Mais do que vender para Moçambique, as empresas portuguesas têm que se estabelecer no país promovendo emprego, receita pública e cadeia de valor. É esta a mensagem deixada pelo ministro da Planificação e Desenvolvimento e pela Câmara de Comércio Moçambique-Portugal aos empresários portugueses.
A visita a Portugal levou dois dias e a agenda foi carregada: participação no Salão Internacional do Sector Alimentar e de Bebidas – SISAB -, visita à fábrica da Sumol + Compal em Almeirin e encontro com embaixador de Moçambique em Portugal.
desta vez, a Câmara de Comércio Moçambique Portugal (CCMP) convidou o ministro da Planificação e Desenvolvimento, para reforçar a diplomacia económica. O objectivo era promover as oportunidades de negócio, com foco na criação de empresas em Moçambique, sobretudo de pequena e média dimensão.
Na óptica da CCMP, as pequenas e medias empresas são determinantes na massificação de empregos e na melhoria de vida da população.
O presidente da CCMP, Daniel David, destacou que as pequenas e médias empresas têm uma importância fundamental na economia moçambicana e devem estar na linha da frente.
As pequenas e médias empresas contribuem com 30% para o Produto Interno Bruto e impulsionam a redistribuição do rendimento nacional.
Daniel David apontou que a delegação, acompanhada pelo ministro da Planificação e Desenvolvimento, tinha em vista convidar os empresários portugueses a estabelecerem-se em Moçambique, contrariando a tendência de exportação de produtos para o país.
Aos olhos do presidente da CCMP, só com a instalação de empresas portuguesas em Moçambique é que o número de empregos e de contribuição para a receita pública poderão crescer significativamente.
Daniel David anunciou a realização de vários eventos, este ano, quer em Moçambique quer em Portugal, com vista a levar ao país mais investimento português.
Com dois anos de existência, a CCMP já organizou várias feiras e conferências, uma das quais em Lisboa, onde levou à mesa de discussão o tema “Moçambique como Porta de Entrada para mais de 250 Milhões de Consumidores”.
SISAB
A Lisboa, a CCMP levou 25 empresários de diversas áreas, maior parte dos quais distribuidores de produtos alimentares e bebidas portuguesas em Moçambique. O Salão Internacional do Sector de Alimentos e Bebidas é uma feira para descobrir novos paladares e fazer novos negócios.
Participaram no SISAB mais de 80 países e 4 000 empresas de diversos ramos. Algumas empresas, como a Sovena, Cereals, Ramirez, Fernando Barros, entre outras, já exportam para Moçambique, através da Tropigália. Aliás, o mercado moçambicano é o segundo, depois de Angola, em termos de exportação em África. Com a crise, as vendas em Portugal encolheram, mas cresceram fora, incluindo em Moçambique.
O vice-presidente da CCMP, Adolfo Correia, defende que a feira abre novas oportunidades a Moçambique, um país com uma taxa de crescimento de 7% ao ano e com uma população com poder de compra. Para Correia, a deslocação da CCMP a Portugal, juntamente com o ministro da Planificação e Desenvolvimento, reforça os objectivos do país no que diz respeito à captação do Investimento Directo Estrangeiro.
Boaventura Mucipo, O País
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