Wednesday 9 March 2016

Governo diz ter criado condições para diálogo com a Renamo

O Governo disse hoje ter garantidas as condições de segurança e logísticas para retomar o diálogo com a Renamo, ao mesmo tempo que anunciou o reforço de medidas para consolidar o Estado de Direito.















"O Governo criou condições logísticas e de segurança para restabelecer o diálogo com a Renamo [Resistência Nacional Moçambicana], sem pré-condições", segundo um comunicado do executivo enviado hoje à Lusa, confirmando a constituição de uma comissão para preparar um encontro com o líder da oposição, Afonso Dhlakama.
Num momento em que Moçambique vive um agravamento da instabilidade política e militar, o comunicado declara que "a promoção do diálogo com todas as forças vivas da sociedade constitui um dos principais compromissos do Governo", mas também o respeito pelas liberdades fundamentais, estando "a reforçar medidas visando a consolidação do Estado de Direito".
Nas últimas semanas, Governo e Renamo têm trocado acusações de ataques armados, raptos e assassínios de dirigentes políticos, além do registo de milhares de pessoas da província de Tete em fuga para o vizinho Malawi.
Emboscadas atribuídas à Renamo em várias estradas do centro do de Moçambique levaram as Forças de Defesa e Segurança a montar escoltas militares obrigatórias para viaturas civis em dois troços da N1, a principal via do país, na província de Sofala.
"O Governo, mais uma vez, condena veementemente os ataques protagonizados pelos homens armados, confirmados, da Renamo, contra pessoas indefesas e seus bens, bem como contra unidades da Polícia da República de Moçambique", afirma o comunicado.
O executivo reitera ainda "o seu renovado apelo à Renamo para entregar voluntariamente as armas ao seu fiel depositário, as Forças de Defesa e Segurança".
O Presidente moçambicano dirigiu na sexta-feira um convite ao líder da Renamo para a retoma do diálogo e pediu ao maior partido de oposição "máxima urgência" na designação dos seus representantes para preparar um encontro ao mais alto nível.
A carta, segundo a nota da Presidência, decorre da reunião, a 24 de fevereiro, do Conselho Nacional de Defesa e Segurança, que determinou a continuação dos esforços do chefe de Estado para a retoma do diálogo com o líder do maior partido de oposição.
Na resposta, o líder da Renamo concordou com o reatamento do diálogo, mas, "como forma de evitar os acontecimentos do passado", condiciona as conversações a pontos prévios, nomeadamente a mediação do Governo da África do Sul, Igreja Católica e União Europeia.
Nyusi e Dhlakama avistaram-se duas vezes no início de 2015, mas o diálogo entre Governo e Renamo está bloqueado há vários meses, levando o líder da oposição a ameaçar tomar o poder nas seis províncias onde reclama vitória nas últimas eleições gerais.



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