Homens armados atacaram na quarta-feira um autocarro de passageiros e um camião em Nhamapadza, distrito de Marínguè, província de Sofala, centro do país, ferindo o motorista e o ajudante de um dos veículos, disseram à Lusa testemunhas.
O local do ataque localiza-se a 200 quilómetros do distrito de Gorongosa, onde o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, principal partido da oposição, Ossufo Momade, assinam hoje o acordo de cessação das hostilidades militares.
Em declarações hoje à Lusa em Gorongosa, o secretário-geral da Renamo, André Majibire, disse que peritos militares do seu partido, do Governo e do Grupo de Contacto Internacional estão a trabalhar na identificação dos autores do ataque.
"A Renamo não tem conhecimento dos autores dessa acção, mas sabe que o Grupo de Verificação de Cessação das Hostilidades militares está a trabalhar para a identificação dos autores", declarou André Majibire.
O camião ficou imobilizado na sequência dos tiros e o autocarro conseguiu seguir viagem, mas foi atingido por balas, apresentando furos de projécteis nos lados.
O troço onde ocorreu o ataque foi palco de ataques regulares a veículos durante os confrontos entre as Forças de Defesa e Segurança e o braço armado da Renamo, entre 2013 e 2015.
Os veículos alvejados seguiam na direção Nhamapadza - Gorongosa.
Um jornalista que vive na Beira, capital da província de Sofala, disse à Lusa que, na sequência do ataque ocorrido em Nhampadza, a tripulação de um autocarro de passageiros que devia ter viajado para a cidade de Quelimane, província da Zambézia, também na região centro, adiou a viagem por medo.
O ataque ocorreu algumas horas após o Presidente moçambicano ter anunciado no parlamento que vai assinar hoje o acordo de cessação das hostilidades militares com o líder da Renamo.
Nas últimas semanas, um grupo de guerrilheiros do braço armado do principal partido da oposição alertou o Governo para a continuação da instabilidade militar no país, caso assine o acordo de cessação das hostilidades militares com Ossufo Momade, exigindo a renúncia deste do cargo de presidente da Renamo.
O grupo avisou que não vai aceitar o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração que se iniciou na segunda-feira, enquanto Momade continuar presidente da Renamo.


Lusa