“Bloco construtivo” ou antes “bloco divisionista”?
Ao serviço de quem?
Claramente que os partidos políticos extra-parlamentares que se congregam no chamado "bloco da oposição construtiva" não estão fazendo o jogo democrático pois na sua acção deixam transparecer a forte ideia de alinhamento puro e simples com o que governo preconiza e acaba realizando. Não que oposição e posição se definam pura e unicamente em jogo de obstrução dos planos e acções recíprocos. Acusar o "bloco da oposição construtiva* de seguidismo e alinhamento é substanciado pelo seu discurso e práticas. Escancaradamente e de maneira insidiosa cada vez mais se conclui que o "bloco da oposição construtiva" é um cavalo plantado para atrapalhar o jogo democrático e favorecer os posicionamentos do partido no poder. Não é por acaso que um dos seus integrantes foi nomeado membro do Conselho de Administração dos TFM de Maputo. Os factos revelam que alguns dos partidos integrantes daquele bloco representam autênticas extensões das organizações de massas do partido no poder na medida que sua acção objectiva se resume a elogiar o governo do dia sem nunca aparecer com sugestões críticas fundamentadas quanto a resolução dos grandes problemas nacionais. Falam de tudo mas infelizmente jamais aparecem a tratar dos dossiers com algum significado e influência para o país. São como tambores furados que repetem os elogios dos deputados parlamentares do partido no poder no Parlamento.
Os moçambicanos não podem continuar a sofrer só porque algumas "individualidades" acham por bem fazer política de "encher barrigas". Ê vergonhoso que os partidos de dito "bloco construtivo" não se pronunciem sobre as sonecas dos "ilustres" no Parlamento e que volta e meia venham a público dizer que tudo está bem e sendo bem conduzido. Quem não tem vergonha nem senso de alinhar com mentiras camufladas de verdades está prestando um mau serviço ao país.
Aceitar a troco não sei de quê calar-se e apolar uma política que está corroendo o país é uma atitude censurável e de denunciar.
Para que a democracia tenha a oportunidade de vingar em Moçambique é preciso que os políticos se situem e passem a comportar-se como tal. Ê tempo de dizer basta a todo o esquema de fabrico de partidos ditos da oposição quando afinal são criações artificiais para subverter o jogo democrático genuíno.
Mas só uma sociedade civil activa e dinâmica é que pode através de seu posicionamento firme e informado bater-se democraticamente contra esta proliferação de partidinhos sem espinha nem estrutura. Minam os esforços de democratizar o país quando se consomem recursos públicos alimentando factores de clivagem e erosão politica.
As contas que os mentores de algo como os blocos de oposição construtiva fazem são os resultados eleitorais. Todo e qualquer voto contra qualquer opositor sério e credível é voto ganho. Se isso custa alimentar o ego de um "mendigo político1' que se pague pois até é relativamente barato aliciar e comprar o voto de esfomeados. Quantos vira-casacas não aparecem sempre que é tempo de eleições? Quantos são apresentados em público como grande conquista dos serviços de mobilização de partido A ou B?
Agora que surge o partido no poder procurando montar um esquema para perpetuar uma figura no poder numa manobra semelhante a que Vladimir Putin fez na Rússia não se ouve nenhum membro do Bloco da Oposição Construtiva falando. Quando a SPI ganha concursos públicos como a da terceira operadora de telefonia móvel mesmo apresentando a pior proposta todos os “construtivos” estão no silêncio. Afinal o que realmente querem construir?
O silêncio cúmplice e o jogo da "vista grossa” têm arruinado economias e países. A demagogia contagiante e criminosa tem acelerado e feito crescer o contingente dos pobres em Moçambique ao mesmo tempo que uma ínfima se apossa do país e se serve de seus recursos como se tratasse de sua propriedade privada.
Joga-se uma cartada extremamente importante nos momentos actuais em Moçambique onde todos são chamados a fazer tudo o que esteja ao seu alcance para reverter a tendência de monopolização da acção política nacional. Quem hoje fala em nome de Estado nunca diz que este se confunde com partido Frelimo e tudo o que o governo faz está em perfeita sintonia com as orientações da Comissão Política das Frelimo e não com as tais leis que dizem existir.
As trapalhadas e golpes a lei que se cometem em órgãos como a PGR só podem acontecer quando a administração da justiça está condicionada e fortemente influenciada por agendas políticas.
Aos poucos os condutores ou protagonistas políticos que governam o país estão empurrando o país para uma situação que vivemos antes, de
guerra civil aberta. Aqueles que dizem que a Renamo não razão ou que está equivocada esquecem-se muito rapidamente do passado recente. O diziam na altura sobre os "bandidos armados"? Que os eliminariam numa semana? Que eram fantoches e agentes do imperialismo e dos racistas? Que não tinham dignidade e não tinham apoio popular? Amanhã o que dirão quando a sua teimosia resultar na deflagração de novo conflito? E os nossos "construtivos” que dizem ou o se lhes oferece dizer?
Noé Nhantumbo, DIÁRIO DA ZAMBÉZIA – 27.04.2011, citado no Moçambique para todos
Ao serviço de quem?
Claramente que os partidos políticos extra-parlamentares que se congregam no chamado "bloco da oposição construtiva" não estão fazendo o jogo democrático pois na sua acção deixam transparecer a forte ideia de alinhamento puro e simples com o que governo preconiza e acaba realizando. Não que oposição e posição se definam pura e unicamente em jogo de obstrução dos planos e acções recíprocos. Acusar o "bloco da oposição construtiva* de seguidismo e alinhamento é substanciado pelo seu discurso e práticas. Escancaradamente e de maneira insidiosa cada vez mais se conclui que o "bloco da oposição construtiva" é um cavalo plantado para atrapalhar o jogo democrático e favorecer os posicionamentos do partido no poder. Não é por acaso que um dos seus integrantes foi nomeado membro do Conselho de Administração dos TFM de Maputo. Os factos revelam que alguns dos partidos integrantes daquele bloco representam autênticas extensões das organizações de massas do partido no poder na medida que sua acção objectiva se resume a elogiar o governo do dia sem nunca aparecer com sugestões críticas fundamentadas quanto a resolução dos grandes problemas nacionais. Falam de tudo mas infelizmente jamais aparecem a tratar dos dossiers com algum significado e influência para o país. São como tambores furados que repetem os elogios dos deputados parlamentares do partido no poder no Parlamento.
Os moçambicanos não podem continuar a sofrer só porque algumas "individualidades" acham por bem fazer política de "encher barrigas". Ê vergonhoso que os partidos de dito "bloco construtivo" não se pronunciem sobre as sonecas dos "ilustres" no Parlamento e que volta e meia venham a público dizer que tudo está bem e sendo bem conduzido. Quem não tem vergonha nem senso de alinhar com mentiras camufladas de verdades está prestando um mau serviço ao país.
Aceitar a troco não sei de quê calar-se e apolar uma política que está corroendo o país é uma atitude censurável e de denunciar.
Para que a democracia tenha a oportunidade de vingar em Moçambique é preciso que os políticos se situem e passem a comportar-se como tal. Ê tempo de dizer basta a todo o esquema de fabrico de partidos ditos da oposição quando afinal são criações artificiais para subverter o jogo democrático genuíno.
Mas só uma sociedade civil activa e dinâmica é que pode através de seu posicionamento firme e informado bater-se democraticamente contra esta proliferação de partidinhos sem espinha nem estrutura. Minam os esforços de democratizar o país quando se consomem recursos públicos alimentando factores de clivagem e erosão politica.
As contas que os mentores de algo como os blocos de oposição construtiva fazem são os resultados eleitorais. Todo e qualquer voto contra qualquer opositor sério e credível é voto ganho. Se isso custa alimentar o ego de um "mendigo político1' que se pague pois até é relativamente barato aliciar e comprar o voto de esfomeados. Quantos vira-casacas não aparecem sempre que é tempo de eleições? Quantos são apresentados em público como grande conquista dos serviços de mobilização de partido A ou B?
Agora que surge o partido no poder procurando montar um esquema para perpetuar uma figura no poder numa manobra semelhante a que Vladimir Putin fez na Rússia não se ouve nenhum membro do Bloco da Oposição Construtiva falando. Quando a SPI ganha concursos públicos como a da terceira operadora de telefonia móvel mesmo apresentando a pior proposta todos os “construtivos” estão no silêncio. Afinal o que realmente querem construir?
O silêncio cúmplice e o jogo da "vista grossa” têm arruinado economias e países. A demagogia contagiante e criminosa tem acelerado e feito crescer o contingente dos pobres em Moçambique ao mesmo tempo que uma ínfima se apossa do país e se serve de seus recursos como se tratasse de sua propriedade privada.
Joga-se uma cartada extremamente importante nos momentos actuais em Moçambique onde todos são chamados a fazer tudo o que esteja ao seu alcance para reverter a tendência de monopolização da acção política nacional. Quem hoje fala em nome de Estado nunca diz que este se confunde com partido Frelimo e tudo o que o governo faz está em perfeita sintonia com as orientações da Comissão Política das Frelimo e não com as tais leis que dizem existir.
As trapalhadas e golpes a lei que se cometem em órgãos como a PGR só podem acontecer quando a administração da justiça está condicionada e fortemente influenciada por agendas políticas.
Aos poucos os condutores ou protagonistas políticos que governam o país estão empurrando o país para uma situação que vivemos antes, de
guerra civil aberta. Aqueles que dizem que a Renamo não razão ou que está equivocada esquecem-se muito rapidamente do passado recente. O diziam na altura sobre os "bandidos armados"? Que os eliminariam numa semana? Que eram fantoches e agentes do imperialismo e dos racistas? Que não tinham dignidade e não tinham apoio popular? Amanhã o que dirão quando a sua teimosia resultar na deflagração de novo conflito? E os nossos "construtivos” que dizem ou o se lhes oferece dizer?
Noé Nhantumbo, DIÁRIO DA ZAMBÉZIA – 27.04.2011, citado no Moçambique para todos
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