Friday 11 December 2015

UE defende governação inclusiva em Moçambique


Maputo, 11 dez (Lusa) - O chefe da delegação da União Europeia (UE) em Moçambique, Sven Burdsdorff, defendeu hoje em Maputo uma governação inclusiva no país, enaltecendo a importância de todas as vozes serem ouvidas no debate sobre questões de interesse nacional.
Burdsdorff defendeu a necessidade da promoção do pluralismo de ideias, em declarações à Lusa, à margem de uma cerimónia de entrega de material informático pela UE à Assembleia da República.
"É muito importante uma governação inclusiva, que permita que todos os atores e toda a sociedade tenha lugar na discussão sobre os temas mais importantes do país", afirmou o chefe da delegação da UE, referindo-se à tensão política prevalecente no país.
Sven Burdsdorff exortou os moçambicanos a trabalharem numa solução que ajude a ultrapassar a crise política que o país atravessa, desde a realização das eleições gerais de outubro de 2014, devido à recusa da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), principal partido de oposição, em reconhecer a derrota no escrutínio.
"Cabe aos moçambicanos a responsabilidade de encontrar uma comunicação entre a oposição e o Governo, incluindo os partidos que contestam os pontos de vista do Governo", frisou o chefe da delegação da UE em Moçambique.
Referindo-se ao apoio hoje disponibilizado pela UE à AR, Sven Burdsdorff afirmou que a ajuda decorre do reconhecimento do papel do parlamento na promoção do debate político e no fortalecimento da democracia.
A ajuda, que consistiu na entrega de 250 computadores portáteis para igual número de deputados que compõe a AR, de uma fotocopiadora e de uma impressora, enquadra-se no acordo de cooperação entre a UE e o parlamento moçambicano, assinado em 2013, no valor de 2,5 milhões de euros.
A incerteza político-militar em Moçambique agudizou-se a 09 de outubro passado, quando o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, foi cercado pela polícia moçambicana na sua casa na Beira e teve a sua guarda desarmada e detida por algumas horas.
Desde esse dia, Dhlakama não é visto em público e apenas no início desta semana é que circularam declarações suas feitas por telefone a uma reunião da ala juvenil da Renamo, em que volta a ameaçar governar nas seis províncias onde o principal partido de oposição reclama vitória nas eleições gerais do ano passado.
Esta semana, a Assembleia da República, dominada pela Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), chumbou um projeto de revisão pontual da Constituição da República proposto pela Renamo para a introdução de autarquias provinciais.



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