vão manifestar-se por melhores condições, tal como acontece em muitos países africanos e na África do sul”.
Desta feita, a oposição propõe que o Governo se reúna de emergência e reveja, o quanto antes, as suas novas medidas.
Subsídios
Quanto à questão do subsídio, as duas bancadas criticaram o facto de o executivo pensar que isto é uma solução viável, e que um país pode sobreviver subsidiando todos os produtos cujos preços são agravados a nível internacional.
O País
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