Friday 20 February 2009

Um novo partido politico em Moçambique – Será o fim da História?


Acompanhamos pelos meios de comunicação social e por todos o cantos de que está eminente a criação de um novo partido político em Moçambique. O novo partido, se for a surgir, será, provavelmente, liderado pelo actual presidente do município da Beira.
Na verdade Daviz Simango é um verdadeiro animal político. Ele mostrou isso ao vencer, por maioria convencente as eleições municipais na Beira. Escuso-me aqui de dizer que os senhores Manuel Pereira e Lourenço Bulha tiveram “ciúmes políticos” e “raivas diplomáticas contra este jovem visionário. Sem querer exagerar, esse jovem é do estilo e da geração da Obamania.
Nessa ideia de criação de um novo partido político há, obviamente, ideias divergentes e opiniões contraditórias. Uns preferem dizer que esse novo partido seguirá as linhas do PDD, que nos primeiros tempos soou bem, mas depois caiu no esquecimento. Outros acreditam que seja cedo demais para se criar o tal partido e que esse terá dificuldades para se estender e ser conhecido a nível nacional.
Mas, se formos a ver coisas num outro prisma, poderems acreditar que este novo partido é uma verdadeira inovação. Não será um clube de antigos camaradas frustrados pela Revolução e postos do lado negro da história. Acredito sim que seja um verdadeiro espaço de experiência e exercicio da Nova Democracia. Um espaço que congregará um meio mundo de pessoas com diversas origens e, claro, com motivações diferentes, desde que não sejam ambições desmedidas e avidez pelo poder.Acredito ainda mais que é uma força política que conseguirá conquistar muitos intelectuais e jovens de diversas cores políticas.
Acreditemos que um novo Obama está a surgir em Moçambique. Essa é a história que ajudamos a construir e que um dia nos trará surpresas. Quem acreditaria que Hitler iria desaparecer? Não quero falar aqui de Mussolini na Itália, de Staline na Rússia, de Kamuzu Banda no Malawi e de tantos outros poderes terrestres declarados eternos.
Será este o fim da História, na fórmula de Fukuyama? Paremos para ver.

Leovigildo Novidades Juliasse
www.leoiuris.blogspot.com

5 comments:

Júlio Mutisse said...

José,

Eu sou dos que acredita e quer uma alternativa séria e válida ao meu partido. Tenho dito que não é bom que a FRELIMO seja a única voz e cérebro a pensar o país. É necessário congregar mais gente com capacidade para pensar soluções válidas para o desafio comum dos moçambicanos: ser ricos (estou farto de «combater a pobreza» é demasiado negativista).

Desejo tanto essa alternativa para sairmos da latergia em que se está, em que sem esforço, tudo o que a FRELIMO diz ou disser, será sempre bem estruturado quando comparado ao que é dito pelo principal adversário político.

o meu problema meus caros é a minha crença de que a pressa é inimiga da perfeição. Me parece que se está a ter em conta objectivos a curtíssimo prazo (eleições 2009) ao invés de ummaior investimento na inserção e aceitação nacional que lhe permitam ser uma alternativa mais sólida a médio prazo. Estão aqui os meus receios que se juntam aos que receiam um novo PDD.

Não será o fim da história; será uma nova página (claro se houver uma acção concertada e coerente nos próximos tempos que consolidem o movimento); um novo ciclo e um conjunto de pessoas com uma visão diferente. Mas please não nos esqueçamos que Moçambique é mais amplo do que os espaços urbanos e urbanizados e que os blogs e os que tem acesso a eles (incluindo jornais tvs e rádios) representa uma ninharia em relação a população moçambicana. então é necessário atingir esses ortros antes de pensar em altos voos sob o risco de despenhamento precoce.

Anonymous said...

Temos mesmo de apostar num novo partido, a menos que queiramos que o monopartidarismo regresse a Mocambique. A Renamo ou a Frelimo nao sao a aposta certa para a concretizacao do sonho de muitos mocambicanos: democracia plena, onde qualquer cidadao, independentemente do partido a que esteja afiliado, tenha direito a ocupar qualquer cargo governamental sem sofrer qualquer tipo de discriminacao ou represalias, e que o criterio para ocupacao do mesmo seja a competencia, direito a uma vida melhor, no campo da saude e da educacao e o fim da opressao que ainda muitos sofrem por nao pertencerem ao partido no poder. Nao podemos ficar de bracos cruzados, sabemos que nao vai ser facil, mas podemos todos lutar juntos para atingir estes nobres ideais. Maria Helena

Anonymous said...

Esqueci-me de acrescentar que, quem acredita que Mocambique e um pais verdadeiramente democratico desde 1975, vive 'um sonho ou uma miragem', pois isso nao acontece no dia-a-dia, especialmente se nao fores membro ou simpatizante da Frelimo. Os postos de maior relevo sao reservados exclusivamente a membros da Frelimo. Sigamos o exemplo de B. Obama e outros lideres, onde o factor CIDADAO e COMPETENCIA e superior ao factor PARTIDO e apadrinhamento. Maria Helena

JOSÉ said...

Penso que há um consenso sobre a necessidade de uma Oposição forte e ambiciosa e na actual conjuntura há mesmo espaço para este novo Partido.
A minha grande preocupação é se se certos elementos da Frelimo estão dispostos a competir lealmente com o MDM.
O que se está a debater é se o timing do MDM é o correcto, uns dizem que a formação do Partido está a decorer muito lentamente e outros afirmam que as coisas estão a andar muito velozmente. Eu sou ambivalente nesta questão, por um lado penso que devido à urgencia, se está a andar muito lentamente, tenho em conta a formação do COPE na África do Sul, em pouco tempo organizaram-se e estão prontos para as eleições em Abril, claro que sei que as circunstâncias são diferentes. Por outro lado, sei que as coisas estão a correr bem e que o MDM está a ter grande aceitação, revelando que se está a trabalhar bem e que o timing está mesmo certo.
Muitas lições foram aprendidas com a formação e irrelevancia do PPD, mas aqui as circunstancias são totalmente diferentes.
Eu estou excitado, vamos aguardar com calma.
Um abraço,
José

JOSÉ said...

Maria Helena, concordamos que o MDM é uma necessidade inadiável e é essa constatação que nos dá ânimo. Amiga, o MDM já é uma realidade e o que temos de decidir desde já é qual será o nosso nível de engajamento.
Na verdade, quem acredita que Moçambique é verdadeiramente um país democrático desde 1975, só pode estar a sonhar ou a ver miragens, mas o mais provável é que essas pessoas tenham estado emigradas num outro planeta, totalmente alheias à realidade moçambicana.
Estamos juntos!