Thursday 1 May 2008

Pajume politiza problemas da Beira

A vice-ministra da Agricultura, Catarina Pajume, não foge à regra dos governantes que dão pinos quando se sentem incapazes de solucionar um problema. Deslocou-se à Beira, para socorrer o director provincial da Agricultura, António Limbau, que se encontra no fogo cruzado, acusado, por cerca de 500 funcionários da sua direcção de ser um gestor desastrado.
Pajume, ao invés de ajudar a repor a justiça, optou por se meter em politiquices, acusando de membros da Renamo aqueles que reivindicam seus direitos e exigem boa gestão da coisa pública, escreve o MAGAZINE INDEPENDENTE, de 02 de Abril de 2008, pp.05.
Pajume transmitiu a sua mensagem segundo a qual todo o indivíduo que reivindica contra as amarguras das injustiças sociais, políticas e económicas é pró-Renamo. O País a continuar a ter governantes com pensamento tão raquítico assim e com uma visão partidária afunlada, é de prever que Moçambique se vai afundar no matope, de onde não sairá dentro dos próximos anos.
Durante algum tempo tínhamos alguma simpatia com o seu discurso, mas, tão cedo descobrimos que Pajume é um tigre de papel. É um saco de falsidades que consegue sobreviver aos despedimentos presidenciais.
Fazer conotações políticas a uma reivindicação laboral é ridículo e revela ou incompetência ou existência de uma teia de compromissos obscuros e inconfessáveis. A situação de injustiças
e má gestão na Direcção Provincial da Agricultura, em Sofala, não é nova. No início do ano em curso, chamamos a atenção sobre as altas temperaturas que se verificam naquele sector, parece que nem Pajume e, também, duvidamos que o seu chefe teria lido a nossa advertência.
Como muitos dirigentes não lêem os avisos dos tempos, acabam caindo na vergonha de ser apanhados de surpresa pelos acontecimentos que poderiam evitar ou proferem verdadeiras
asneiras de que os que reclamam sejam da Renamo. A ser verdadeira esta afirmação, podemos arriscar afirmando que todo o povo pertence à Renamo, o que não pode ser.
Não é incorrecto dizer que muito do que não se realiza a nível nacional é devido à politização do sector público, com contratações não obedecendo a critérios de competência e profissionalismo, assim escreve Noé Nhantumbo, no seu livro SEM COERÊNCIA NÃO HÁ BOA GOVERNAÇÃO, 2007.
Este é o problema de que padecem as nossas instituições públicas. Os seus chefes não conseguem fazer a separação entre o partido a que dizem pertencer do aparelho do Estado, uma instituição pertença de todos os cidadãos.
Se uma vice-ministra mistura as coisas, então, a níveis mais baixos as coisas devem mesmo horríveis. Ninguém pode reclamar para não ser confundido com a Renamo. Quem disse que a Renamo não é uma organização de patriotas? Existem patriotas tanto no partido Frelimo quanto na Renamo. Não há nenhum partido que seja apenas um viveiro de patriotas e outro, apenas, de ant-patriotas.iPajume politiza problemas da Beira. Só uma manifesta incompetência pode levar a fazer tais conclusões.

( Edwin Hounnou, em “ A TribunaFax “, de 28-04-08, retirado com a devida vénia)

9 comments:

Ximbitane said...

Um grande amigo meu, homem por quem nutro respeitavel admiração, disse-me a pouco que a solução dum problema, passa pela sua problematização.

Estou em crer, caro José, que os politicos cá da praça até se esquecem das respectivas profissões tanto mais que, quando enveredam por esta carreira, tudo deixa de ser o que é e passa apenas a ser politica.

Ximbitane said...

Não sei se vale, mas estás na minha lista do "Pouco me importa...". Mas olha que me importas e muito!!!

JOSÉ said...

Ximbitane, este comentário do Edwin revela bem o género de políticos que vão (des)governando Moçambique.O teu amigo parece que tem mesmo razão! Qual é a solução?
RUA COM ELES!

JOSÉ said...

Ximbitane, não sei mesmo se vale, mas fico agradecido por me colocares na tua lista, o problema é que não estou com pachorra para compilar outra lista, tanto mais que são mais as coisas com que me importo do que as coisas que não me importo.
Afirmas que eu importo muito, obrigado, ainda estou encarnado de vergonha, eu tinha avisado de que sou tímido! Aquele abraço,
José

Ximbitane said...

Hehehehe, entao podes começar com a corrente das coisas que importam. O Ponto e virgula ja fez isso

JOSÉ said...

Não perdes oportunidade, penso que deves descrever o que é importante, para mim "importa-me de saber primeiro o que pensas a Ximbitane". Primeiro as senhoras!

Ximbitane said...

Olha, quando se trata de mergulhar, eu vou fundo... entao ja vou começar a escrever a tal lista do que me importa. Ainda bem que nao ha limites nessa tal lista.

JOSÉ said...

Fico esperando,os limites quase sempre são impostos por nós próprios.

Ximbitane said...

José, José...