Saturday 1 July 2017

Simone Veil – Uma Amiga da resistência moçambicana contra a ditadura da Frelimo (1927-2017)

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“Tinha 89 anos. 73 deles roubados ao destino que a parecia ter condenado aos fogos crematórios de Auschwitz. Chamava-se Simone Veil e a França está de luto em sua memória”, assim escreveu hoje José Manuel Fernandes, jornalista português do «Observador».Nasceu em Nice em 1927. Em 1944, a família foi deportada para os campos de concentração. Na altura com 16 anos, Simone Veil foi detida pelos alemães a 30 de Março, um dia depois de ter feito o exame de acesso ao ensino superior. Chegou a Auschwitz-Birkenau, com a irmã Madeleine e a mãe, a 15 de Abril de 1944. Apenas Simone e as duas irmãs, Madeleine e Denise, sobreviveram ao Holocausto. Depois da guerra, prosseguiu os seus estudos na Faculdade de Direito e no Instituts d’Études Politiques, em Paris, onde conheceu Antoine Veil, com quem casou em 1946. Tinha 19 anos. Mãe de três filhos, fez carreira no Ministério da Justiça, acabando por integrar o Conselho Superior de Magistratura em 1970. Quatro anos depois, Valéry Giscard d’Estaing, na altura Presidente francês, nomeou-a ministra da Saúde. Em 1979, torna-se na primeira mulher presidente do Parlamento Europeu.
Volta ao governo francês em 1993, quando o antigo primeiro-ministro Édouard Balladur a nomeia ministra de Estado, com as pastas da Saúde, Assuntos Sociais e Cidades, cargo que ocupa durante dois anos. Entre 2000 e 2007, foi presidente da Fundação para a Memória da Shoah em França. Um ano mais tarde, torna-se na sexta mulher eleita para a Academia francesa. Em 2008, juntamente com o antigo secretário-geral da ONU, Kofi Annan, recebeu o prémio Norte-Sul de Direitos Humanos do Conselho da Europa. Um prémio atribuído por Cavaco Silva, numa cerimónia que teve lugar em Lisboa. Em 1983, juntamente com Raymond Aron e vários dissidentes soviéticos, Simone Veil fundou a Resistência Internacional, movimento de apoio aos povos que lutavam contra regimes totalitários de orientação stalinista, como o da Frelimo em Moçambique. Jack Wheeler empenhou-se em integrar na Resistência Internacional movimentos do Afeganistão, Eritreia, Angola, Nicarágua e Moçambique. Por pressões exercidas pelo Departamento de Estado norte-americano, na pessoa de Chester Crocker, a Renamo foi impedida de integrar a Resistência Internacional. Os Estados Unidos contaram com o apoio da UNITA de Jonas Savimbi para atingir esse traiçoeiro objectivo.
Ainda por confirmar, a deslocação de Ivone Soares, ou de Younusse Amad, à Embaixada de França em Maputo para assinar o livro de condolências em nome de todos os moçambicanos que resistiram contra o regime totalitário da Frelimo, rendendo assim homenagem a uma grande mulher francesa, amiga de Moçambique.

FONTE: Joao Cabrita, no Facebook

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