Numa corrida contra o tempo, a Frelimo tudo tem feito para não ser jogado para o caixote de lixo da História. Isso vai acontecer não pelo longo período, de 43 anos consecutivos, que leva no poder, mas pela maneira como faz a gestão do nosso destino comum.
Há, na História Moderna, partidos que estiveram no poder quase 60 anos consecutivos e quando saíram do Governo, deixaram muitas saudades, por isso, são respeitados pelo povo porque não venderam o país nem deram a ninguém os recursos nacionais. Geriram os recursos de tal forma que os seus países se tornaram fortes e a sua gente educada e qualificada.
O bom exemplo que vem dos países nórdicos usaram os recursos para imponderaram os povos e nações.
A Frelimo quando for afastada do poder, vai ser uma festa de arromba, por ter perdido, por completo, os valores ético-morais que faziam muita gente a correr atrás do partido que trouxe a independência. Da Frelimo ninguém guardará boas recordações.
A guerra dos 16 anos foi provocada pela Frelimo. Os campos de reeducação, fuzilamentos e assassinatos dos opositores com recurso aos esquadrões da morte, viraram moda. As dívidas que sufocam a economia o povo são da autoria da Frelimo. A corrupção, impunidade, exclusão económica e intolerância são marcas da sua governação.
Quando o país ascendeu à independência, Moçambique estava a prosperar a olhos vistos. Aos poucos, parou até à estaca zero, por falta de astúcia das novas autoridades que escolheram a violência como forma de governar. A indústria estava a produzir em pleno e Moçambique era a quinta maior economia de África.
A sua agricultura era pujante, tinha atingido os patamares comerciais invejáveis. Isso vem documentado. Não estamos a inventar nada de novo. Temos tudo para avançar e crescer, faltando-nos um Governo comprometido com os anseios do povo.
Temos gás natural, recursos hídricos e minerais, temos a terceira maior barragem hidroeléctrica do mundo, temos 36 milhões de terra arável, toda a costa, mas para nada nos tem servido.
Os sucessivos governos que temos têm a missão de formar caravanas de pedintes de fundos para construir latrinas melhoradas, de pequenas unidades sanitárias, estradas e de pontecas. Não são governos com ideias e planos arrojados de desenvolvimento.
O país exportava tecidos, calçados e metalomecânicos. Exportava milho, frutas e carnes. Hoje, tudo está invertido, de exportador, o nosso país passou a importador por excelência de quase tudo.
A única coisa que sabe exportar é o malabarismo político de como se vence uma eleição sem ser votado. Vimos os “experts” do partido Frelimo, que integram os órgãos eleitorais, a serem despachados para Angola, Tanzânia e Zimbabwe, a fim de irem transmitir, a outros camaradas em apuros, a sua experiência acumulada de nadar numa piscina sem água, como subverter a vontade popular expressa nas urnas, como entre nós sempre tem acontecido.
O partido Frelimo chega ao ponto de exportar a malandrice eleitoral para ajudar o MPLA de José Eduardo dos Santos e ZANU-P, de Robert Mugabe, para permanecerem no poder, imerecidamente.
Só a ausência de uma oposição forte e séria pode permitir brincadeiras desse tamanho. Ninguém os denuncia e eles acham que isso seja normal.
A oposição parlamentar é cúmplice disso porque tem conhecimento e fica calada como se isso fosse benéfico para os moçambicanos. Fomos ensinados que somos pobres porque a Europa e a América roubam os nossos recursos.
Esse discurso é falso e enganador. Somos pobres devido aos nossos governos que são maus, incompetentes e compostos por corruptos que só pensam em roubar. Aqui reside a doença crónica das empresas públicas – insustentáveis e todas condenadas à falência por serem saco azul do partido no poder.
Nem o INSS, que chamam de banco do pobre, escapa ao saque. Todos roubam para financiar as suas festas e encher os bolsos.
Em África, temos bons exemplos. O Botswana, um país da SADC, há quase 20 anos, era pobre, que exportava apenas carne bovina. Com a descoberta de diamantes, as coisas mudaram. É o único país do nosso continente que não tem dívida externa. O Botswana tem bons dirigentes.
Pode-se citar, também, o Ruanda, um pequeno país dos Grandes Lagos, há 20 anos esteve mergulhado num genocídio sem paralelos, hoje é uma nação em desenvolvimento. Toda a gente já ouviu falar da Etiópia, do Corno de África, mergulhado em guerras. Agora é um exemplo de como se deve governar um país. Vemos a sua grandiosa companhia aérea a rasgar os nossos céus.
No lugar da Etiópia de ditadores, está uma nação a desenvolver-se e com infraestruturas modernas.
Outros povos, com menos recursos que os nossos, estão a desenvolver-se enquanto nós nos deixamos embalar com a cantiga de “maravilhoso povo da Pérola do Índico”. De olhos fechados, pagamos o prato que eles comem e os nossos filhos morrem à fome. Nada fazemos e ficamos a nos olhar um ao outro como se fosse assunto que diz respeito a outros.
A nossa postura proporciona o surgimento de gatunos e fraudulentos.
Se não mudarmos a nossa maneira de agir, seremos eternos escravos desses vampiros nojentos.
Para nos salvarmos da hecatombe para a qual nos levam esses porcos malcheirosos, é imperioso que a oposição se una numa única frente eleitoral.
(Edwin Hounnou)
CANALMOZ – 10.12.2018
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