Saturday 3 March 2012

Zona sul sob forte ameaça do “Irina” com ventos e chuvas abundantes a partir de hoje:

CHUVAS abundantes acompanhadas de ventos fortes poderão atingir um total de 27 distritos da zona sul do país de hoje até segunda-feira, com possibilidades até de causar inundações, segundo previsões do Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) anunciadas ontem, no Maputo.

Maputo, Sábado, 3 de Março de 2012:: Notícias

O mau tempo, consequência directa do ciclone tropical “Irina” de categoria 3, que se formou esta semana no Canal de Moçambique, motivou já o alerta naquele número de distritos, havendo indicações de que ainda hoje poderá atingir a zona costeira de Inhambane com ventos na ordem de 130 quilómetros horários.
De acordo com informações facultadas pelo meteorologista Sérgio Buque no decurso do Conselho Técnico de Gestão das Calamidades, reunido ontem para analisar a situação, do conjunto dos distritos mapeados, as cidades de Inhambane, Maxixe, Jangamo, Zavala, na província de Inhambane e Manjacaze e Xai-Xai, em Gaza, são as que apresentam alto risco na medida em que se encontram mais próximos do centro do ciclone. Nestas regiões, os efeitos compreenderão ventos fortes na ordem de 165 quilómetros por hora e chuvas superiores a 180 milímetros em 48 horas, o que é considerado bastante.
Os que apresentam risco médio, que se traduzirá em ventos na ordem de 70 a 90 quilómetros por hora e chuvas na ordem de 75 a 180 milímetros em 48 horas, são Inharrime, Panda e Homoíne em Inhambane e Bilene, Chókwè, Guijá e Chibuto, em Gaza e Manhiça, no Maputo.
Por último, deverão registar risco baixo os distritos de Funhalouro, Morrumbene, Massinga e Vilankulo, em Inhambane e Mabalane, Massingir e Chigubo, em Gaza e Matutuíne, Boane, Maputo, Matola, Namaacha e Moamba com ventos na ordem de 50 a 70 quilómetros por hora e chuvas entre 50 e 75 milímetros em 48 horas.
O ciclone ora na categoria 3, que pode significar grande perigo para a vida humana com a destruição de casas de construção precária em grande escala, chapas arrebatadas, destruição de culturas e derrube de árvores, evoluiu nos últimos dias no Canal de Moçambique.
Os efeitos do sistema estão a fazer-se sentir desde ontem com a ocorrência de chuvas na faixa costeira de Inhambane que deverão se propagar para alguns países da região como é o caso da África do Sul e da Suazilândia do que resultarão escoamentos através dos rios.
Rute Nhamucho, da Direcção Nacional de Águas, disse a-propósito, que se esperam inundações severas (o nível de alerta será superado), não propriamente cheias nas bacias de Incomati, Maputo, Umbeluzi e Inhanombe e Mutamba. O facto é que por estas alturas os solos estão saturados (baixa capacidade de infiltração) e as marés são altas pelo que as inundações poderão levar mais tempo.
Perante este cenário, a Unidade de Protecção Civil (UNAPROC) já está estabelecida com homens em Inhambane e Gaza para intervir de imediato em caso de necessidade.
Por seu turno, o Centro Nacional Operativo de Emergência (CENOE) já emitiu instruções no sentido de os pescadores não se fazerem ao mar e a navegação marítima entre Inhambane e Maxixe deve estar interrompida.
No conjunto das medidas preventivas, o director-geral do Instituto Nacional de Gestão das Calamidades (INGC), João Ribeiro, apelou para que os que pretendam viajar não se façam à estrada e instou a todas as instituições envolvidas na gestão das calamidades para agirem com maior prontidão.
Nas zonas de cimento, recomenda-se a limpeza das drenagens e esgotos, o não estacionamento de viaturas perto de aquedutos e árvores. Especialmente para os automobilistas o conselho é que devem circular em marcha moderada nos locais alagados. Para os transeuntes o aviso é no sentido de evitarem caminhar ou atravessar charcos de pé descalço.

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