Monday 11 December 2017

O presente que ainda não foi entregue aos moçambicanos

Desde que foram despoletadas as dívidas contraídas ilegalmente pelo Governo da Frelimo, liderado na altura por Armando Guebuza, os moçambicanos esperam ver os envolvidos na maior fraude do país, quiçá do mundo, de todos os tempos, responsabilizados pelo crime que cometeram contra toda uma nação. Os nomes dos sujeitos já são sobejamente conhecidos, e espanta- nos o silêncio cúmplice da Procuradoria- Geral da República (PGR).
Mas, após um ano e meio a investigar o caso de corrupção na compra de duas aeronaves de marca Embraer pelas Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), a PGR ordenou esta semana a detenção de três arguidos, nomeadamente Paulo Zucula, antigo Ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Zimba, antigo Gestor Sénior da Sasol Pretroleum Temane, e de José Viegas, antigo PCA das LAM, enquanto continua a instrução preparatória da acusação.
Sem sombras de dúvidas, esta situação pouco comum na Justiça moçambicana poderia considerar-se um presente de natal antecipado, porém, na verdade, os moçambicanos têm vindo a aguardar pela prisão dos arquitectos das dívidas ilegais, desde que o assunto foi divulgado pela imprensa internacional, em Abril de 2016. Razões para isso são várias, a destacar o custo de vida sem precedentes que tem sufocado o povo moçambicano nos últimos tempos.
A auditoria às dívidas ocultas revelou que há por esclarecer o destino dos dois mil milhões de dólares contraídos por três empresas estatais entre 2013 e 2014. Está claro que esse dinheiro não foi usado para resolver os inúmeros problemas da população. Além disso, o relatório de auditoria apontou os nomes das figuras que, em nome do Estado moçambicano, arquitectaram o maior esquema de corrupção de sempre e deixaram um país todo em situação económica deplorável.
No entanto, é uma fraude ou tentativa de lançar areia para os olhos dos moçambicanos apenas apresentar-nos os indivíduos que receberam suborno de 800 mil dólares norte-americanos para garantirem a adjudicação de um negócio 70 milhões de dólares norte- -americanos à construtora brasileira que vendeu duas aeronaves comerciais a companhia aérea de bandeira moçambicana.
Não obstante ser um grande passo para responsabilização dos indivíduos que fazem dos cofres do Estado a sua vaca leiteira, é bom que se diga que esse não é o presente de natal que os moçambicanos estão à espera. Queremos, portanto, ver também os implicados no caso EMATUM presos enquanto continua a instrução preparatória da acusabraer.ção, à semelhança do caso da compra de Embraer.


Editorial, A Verdade 

1 comment:

Anonymous said...

Isso é verdade. É necessário recuperar o dinheiro e responsabilizar os actores. A história das dívidas oculta em Moçambique é muito grave por também ter sido orquestrada com o uso dos órgãos de soberania do estado Moçambicano. Foi no mínimo uma tentativa de golpe de estado! Tornar o estado ladrão: envolvendo a Sise, o Ministério das finanças, a Assembleia da República, o Ministério da defesa, os bancos e outros. Muitos dos envolvidos neste grande escândalo usavam as horas de serviço, os meios do estado, os símbolos de soberania custeados pelos impostos dos moçambicanos para lesar o estado. Nos pensávamos que iam trabalhar para a Nação! Até quando o estado Moçambicano, os nossos impostos vão continuar a ser usados por pessoas que querem destruir o mesmo? Que levam o nosso suor para reforçar os seus partidos ao invés de servir os contribuintes? Qualquer sociedade é um contrato de solidariedade sobretudo por meio dos impostos e não um saco azul.
O problema mais grave ainda é que as pessoas que contrariam as dívidas ainda continuam a ser pagos pelo mesmo estado ao qual defraudaram.
Compatriotas não tenhamos ilusões ladrões, violadores da lei, oportunistas existiram, existem e existirão sempre o que é importante é que quando detectados respondam pelos seus actos. Sem isso seremos uma sociedade dos sem lei, de cidadãos que sentem prazer de se roubarem a Si próprios e ao próximo.