Wednesday 13 July 2016

Líder da Renamo acusa Frelimo de o querer matar

 O líder da Renamo, principal partido de oposição moçambicana, acusou hoje a Frelimo, partido no poder, de ter uma "agenda escondida" para o matar, acusando as forças de defesa e segurança de bombardeamentos no local onde se encontra escondido.
"A Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique) tem uma outra agenda escondida. Continua a atacar-nos aqui (em Gorongosa) com bombardeamentos. A Frelimo sempre acreditou que a ofensiva contra a Gorongosa pode resultar na morte ou captura de Afonso Dhlakama", disse o líder da Renamo, em entrevista ao semanário Canal de Moçambique, divulgada hoje.
Segundo Dhlakama, o partido no poder pretende a sua eliminação física para poder negociar a restauração da paz no país com a principal oposição política numa situação de fragilidade.
"De três em três dias, lançam roquetes, o famoso B11, e disparam para a serra (da Gorongosa), a serra é grande. Eles chamam ´ofensiva para capturar o Dhlakama ou matá-lo`, afirmou o líder do principal partido de oposição.
O líder da Renamo declarou que o partido vai reiterar nas negociações com o Governo a exigência de governar nas seis províncias onde reivindica vitória nas eleições gerais de 2014 e a nomeação de oficiais do braço armado do movimento para cargos de comando nas forças de defesa e segurança moçambicanas.
"A agenda da Renamo (nas negociações) é curta. Apenas inscrevemos dois pontos: primeiro, é a governação das seis províncias. A governação das nossas seis províncias, começando ainda este ano de 2016. O segundo é sobre a matéria de defesa e segurança. Nesse ponto, queremos a integração em postos de destaque", afirmou Afonso Dhlakama.
Dhlakama manifestou abertura para negociar o desarmamento do braço armado da Renamo, exigida pelo Governo moçambicano.
A comunicação social moçambicana tem noticiado nos últimos dias que o Governo quer envolver o antigo Presidente tanzaniano Jakaya Kikwete, a Fundação Faith, de Tony Blair, e a Fundação Global Leadership, do ex-subsecretário de Estado norte-americano Chester Crocker, na mediação da paz em Moçambique.
Segundo a imprensa, Maputo está a preparar os convites às três entidades, que se poderão juntar à União Europeia (UE), Igreja Católica e África do Sul, propostos pela Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido de oposição, para mediarem as negociações com o Governo, destinadas à restauração da estabilidade política e militar no país.
O Governo moçambicano anunciou recentemente que já enviou os convites às três entidades propostas pela Renamo, não se conhecendo ainda as respetivas respostas.
O chefe de Estado moçambicano e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, indicaram em junho terem chegado, por telefone, a um consenso sobre a participação de mediadores internacionais nas negociações para o fim dos confrontos entre as Forças de Defesa e Segurança moçambicanas e o braço armado da oposição.
Apesar de as duas partes terem reatado as negociações, os ataques de supostos homens armados da Renamo a veículos civis e militares em vários troços do centro do país não têm cessado e o movimento acusa as Forças de Defesa e Segurança de intensificarem os bombardeamentos na serra da Gorongosa, onde se presume encontrar-se Afonso Dhlakama.
O principal partido de oposição recusa-se a aceitar os resultados das eleições gerais de 2014, ameaçando governar em seis províncias onde reivindica vitória no escrutínio.

 

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