Tuesday 18 October 2016

Pobreza extrema em Moçambique

 
Um relatório divulgado no início de outubro pelo Banco Mundial coloca Moçambique entre os dez países do mundo com maior proporção de pobreza e com maior número de pobres. Segundo o documento, o país tem pelo menos 15 milhões de pessoas a viver em pobreza extrema, o equivalente a quase 60% da população moçambicana. No Índice Global da Fome de 2016 Moçambique também aparece na lista das 50 nações com as piores taxas, na 15ª posição.
O país carece d
e programas que incentivem atividades básicas como a pesca e a agricultura, afirma o representante da Liga das Organizações Não-Governamentais de Moçambique, Manuel do Rosário.
"Sabemos que grande parte da comunidade é pobre e vive basicamente da prática da agricultura e, em algumas zonas, da pesca. E não há programas que impulsionem estas atividades."
De acordo com Manuel do Rosário, esses programas "são substituídos pela dinâmica capitalista", que é "dominada pela exploração de recursos naturais, focalizados na exploração do gás e petróleo, entre outras fontes, que geram dinheiro mas não beneficiam necessariamente as comunidades locais."

Conflito político-militar prejudica desenvolvimento
Além disso, Manuel do Rosário aponta o conflito político-militar vivido nos últimos anos como outro obstáculo ao desenvolvimento em Moçambique.
Os confrontos entre as Forças de Defesa e Segurança moçambicanas e homens armados do maior partido da oposição, a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) "desencorajam o investimento, a mobilidade humana, a transação de bens e os serviços. Grande parte das pequenas e médias empresas em diversas províncias estão a quebrar por conta não só do problema da dívida pública, mas também por causa da instabilidade político-militar. Não dá garantias para investimentos privados, públicos ou qualquer outra parceria para o desenvolvimento."
O representante da Liga das ONG em Moçambique sublinha que a questão da pobreza não pode ser dissociada da soberania do Estado. Segundo Manuel do Rosário, "o respeito das leis, da Constituição da República e a questão da inclusão são elementos fundamentais para as estretégias dedesenvolvimento do país."




DW

No comments: