O Governo multiplica Conselhos de Administração, CA, nas instituições públicas, muitas vezes, sobrecarregando- as de gente inútil, imprestável e retirando-lhes a capacidade de pagar salários um pouco melhorados aos trabalhadores, porque uma boa fatia do seu rendimento vai para sustentar a vida faustosa do Presidente do Conselho de Administração, PCA, e um pelotão de administradores. Ocorrem roubos dos fundos públicos, desmantelam-se a organigrama para facilitar roubos e o CA diz desconhecer do que está a acontecer.
No Instituto Nacional de Segurança Social, INSS, existe um CA que é um exemplo de como se pode ganhar tanto dinheiro sem fazer absolutamente nada. As notícias que correm dão conta que, até à exoneração do então directorgeral, Abílio Mussane, era prática comum o desvio massivo dos fundos dos contribuintes, sobrefacturando o valor das obras públicas e outras falcatruas que poderiam ser traduzidos em actos criminais.
O PCA do INSS, Armando Muiane, diz que nada sabia nem tinha meios legais para travar os desmandos. Porém, doravante, já, tem “licença” para agir, segundo declarou o PCA ao MAGAZINE, pp. 05, de 21 de Maio de 2008. Quando os estatutos do INSS foram alterados e quem introduziu tais mudanças? Os que se queixavam, à imprensa, de haver uma intromissão excessiva da ministra do Trabalho na gestão corrente do INSS pretendiam esconder o que, hoje, se sabe - roubos.
Muiane não diz qual era a lei que não lhe permitia impedir os roubos e desde quando foi introduzida a lei que lhe dá força para contrariar possíveis saques e desmandos. Sabemos que não houve nenhuma alteração da lei ou estrutural ou no funcionamento da instituição.
O director-geral cessante autorizou que a MOZ IT - empresa ilegal - operasse no INSS, sacando, à partida, quatro milhões de meticais. O PCA diz que não tinha conhecimento de nada. As suas declarações denotam pouca seriedade na gestão dos fundos dos contribuintes. Pessoas sérias quando se apercebem que não têm condições para exercer as funções, demitem-se. Os tachistas continuam acocorados, atraídos pela grana, mesmo cientes que estão como fantoches, enchendo, na maior tranquilidade, o seu papo.
D as irregularidades reportadas tomámos conhecimento através da imprensa; nós não tínhamos conhecimento, sequer, da existência da MOZ IT; o que nós sabíamos é que os trabalhos eram executados pelo Centro de Processamento de Dados e quando víamos digitalizadores, o que a nós nos corria é que eram os por nós conhecidos, pelo que havia digitalizadores de uma empresa chamada MOZ IT, não o sabíamos. A antiga direcção geral usa “corta-mato” para tomar algumas decisões sem o nosso conhecimento, disse o PCA. Isto é mentira para que tem salário de 250 mil meticais/mês, para velar pelo bom andamento da instituição.
Para quê manter um CA que precisa de uma “licença” especial para fazer sua obrigação? A incompetência demite- se, o crime pune-se, dizia Machel.
( Edwin Hounnou no “ A TribunaFax “, de 28-05-08 , retirado com a devida vénia )
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1 day ago
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