No dia em que Moçambique comemora a Legalidade, e alguns dias após as marchas de cidadãos contra a onda de sequestros em Moçambique, três cidadãos foram sequestrados nesta terça-feira(5): duas mulheres e ainda um menor.
A primeira vítima, uma cidadã de nacionalidade portuguesa, foi raptada nas primeiras horas do dia, no interior da empresa onde trabalha, no município da Matola, por três homens armados. Os raptores entraram nas instalações, intimidaram os colegas da vítimas e saíram com a vítima arrastada pelos cabelos até à viatura dos malfeitores, que desapareceu. Há indicação que a cidadã é uma imigrante e não tem família em Moçambique.
Na história dos sequestros, este é o segundo caso que envolve portugueses: o primeiro aconteceu em meados de Julho passado, em que um empresário terá sido sequestrado e posteriormente restituído à liberdade.
O cônsul geral de Portugal em Maputo, Gonçalo Teles Gomes, disse à Lusa que os familiares da cidadã já foram informados sobre a ocorrência. Neste momento, os portugueses são aconselhados a “não frequentar locais isolados, evitar as rotinas, incluindo não efectuar diariamente os mesmos percursos, não exibir bens com valor monetário significativo e manter sempre a família ou pessoas de confiança informadas sobre as deslocações”.
Segunda vítima
Ainda durante a manhã desta terça-feira, uma outra cidadão adulta que se encontrava sozinha em casa foi surpreendida por quatro criminosos que ardilosamente conseguiram entrar na residência, onde furtaram vários bens, e depois saíram com a vítima.
Entretanto, uma criança de três anos de idade também sequestrada em Maputo, numa altura em que se encontrava a brincar com o seu irmão de sete anos de idade.
Apesar dos dois grupos de sequestradores que foram detidos, julgados e condenados em tribunal os sequestros não páram e os criminosos estão cada vez mais audaciosos, agindo em plena luz do dia, e não se intimidam com a presença dos seguranças privados ou testemunhas civis.
Presidente confia na Polícia
Apesar do medo que cresce todos os dias entre sociedade moçambicana o Chefe de Estado, Armando Guebuza, manifestou a sua confiança nas autoridades policiais e disse que não haverá nenhuma reforma.
"Eu tenho confiança na Casa Militar e no Comandante Geral da Polícia. Que me apresentem o que está errado para poder corrigir?", disse Guebuza, falando em Chimoio, na conferência de imprensa.
"Há uma opinião que as coisas não estão bem, mas não dizem o que não está bem. Não dizem quem faz o quê e querem que eu aja. Não, eu tenho plena confiança na Casa Militar e também tenho confiança no meu Comandante-geral da Polícia?", acrescentou o Presidente moçambicano.
Contudo, Guebuza considerou justa a preocupação da sociedade em relação a este tipo de crimes e ao funcionamento dos órgãos de administração da justiça no geral. O Presidente da República disse que os moçambicanos não estão habituados a este tipo de crime que considerou de transfronteiriço e ?não aceitável?. "?Eu sei que a nossa polícia está a fazer tudo que está ao seu alcance para resolver estes problemas e alguns dos raptores foram levados à barra do tribunal e estão mesmo em julgamento, mas isso não é suficiente e temos que fazer ainda muito mais?", admitiu Guebuza.
"Aparentemente, ainda não alcançamos essa consciência colectiva sobre a gravidade destas questões?, disse ele. ?Em segundo lugar concordo que o Código Penal poderá ajudar a resolver o problema, mas, como eu digo, não é a condição, por isso nós ? a bancada e o governo - estamos a insistir para que haja, pelo menos, um agravamento maior e isso seja posto ainda nesta sessão da Assembleia da Republica porque não pode esperar?" enfatizou o Presidente Guebuza para quem a moldura penal actualmente usada para este tipo de crimes não penaliza de forma justa os criminosos. ?"Então vamos corrigir já. Façamos uma moldura penal que mais tarde vai ser integrada no Código Penal?", concluiu.
A Verdade
A Verdade
No comments:
Post a Comment