Exército unificado só ficou com três generais vindos da Renamo
O ânimo insuflado nas negociações entre o Governo e a Renamo, com a aprovação de emendas à Lei Eleitoral, visando pôr cobro à mais grave tensão política e militar em Moçambique desde a assinatura do Acordo Geral de Paz (AGP) em 1992, encalhou na sensível questão da paridade nas Forças de Defesa e Segurança, exigida pelo maior partido da oposição.
Enquanto o Governo exige o que considera de “desmilitarização” da Renamo para a “cessação das hostilidades”, o principal partido da oposição contrapõe com a exigência da “reintegração” dos membros do seu braço armado nas Forças de Defesa e Segurança, como fórmula para a restauração da paridade celebrada no quadro do AGP. A Renamo já fez saber que não tem novos homens para integrar, mas sim os mesmos que estavam lá desde 1992 e que agora foram reformados compulsivamente. A maioria foi transformada em assessores e adjuntos, enquanto outros estão simplesmente a aguardar pela idade da reforma.
O movimento liderado por Afonso Dhlakama sustenta a sua reivindicação no entendimento de que a paridade prevista no pacto assinado em 1992, visando a formação do exército único, foi sendo paulatinamente desmantelada, com a ascensão de Armando Guebuza à chefia do Estado moçambicano (e por inerência à chefia do comando das Forças Armadas de Defesa de Moçambique), em 2005.
Negociador-chefe do Governo com a Renamo para o fim dos 16 anos de “guerra de desestabilização”, na semântica oficial, ou da “guerra civil ou pela democracia”,
no léxico do antigo movimento de guerrilha moçambicano, Armando Guebuza não terá poupado o aparato de defesa e segurança do país do selo partidário, que cunhou às instituições do Estado, retomando o espírito de uma “Frelimo força da vanguarda”, muito corrente nos anos em que o partido era o único com existência legalmente autorizada.
Enquanto o Governo exige o que considera de “desmilitarização” da Renamo para a “cessação das hostilidades”, o principal partido da oposição contrapõe com a exigência da “reintegração” dos membros do seu braço armado nas Forças de Defesa e Segurança, como fórmula para a restauração da paridade celebrada no quadro do AGP. A Renamo já fez saber que não tem novos homens para integrar, mas sim os mesmos que estavam lá desde 1992 e que agora foram reformados compulsivamente. A maioria foi transformada em assessores e adjuntos, enquanto outros estão simplesmente a aguardar pela idade da reforma.
O movimento liderado por Afonso Dhlakama sustenta a sua reivindicação no entendimento de que a paridade prevista no pacto assinado em 1992, visando a formação do exército único, foi sendo paulatinamente desmantelada, com a ascensão de Armando Guebuza à chefia do Estado moçambicano (e por inerência à chefia do comando das Forças Armadas de Defesa de Moçambique), em 2005.
Negociador-chefe do Governo com a Renamo para o fim dos 16 anos de “guerra de desestabilização”, na semântica oficial, ou da “guerra civil ou pela democracia”,
no léxico do antigo movimento de guerrilha moçambicano, Armando Guebuza não terá poupado o aparato de defesa e segurança do país do selo partidário, que cunhou às instituições do Estado, retomando o espírito de uma “Frelimo força da vanguarda”, muito corrente nos anos em que o partido era o único com existência legalmente autorizada.
“Desrenamização” pós-AGP
Dados em poder do SAVANA consubstanciam a ideia de que, com Armando Guebuza ao leme das FADM, o topo da instituição castrense moçambicana foi sendo progressivamente monopolizado por oficiais oriundos das forças governamentais ante a menorização dos efectivos provenientes da antiga guerrilha da Renamo.
Na sequência das “purgas” promovidas desde 2005, dos 39 generais em efectividade, apenas quatro são da Renamo, enquanto 35 são do ex-exército governamental da Frelimo, o equivalente a 89,7 por cento.
Desse total de generais, “os da Frelimo” estão em 27 unidades activas, dois na casa militar, cinco adidos militares e um em comissão de serviço no Ministério da Defesa Nacional.
Por seu turno, os quatro generais da Renamo estão em algumas das 27 unidades activas.
Dos 30 postos de comandos, direcções e chefias das FADM, a Renamo está representada em apenas três “assentos”, nomeadamente, através de um comandante de ramo, um vice-inspector e Chefe de Estado-Maior de Ramo.
Todos os três oficiais do serviço cívico e no Instituto Nacional de Gestão das Calamidades Naturais (INGC) são provenientes das Forças Armadas de Moçambique e não está lá nenhum da antiga guerrilha, acontecendo o mesmo em relação aos estabelecimentos de ensino militares, em que a Renamo não tem nenhum a representá-lo nas seis instituições.
A ausência de membros indicados pela “perdiz” nota-se igualmente nos chamados órgãos de apoio comandados ou chefiados por coronéis, uma vez que a força política de Afonso Dhlakama não tem nenhum oficial nas cinco vagas em causa.
Ao nível de coronéis afectos aos departamentos do Estado- -Maior General, 29 são do Governo e quatro são provenientes da Renamo.
Mas a situação mais gritante localiza- se no conjunto dos 38 coronéis afectos aos comandos dos ramos. Todos os 38 são oriundos do Governo e nenhum da Renamo.
A “miséria” da Renamo estende- -se igualmente às promoções, uma vez que dos pouco mais de 1.500 oficiais promovidos, entre generais, superiores e subalternos,
apenas 15 são da Renamo, incluindo um Vice-Chefe do Estado-Maior General, um Comandante da Força Aérea, que exerce o posto actualmente, e o actual Chefe do Estado-Maior do Ramo do Exército.
Recentemente, mais de 40 oficiais superiores, entre coronéis, tenentes-coronéis e majores foram promovidos, mas apenas dois vieram da Renamo.
Na sequência das “purgas” promovidas desde 2005, dos 39 generais em efectividade, apenas quatro são da Renamo, enquanto 35 são do ex-exército governamental da Frelimo, o equivalente a 89,7 por cento.
Desse total de generais, “os da Frelimo” estão em 27 unidades activas, dois na casa militar, cinco adidos militares e um em comissão de serviço no Ministério da Defesa Nacional.
Por seu turno, os quatro generais da Renamo estão em algumas das 27 unidades activas.
Dos 30 postos de comandos, direcções e chefias das FADM, a Renamo está representada em apenas três “assentos”, nomeadamente, através de um comandante de ramo, um vice-inspector e Chefe de Estado-Maior de Ramo.
Todos os três oficiais do serviço cívico e no Instituto Nacional de Gestão das Calamidades Naturais (INGC) são provenientes das Forças Armadas de Moçambique e não está lá nenhum da antiga guerrilha, acontecendo o mesmo em relação aos estabelecimentos de ensino militares, em que a Renamo não tem nenhum a representá-lo nas seis instituições.
A ausência de membros indicados pela “perdiz” nota-se igualmente nos chamados órgãos de apoio comandados ou chefiados por coronéis, uma vez que a força política de Afonso Dhlakama não tem nenhum oficial nas cinco vagas em causa.
Ao nível de coronéis afectos aos departamentos do Estado- -Maior General, 29 são do Governo e quatro são provenientes da Renamo.
Mas a situação mais gritante localiza- se no conjunto dos 38 coronéis afectos aos comandos dos ramos. Todos os 38 são oriundos do Governo e nenhum da Renamo.
A “miséria” da Renamo estende- -se igualmente às promoções, uma vez que dos pouco mais de 1.500 oficiais promovidos, entre generais, superiores e subalternos,
apenas 15 são da Renamo, incluindo um Vice-Chefe do Estado-Maior General, um Comandante da Força Aérea, que exerce o posto actualmente, e o actual Chefe do Estado-Maior do Ramo do Exército.
Recentemente, mais de 40 oficiais superiores, entre coronéis, tenentes-coronéis e majores foram promovidos, mas apenas dois vieram da Renamo.
Savana, 16-05-2014
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