Acompanhei,
nestes dias,a muitos debates sobre os acontecimentos dos últimos tempos e das
últimas horas.
Quase que
se podia adivinhar o que seria dito nas várias estações televisivas e mesmo nas
radiofónicas antes mesmo do início desses debates. Os telespectadores, assim
como os ouvintes, têm feito a balança pender muitas vezes a favor da Renamo.
Dizem nada justifi car que o Comandante em Chefe, Armando Guebuza, ordene que o
exército ataque o seu opositor político Afonso Dhlakama.
São
vários os organismos nacionais e estrangeiros que repudiaram o recurso à força
quando estava em curso um diálogo. Poucas vezes a opinião dos participantes é a
favor do Governo. Creio que para quem é daqui há muito entendeu que me refi ro
à tensão política que fustiga o nosso país.
Se num
passado recente jornais como El Pais defi niam que Moçambique estava num
momento pré-bélico, com os ataques que vão ocorrendo agora
onde a intervenção do exército é muito questionada, como podemos definir o
actual momento?
Eu tenho
certeza absoluta de que se o Acordo Geral de Paz tivesse sido honrado, se todos
os homens e mulheres que trouxeram a democracia
multipartidária
tivessem tido oportunidades similares as que tiveram aqueles que militavam do
lado da Frelimo, a nossa Nação teria seguido um rumo
diferente.
Se
tivéssemos, como país, apostado na separação efectiva dos poderes, onde cada um
faz o seu trabalho e onde se privilegia o mérito e competência técnica
do servidor público, certamente estaríamos num patamar mais alto. Com pena, vê-se
que há quem faça um “esforço titânico” de atrair a atenção de quem governa,
pois fi cou claro que por essa via, facilmente, chega-se a cargos de chefia. O
canudo vem depois, primeiro há que se mostrar fidelidade partidária. Isso é
horrível!
É notório
que a reinserção (dos envolvidos na luta pela democracia) na sociedade não
obedeceu a critérios claros e transparentes. Por isso há quem
julgue que somente saíram benefi ciados os novos ricos que antes (na era
Samoriana) sentiam-se impedidos de ter bens para além dos que eram
disponibilizados pelo Partido- -Estado. Foi essa Frelimização do Estado que
minou todo o processo de desenvolvimento e enquadramento de
quadros a todos os níveis. No lugar de se desenvolver uma Nação inteira, o
desenvolvimento andou e tende a manter-se apenas nos quintais das famílias
ligadas à nomenclatura do Partido que desde 1975 dirige o país.
Eu
questiono: qual é o general da oposição que vive como a sua contra- -parte
ligada ao poder?
Qual é o
engenheiro da oposição que vive como a contra-parte do partido no poder?
Qual é o
empresário da oposição que tem o volume de negócios que os empresários ligados
à Frelimo têm?
Qual é o
filho de dirigente da oposição que tem as condições que os filhos dos
dirigentes da Frelimo ostentam?
Qual é o
membro da oposição que é o chefe máximo d’algum órgão de soberania?
Há um
desnível real, visível a olho nu e que é ignorado por quem define o quê, vai
para quem e aonde. Qual é o moçambicano, sem simpatias pela Frelimo
que prosperou na vida? Existem alguns, mas são poucos e esses poucos tiveram
que comer “o pão que o diabo amassou” como se fossem enteados
deste país.
As
assimetrias não são apenas regionais, tudo começa na filiação partidária. Para
o cúmulo, quando se ousa reivindicar oportunidades iguais, por via de
manifestações, direito consagrado na nossa Constituição, o povo é apelidado
vândalo, marginal e arruaceiro.
Isso é
vida? Quer me parecer que foi decretada uma sentença de morte para o povo. Ou
morre vítima de calamidades naturais, cujas ajudas são
desviadas. Ou morre vítima de doença, já que a muitos falta dinheiro para ter
tratamento e medicação condignas. Ou morre vítima de sevícias perpetradas
pelos raptores, isso porque não tendo socorro do Estado na hora do grito, não
tendo dinheiro para pagar aos sequestradores a morte é certa.
Ou acaba morrendo vítima de outras guerras com vários tons de silêncio.
Quem
trava tudo isso?
Haja paz,
grita o povo em uníssono.
Haja paz!
Ivone Soares, Savana, 01/11/13
3 comments:
Sem comentarios camarada, tudo o que lancou em sua visibildade analitica e' certo. venha a quem quizer desmentir, mas todo mundo sabe que e' verdade o que acabava frizar.O povo ja cansou viver de ameacas e humilhacao e o governo ja perdeu as chaves do controlo da nacao.
Por favor, queremos a paz de volta ao pais.!!
El puento sta bien vindo...
1.yo qiero sabier q la frelimo diz q no tien outro partido q es capaz d liderar el ste pais, porqe?
2.Eles pensam q stao liderando bien ste pais?
Qual es el marca d'la positividad d'las sus plan d'la buena governacion?
3.Eles pensam q quem liberta el pais, quier dizer q la comprou? se no, porque faz sus desisos fuera de la vontad del povo?.
Caros povos mocambicana(o)s ,vamos de levantar duma vez dizer cheiga,queremos a mudanca aparece somos criancas n o frelimo n pode governar o pais aparece uma casa deles ,viva egypte,viva Tunisia , viva povos mocambicanos!!
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