Friday 16 September 2016

Eu, também, quero armas!


Nas celebrações dos 42 anos da assinatura dos acordos de Lusaka, que marcaram o fim da guerra de 10 anos contra o colonialismo português, a 07 de Setembro de 1974, Fernando Faustino, secretário-geral da ACLIN – Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional, Fernando Faustino, pediu, em nome da sua organização, armas de guerra, para equipar os seus correligionários antigos, alegando que era para se defenderem dos “rangers” e para darem uma lição à Renamo e ao seu lider, Afonso Dhlakama. O povo diz que por sonhar não se paga imposto. E é verdade. Até velhinhos trópegos sonham envolvidos em grandes batalhas, em defesa de causas perdidas, que só a outros dizem respeito.
Não cabe a mim e aqui avaliar a qualidade e o mérito deste pedido dos antigos libertadores da nossa pátria, porém, a verdade manda dizer que todo o povo tem que pensar em se defender, de uma vez por todas, dos novos colonizadores de cor preta que tomaram o nosso país de assalto como se de espólio de guerra fosse. O povo tem que se defender dos promotores das guias de marcha e aldeias comunais, dos que haviam introduzido a pena de morte, dos que praticam a exclusão e intolerância na função pública. Defender dos que fazem do Estado moçambicano um destacamento avançado do seu partido a fim de se perpetuarem no poder mesmo à revelia da vontade do povo expressa, de forma clara, nas urnas.
O povo tem pedir armas para se defender dos gananciosos que, a todo custo, querem se tornar ricos sem causa, sem trabalhar, contornam as instituições nacionais quando chega o momento de irem aos bancos estrangeiros para contraírem dívidas astronómicas que afundaram a economia do país para as suas empresas, colocando, assim, o nosso Estado como avalista. A crise económica por que Moçambique está a passar não é produto da crise internacional, como alguns governantes pretendem dar a entender, mas devido às toneladas de dinheiros que foram buscar lá fora para os seus bolsos e, de forma abusada, dizem que o povo deve participar no pagamento daquilo que eles comeram. O povo deve continuar a recusar a não pagar o prato de que não se serviu. 
Temos que nos defender daqueles que promovem a guerra para tirarem benefícios pessoas ou de grupo. Os que promovem a guerra até colocaram os seus filhos como gestores das empresas que viajam pelo mundo para comprarem armas a fim de equiparem as forças governamentais. Os novos tipos de armamentos que as forças do governo amedrontam o povo são adquiridas por eles. O Estado encontra-se submetidos a eles. Os novos ricos sem causa para se defenderem do povo abafaram o Estado – a Procuradoria-Geral da República, o Tribunal Supremo não tem voz nem força para agir contra as ilegalidades que praticam. Partidarizam a Polícia e o Exército para serem submissos até onde vai a sua ganância pelo dinheiro. 
É contra os gatunos da coisa pública que o povo se deve armar e lutar. É contra aqueles que continuam no poder mesmo que tenham perdido as eleições. É contra aqueles que usam as forças do Estado para defenderem os seus interesses. O povo deve pedir armas para se defender daqueles que golpearam a economia e nos deixaram no mais fundo buraco da pobreza. Contra aqueles que, depois de 41 anos que levam no poder, não foram capazes de produzir políticas exequíveis para o nosso país ser autossuficiente em nenhum cereal, para o país deixe de importar batata, arroz, frangos, cebola, repolho, tomate. 
Contra aqueles que destruiram a nossa indústria e dizimaram a agricultura. Contra aqueles que golpeiam as empresas públicas, empurrando-as à falência. Não é por acaso que a LAM, Mcel, CFM, TDM, etc., estão na falência. Deve-se aos constantes roubos. As empresas do Estado tem funcionado como saco azul para a Frelimo, por isso, não são rentáveis. Foram eles que levaram à falência a MABOR, MAQUINAG, VIDREIRA, TEXTÁFRICA, TEXLOM, TEXMANTA, TEXMOC, etc., etc. É contra os novos colonos que o povo deve, de novo, se armar. Eu quero armas para me defender dos gatunos e bandidos que têm estado a desgraçar o povo. Eu, também, quero armas, Senhor Presidente! Quero armas, um BTR, um tanque e um canhão de grande calibre para esmagar os gatunos!



Edwin Hounnou, no Facebook

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