As organizações da sociedade civil saíram à rua esta sexta-feira (16) para mostrar a sua indignação perante a aprovação das leis que estabelecem regalias milionárias para os Chefes de Estado e deputados, porém, se o sucesso das marchas fosse apenas aferido através do nível de adesão dos cidadãos podia-se dizer que esta foi um fracasso. Estima-se em cerca de 500 as pessoas que participaram na manifestação que teve lugar, diga-se, na cidade capital de Moçambique.
As organizações que estiveram por detrás da iniciativa exigem que o Presidente da República, Armando Guebuza, não promulgue tais dispositivos por eles representarem a “legalização do roubo” e uma “violenta agressão” aos princípios de austeridade, transparência, ética do servidor público, equidade e justiça social.
As organizações que estiveram por detrás da iniciativa exigem que o Presidente da República, Armando Guebuza, não promulgue tais dispositivos por eles representarem a “legalização do roubo” e uma “violenta agressão” aos princípios de austeridade, transparência, ética do servidor público, equidade e justiça social.
Os dísticos com dizeres como “benefícios para os dirigentes e sacrifícios para o povo” ou “[viaturas] 4x4 para dirigentes e “My Love para o povo” serviram para mostrar a indignação dos manifestantes trajados de preto em sinal de luto pela legislação aprovada por consenso pelas três bancadas parlamentares, nomeadamente a Frelimo, Renamo e MDM.
E para mostrar que a marcha não tinha nenhum cunho político, as mensagens dos participantes foram dirigidas aos líderes dos partidos responsáveis pela aprovação das referidas leis. Questões como “Guebuza: dizes que amas o teu povo, então porque me roubas” ou “[Daviz Simango] dizes que queres construir um Moçambique para todos, Moçambique é a sua bancada parlamentar” eram exibidas em cartazes. Ao presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, o recado era “enquanto você sofre nas matas, os teus homens vivem de luxo na cidade”.
Forte presença policial
A caminhada que teve o seu término na Avenida Mártires da Machava, em frente ao Parque dos Continuadores, partiu da estátua Eduardo Mondlane, nas primeiras horas do dia, embora com um atraso de quase uma hora.
Tal como em todas as manifestações, diga-se, organizadas pelos cidadãos, as polícias de Protecção(PRM) e Municipal (PM) e a Força de Intervenção Rápida (FIR) fizeram-se também presente de forma massiva, mas não para marchar, e sim para demonstrar a sua força. Foram mobilizados até viaturas blindadas e tanques de água como se os participantes fossem vândalos ou tivessem objectivos contrários à lei.
Aliás, as autoridades policiais chegaram mesmo a obrigar os manifestantes a mudar a rota inicialmente traçada na qual se previa a passagem em frente à Presidência da República, na avenida. Julius Nyerere.
O argumento usado pela Polícia para essa medida foi de que ao usarem a avenida. Eduardo Mondlane, para alcançarem a Julius Nyerere, os manifestantes perturbariam o funcionamento das instituições públicas que estão ao longo da primeira, nomeadamente o Ministério da Saúde e o Hospital Central da Maputo. A “ordem” foi acatada pacificamente.
OSC prometem recorrer ao Conselho Constitucional
Caso essa marcha não surta efeitos desejados, que passam por convencer o PR a não promulgar as leis, as OSC afirmam que continuarão a lutar por outras vias, como recorrer ao Conselho Constitucional para a impugnação das mesmas.
Antes da manifestação, as organizações enviaram há duas semanas uma cartas ao Presidente da Repúblicas na qual se apelava que este não promulgasse as leis em questão. A missiva ainda não foi respondida.
A Verdade
A Verdade
No comments:
Post a Comment