SEGUNDO FONTES COM CONHECIMENTO APROFUNDADO DO ANDAMENTO DAS CONVERSAÇÕES
Ocenário de uma próxima aceitação pelo Governo da reclamação da Renamo referente à aplicação de critérios de “composição paritária” no comando das FA e FIR é admitido em meios com conhecimento aprofundado do andamento das conversações.
Esta informação vem destacada na mais recente edição do África Monitor Intelligence – uma publicação lusa geralmente muito bem informada em matérias relacionadas com os países africanos da língua portuguesa. Até ao presente, publicamente as autoridades moçambicanas rejeitaram sempre tal reclamação, considerando-a exorbitante/absurda. A mudança de atitude que agora supostamente se desenha é atribuída nos mesmos meios à intenção do Governo de privar a Renamo da “única razão” que ainda invoca para justificar o auto-acantonamento da sua ala militar, bem como dar vazão à recusa de se desarmar.
A cedência do Governo é atribuída ao seguinte cálculo político:
a) fazer nova demonstração de boa vontade própria, com a qual pretende continuar a capitalizar;
b) elevar o grau de exposição da Renamo a novos embaraços internos e externos, caso não corresponda à abertura do Governo devido à delicada questão do desarmamento;
c) obrigar a Renamo a participar plenamente nas eleições gerais de 15 de Outubro, sujeitando a mesma e o seu líder, Afonso Dhlakama, às consequências de um resultado que se prevê venha a ser “desairoso”.
Ainda de acordo com avaliação da mesma publicação, a participação da Renamo e de Afonso Dhlakama no próximo acto eleitoral também interessa à Frelimo como “tampão” a um crescimento desmesurado do MDM, em especial nos principais meios urbanos. O Governo já procedeu anteriormente a inesperadas concessões negociais à Renamo – a mais importante das quais foi a alteração da composição da estrutura directiva dos órgãos de administração eleitoral – CNE e STAE. Os oficiais que enquadram o dispositivo de segurança e protecção de Afonso Dhlakama, na Gorongosa, são na sua maioria jovens, nalguns casos oriundos das Forças Armadas; é a sua colocação em funções de chefia/comando nas FA que Afonso Dhlakama tem em mente ao reclamar o princípio da paridade.
CORREIO DA MANHÃ – 28.05.2014
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