Wednesday, 27 November 2013

Fraude escandalosa e vergonhosa: o máximo que uns conseguem

…Estranha democracia imposta pela polícia

Beira (Canalmoz) - Quando a polícia interfere com processo eleitoral fá-lo por ordens de alguém. As perturbações à ordem pública, alegadamente invocadas pelas autoridades para intervenção da PRM, são um exagero e um sinal inequívoco de que existem interesses inconf...essáveis de atropelo e negação da vontade popular expressa nas urnas.
Qual é a necessidade de agentes da polícia apoderarem-se de urnas? Para onde foram as urnas e o que aconteceu com elas? Como de ordena a detenção de delegados de mesa de um partido concorrente ao pleito eleitoral e prosseguem-se às contagens sem a sua presença? Como se admite que delegados de mesa do partido no poder façam-se ao trabalho munidos de mochilas? Que continham tais mochilas? Votos?
Quando a polícia dispara indiscriminadamente e não há inquérito nem sinais de que a cadeia de comando tenha-se mexido para travar esta verdadeira onda assassina, que dirão os cidadãos?
Um governo digno desse nome não pode ficar calado e paralisado num momento que já é grave, perigoso e revelador de um ambiente permissivo com potencial de fazer disparar uma violência pós-eleitoral.
A democracia e eleições vencidas, através da intimidação e da manipulação declaradamente a fraudulenta dos votos expressos ou por via de um enchimento de urnas criminoso, passam de uma forma camuflada de fascismo.
O facto de se viver uma situação atípica e grave, fomentada por pronunciamentos de destacados dirigentes governamentais e partidários no sentido de conquistarem o poder a qualquer custo, é revelador de uma estratégia concertada ao mais alto nível.
E porque todo o sistema judicial está montado e estruturado em “plano inclinado” a favor do partido no poder quase que não vale a pena avançar com reclamações pois nada acontecerá ao contrário do que o STAE relatar e a CNE sancionar.
O que se faz num país deve ser olhado com responsabilidade pois as consequências podem não ser controladas. Uma ordem para disparar balas reais sobre gente desarmada é um crime que deve merecer atenção dos políticos e dos governantes.
As confissões religiosas, as organizações da sociedade civil e todos os moçambicanos de boa vontade devem denunciar encetar mecanismos para responsabilizar os culpados pela morte de inocentes, civis desarmados seja quem for.
Os apóstolos da auto-estima, os bajuladores ajuramentados estão preocupados com o desfecho eleitoral pois para todo o país fica a impressão de que onde a Frelimo venceu teve que recorrer à ajuda do STAE e da PRM/FIR.
Alguns perderam o pio tamanha e “cagada” executada por suas hostes.
Querer o poder é legítimo mas requer que haja contenção, moralidade e ética.
Vencer, sim, mas jogando limpo.
Os inimigos da democracia manifestam-se em momentos como este e ficam poucas dúvidas sobre o que querem certos políticos.
Arregimentar uma corporação policial, instrumentalizar a CNE/STAE, coloca a oposição fora do panorama onde se tomam as decisões de natureza eleitoral é sinónimo de perigo real para a democracia que se quer emergente e aprofundada em Moçambique.
Ninguém pode permanecer calado face aos abusos gritantes cometidos pela PRM/FIR. O comando destas forças policiais deve responder ao ocorrido e uma comissão de inquérito parlamentar deve urgentemente ser instituída. O CG da PRM não se pode esconder na arrogância e na prepotência a que nos tem habituado.
O poder conquista-se por via do voto e não através de balas e gás lacrimogéneo. Ser da oposição em democracia não constitui vergonha nem é o fim do mundo…
Há receios fundamentados de que forças afectas ao poder do dia estão orquestrando de modo a permanecerem no poder. Muitos dos pertencentes a grupos próximos do poder e beneficiários reais de benesses que o poder pode oferecer ou proporcionar tem consciência plena de que com uma hipotética derrocada do actual regime sua vida sofreria uma viragem completa. Ninguém quer sair prejudicado por mudanças no topo da hierarquia. Quem finca-pé e segura gente como Robert Mugabe no poder são seus directos beneficiários.
Em Moçambique um emaranhado de interesses, de agendas e de conluios sobrepõem-se ao que mais interessa aos moçambicanos.
Uma elite realmente embriagada com o poder e riqueza acumulados tornou-se momentaneamente cega e surda aos apelos de democracia efectiva que partem de todo o lado.
Um exército mercenário contratado a peso de ouro sai em defesa do status como recurso de última hora para defender o inconfessável. Há evidências crescentes de que o STAE/CNE/PRM/FIR conluiaram-se em defesa da Frelimo nas eleições autárquicas.
O Parlamento moçambicano deve ser capaz de instituir uma comissão de inquérito independente e com meios para apurar a verdade de todo um processo suspeito desde os primeiros dias, procurement e logística eleitoral, votação e apuramento de resultados.
Ganhar credibilidade é um processo em que se exige entrega, responsabilidade e maturidade dos intervenientes…



(Noé Nhantumbo, Canalmoz)

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