Monday, 30 September 2019

Aeronave da LAM despista durante a aterragem no Aeroporto de Maputo

Aeronave da LAM despista durante a aterragem no Aeroporto de Maputo
Uma aeronave das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) despistou-se no final da tarde desta segunda-feira, durante a aterragem no Aeroporto Internacional de Maputo.
Trata-se da aeronave, do voo TM 165, operada pela sua subsidiária MEX, que fez o percurso Nacala / Beira / Maputo.
“Os passageiros e a tripulação desembarcaram em segurança e neste momento decorrem providências para facultar mais detalhes sobre a ocorrência” indica um comunicado da LAM, emitida há instantes.
O “incidente” ocorreu por volta das 16:50 e as causas ainda não são conhecidas.



O País

Thursday, 26 September 2019

Actuação da Polícia favorece Frelimo na campanha eleitoral


Desde o começo da campanha eleitoral nossos repórteres um pouco por todo o país reportam casos de falta de imparcialidade, excesso de zelo e inacção por parte de agentes da Polícia, favorecendo sempre os simpatizantes da Frelimo.

No distrito de Balama, Cabo Delgado, agentes da Polícia que escoltavam a caravana da Frelimo quarta-feira dia 18 no povoado de Mualia, assistiram a um caso de agressão movido por simpatizantes da Frelimo contra um simpatizante da Renamo em seu estabelecimento comercial por este ostentar panfletos da Renamo. Os agentes da Polícia que estavam no local não intervieram para repor a ordem. A vítima contraiu ferimentos ligeiros como resultado do espancamento.
No distrito de Manica, na província com o mesmo nome, a Renamo queixa-se de não estar a beneficiar de escolta policial nas suas deslocações pelas localidades de Chadzuca e Mundonguara, a 30 quilómetros da sede do distrito. “A nossa caravana desloca-se sem acompanhamento da Polícia mesmo depois de termos entregue o nosso programa às autoridades policiais”, disse o delegado da Renamo ao Boletim.
No distrito de Morrumbene, Inhambane, o MDM e a Renamo não têm sido escoltados pela polícia durante a campanha. Entretanto, nas suas deslocações pelas localidades, as caravanas da Frelimo são acompanhadas por 4 agentes da Polícia.
No distrito de Bilene, Gaza, a Polícia se recusa a escoltar caravanas do MDM quando solicitada pelo partido, denunciou ao Boletim o delegado do partido no distrito, Leonardo Macave.
No distrito de Gurué, Zambézia, um simpatizante da Renamo foi brutalmente espancado por dois agentes da Polícia quando regressava das actividades da campanha eleitoral alegadamente por não trazer consigo o seu Bilhete de Identidade, na tarde do dia 14 de Setembro. Andar sem Bilhete de Identidade não é crime.
No distrito de Mutarara, Tete, dois simpatizantes da Renamo foram feridos e evacuadas para o posto de Saúde de Inhangoma para receber cuidados hospitalares, após terem sido agredidos por simpatizantes da Frelimo durante a campanha eleitoral, na terça-feira, 17 de Setembro. O caso, foi remetido à Procuradoria do distrito de Mutarara para o seguimento e não há detidos, embora a Polícia tenha presenciado as agressões.

( CIP )

Sunday, 15 September 2019

Tragédia em Nampula: guarda presidencial bloqueou portões e impediu saída de pessoas do estádio


Eleicoes-Gerais- 51-15-09-19

A actuação de agentes da Casa Militar da Presidência da República, um comando especial das forças de defesa e segurança, responsável pela protecção do presidente da República, pode estar por detrás da tragédia de Nampula, que causou a morte de pelo menos 10 pessoas e aproximadamente 100 ficaram feridas.
O incidente aconteceu no dia 11 de Setembro no Estádio 25 de Junho, em Nampula. Um reduto com capacidade de acolher 5 mil pessoas, mas que, de acordo com os presentes, tinha muito mais pessoas. O candidato da Frelimo à sua própria sucessão na presidência da República, Filipe Nyusi, havia acabado de sair do Estádio quando milhares de pessoas tentaram sair ao mesmo tempo e usando um único portão aberto. Alguns caíram e foram pisoteados até à morte. Outros morreram no hospital e dezenas contraíram ferimentos. Nenhuma televisão mostrou o momento do incidente e nem há imagens nos smartphones a circular nas redes sociais, como seria de se esperar. Afinal o que causou esta tragédia?
Nos quatro dias que seguiram ao incidente, o Boletim investigou o caso, conversando com pessoas presentes no evento, incluindo jornalistas e agentes da Polícia, e traz novos elementos sobre o incidente.
Milhares de pessoas foram mantidas no estádio, durante longas horas, sem permissão para sair. O comício de Filipe Nyusi estava acompanhado de espectáculo musical gratuito. Milhares de pessoas locais e outras trazidas dos distritos da província de Nampula estavam no local para receber Filipe Nyusi na cidade onde a última vez que a Frelimo ganhou foi há 11 anos. A Frelimo perdeu as eleições autárquicas em 2013, tendo ganho o MDM. Em 2017 houve eleição autárquica intercalar e ganhou o candidato da Renamo. Em 2018 voltou a ganhar o candidato da Renamo nas eleições autárquicas.
Diferentemente dos demais candidatos presidenciais cuja segurança em campanha é garantida pela Polícia da República de Moçambique (PRM), na campanha de Filipe Nyusi, a segurança está ao cargo de agentes da Casa Militar.
“É função da Casa Militar proteger os locais ocupados, permanentemente ou a título provisório, pelo Chefe de Estado, incluindo regulamentar e controlar o acesso às zonas ocupadas pelo Presidente da República”, conforme refere a presidência da República.
Os agentes da casa militar, dirigidos pelo próprio Chefe da Casa Militar, General Joaquim Mangrasse, bloquearam os três portões existentes no estádio, não permitindo a entrada e saída de pessoas desde o período em que Filipe Nyusi entrou.
O discurso de Nyusi estava previsto para às 15 horas. A partir destas horas ninguém mais podia sair do local. Mas Nyusi chegou com atraso de cerca de meia hora. Discursou até perto de 17 horas. Enquanto Nyusi falava, milhares de pessoas foram tentando sair do local, incluindo jornalistas. A segurança da Casa Militar não deixou que as pessoas saíssem.
“Eu próprio quis sair e fui impedido. Acabei saindo pela porta pequena pois estava acima da hora do fecho”, contou um jornalista ao Boletim.
As pessoas foram se aglomerando perto do único portão que esteve aberto durante o dia, mas não foram permitidos a sair. Assim que Filipe Nyusi e a sua comitiva abandonaram o local, as pessoas já há muito aborrecidas de permanecer no recinto, quiseram sair ao mesmo tempo, gerando-se a confusão.
À altura da tragédia, os jornalistas da comitiva da campanha de Nyusi e grande parte dos agentes da Casa Militar já haviam saído do local. Quando a notícia do incidente começou a se espalhar pela cidade, os jornalistas correram para o Hospital Central de Nampula para tentar captar imagens de feridos que iam dando a entrada, mas de novo os agentes da Casa Militar entraram em acção e impediram os jornalistas de realizar o seu trabalho.
Pelo menos quatro jornalistas foram agredidos e impedidos de captar imagens. Os que já haviam captado algumas imagens foram obrigados a apagar sob ameaças de torturas por homens empunhando armas de fogo.
“Eufrásio Gilberto, operador de câmara da HAQ TV (uma televisão islâmica local), foi ameaçado com uma arma de fogo do tipo pistola quando era forçado a entregar a máquina. Leonardo Gimo, da TV Sucesso, foi forçado a apagar todas as imagens que tinha conseguido captar”, contou-nos um jornalista que presenciou a cena no HCN. Um operador câmara da STV, uma das maiores televisões nacionais, também terá sido vítima da operação dos agentes da Casa Militar. CIP



Thursday, 5 September 2019

Papa Francisco defende combate às desigualdades para garantir a paz efectiva

Papa Francisco defende combate às desigualdades para garantir a paz efectiva
O Papa Francisco saudou hoje o acordo de paz assinado em Agosto entre o governo e a Renamo, e sugeriu a aposta no caminho da reconciliação para assegurar um desenvolvimento sustentável do país.
O Sumo Pontífice que falava há instantes durante o seu primeiro encontro com as autoridades nacionais e convidados, disse que o caminho seguido pelos moçambicanos, deve ser a norma e consolidado.
"A paz deve ser a norma e a Reconciliação como o melhor caminho para enfrentar as dificuldades do país" disse o líder da igreja católica.
Para o papa, é preciso que o país se empenhe no combate às desigualdades e aposte na inclusão efectiva para assegurar que a paz seja duradoura e eficaz.

Segundo o Bispo de Roma, a papa a reconciliação deve ser acompanhada por um processo de dignidade na inclusão, porque "sem igualdade de oportunidades" encontra-se um terreno fácil para a instabilidade.
Para o Papa Francisco, não há programa político, ou serviços de segurança que seja efectivo e eficaz enquanto as desigualdades sociais prevalecem, frisou, para sustentar a ideia de aposta no combate aa desigualdades sociais.



O  País