O diálogo político entre o Governo e a Renamo registou novamente, esta segunda (05), um impasse devido a divergências em relação aos termos de referência do papel dos observadores internacionais que irão fiscalizar o processo de cessação do conflito político-militar em Moçambique.
A Renamo voltou a insistir no facto de a sua desmobilização depender da paridade na constituição das Forças de Defesa e Segurança (FDS) e de diferentes subunidades da Polícia da República de Moçambique (PRM), do baixo ao mais alto escalão.
José Pacheco, chefe da delegação do Governo no diálogo político, disse que a proposta dos observadores nacionais obedece três etapas: a primeira diz respeito à cessação dos ataques contra cidadãos civis e destruição dos bens por parte da Renamo. A segunda etapa está relacionada com a desmilitarização da Renamo e sua reintegração nas FDS e PRM, mas não nos moldes que a Perdiz exige. E a terceira etapa refere-se à reinserção económica e social dos guerrilheiros da Renamo.
A explicação de José Pacheco é, basicamente, a formulação dos observadores nacionais. Entretanto, Saimone Macuiane, chefe da delegação da Renamo, disse que a explicação de que se devia confiar nos observadores internacionais para o fim de confrontos militares, desmobilização e reinserção dos guerrilheiros do seu partido não satisfaz à Renamo nem ao próprio Governo.
A Renamo exige que todos os seus militares que passaram à reserva e que estão a beneficiar de pensões sejam reintegrados nas FDS. José Pacheco garantiu que, pese embora os taques armados, as eleições presidenciais, legislativas e das assembleias provinciais, agendas para 15 de Outubro próximo, terão lugar. Os pleitos não poderão depender da tensão político-militar que o país atravessa.
Perante os fracassos que se registam de ronda a ronda, Pacheco disse que, doravante, o diálogo político entre as partes passará a ter lugar uma vez por semana e durante quatro horas, ou seja, das 09h:00 às 13h:00.
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