Os sul-africanos são chamados às urnas nesta quarta-feira (07), dia em que se realizam as eleições provinciais, legislativas e presidenciais, sendo que o Congresso Nacional Africano, que ganhou popularidade por ser o partido de Nelson Mandela, é apontado como favorito à vitória no escrutínio, de acordo com as sondagens.
A Comissão Eleitoral Independente assegurou a existência de todo o material e pessoal para a realização destas eleições e garantiu que tudo foi feito para que as mesas de voto tenham os boletins de voto suficientes. A meta é de o eleitor não ficar na fila por mais de 45 minutos.
As mesas de voto abrem por volta das sete horas horas da manhã e encerram às 21 a nível nacional.?? Fim da campanha A campanha eleitoral terminou no último domingo e o grande destaque foi para os partidos Congresso Nacional Africano (no poder), Aliança Democrática (DA) e o recém-formado Partido para a Emancipação da Liberdade Económica (EFF).
O ANC juntou no Estádio FNB (mais conhecido por Soccer City na altura do mundial de 2010) cerca de 100 mil simpatizantes. O discurso do seu candidato, o actual Presidente Jacob Zuma, que durou cerca de uma hora, foi marcado pelo abandono de grande parte dos presentes.
Nessa altura uma pequena aeronave sobrevoou o estádio mostrando um panfleto que dizia: “Vote na Aliança Democrática no dia 7 de Maio”. Jacob Zuma apelou aos presentes a votarem pelas lendas do partido, nomeadamente Nelson Mandela, Oliver Tambo, Walter Sisulu, Chris Hani, Solomon Mahlangu.
Já a Aliança Democrática encerrou a sua campanha eleitoral de uma forma pálida pois não organizou nenhum comício, tendo optado por desfiles nas diversas províncias. Ao longo destes desfiles foram registados dois incidentes caracterizados pelo ataque da caravana da DA por parte dos simpatizantes do ANC.
O EFF de Julius Malema terminou a sua campanha em Pretória, num comício que contou com a participação de cerca de 30 mil simpatizantes. Malema afirmou na ocasião que a Aliança Democrática era um “cavalo moribundo” e o ANC uma formação que só cumpre com as promessas até o instante em que as urnas estarão abertas.
Os concorrentes
As eleições legislativas e presidenciais terão 11 partidos e candidatos a saber:
1. Jacob Zuma, pelo Congresso Nacional Africano (ANC, sigla em inglês)
2. Helen Zille, pela Aliança Democrática (DA, sigla em inglês)
3. Julius Malema, pelo Partido para a Emancipação da Liberdade Económica (EFF, sigla em inglês)
4. Mangosuthu Buthelezi, pelo Partido de Liberdade Inkatha (IFP)
5. Mosioua Lekota, pelo Congresso do Povo (Cope, sigla em inglês)
6. Bantu Holomisa, pelo Movimento Democrático Unido (UDM)
7. Jakes Dikobo, pelo Congresso Pan Africano (PAC)
8. Alfred Mfundisi, pelo Partido Democrático Cristão Unido (UCDP)
9. Kenneth Meshoe, pelo Partido Democrático Cristão Africano (ACDP)
10. Pieter Mulder, pela Frente para a Maior Liberdade (FF+)
11. Themba Godi, pela Convenção Africana do Povo (APC)
Partidos recém-formados
Agang SA
Da activista da luta contra o apartheid, académica e defensora dos direitos humanos, Mamphele Ramphele. Depois do fracasso da aliança com a maior força da oposição sul-africana, a Aliança Democrática (DA), da qual Ramphele deveria ser a candidata presidencial, o Agang SA irá somente disputar as eleições Provinciais.
Partido para a Liberdade Nacional (NFP)
Encabeçado por Zanele Magwaza-Msibi, este partido surge depois das disputas na liderança do Partido de Liberdade Inkatha (IFP) entre Mangosuthu Buthelezi e a sua antiga delfim Zanele Magwaza-Msibi. Os líderes tradicionais zulus não concordaram com uma liderança feminina.
Partido para a Emancipação da Liberdade Económica (EFF)
Surge no contexto da expulsão de Julius Malema e dos seus principais colaborados do Congresso Nacional Africano (ANC). Malema era o Presidente da Liga Juvenil do ANC (ANCYL, sigla em inglês).
Manifesto e perfil dos candidatos
ANC O partido no poder há cerca dos 20 anos apresenta um manifesto de 53 páginas e dedica-o ao primeiro Presidente negro, Nelson Mandela. Com o tema “Juntos Movemos a África do Sul para Frente”, o ANC promete mudanças e melhorias ao longo dos próximos cinco anos.
O manifesto resume-se na criação de mais postos de trabalho, trabalho decente e residência para um desenvolvimento inclusivo, desenvolvimento rural, reforma de terra e segurança alimentar, educação, saúde, luta contra o crime e corrupção. Jacob Gedleyihlekisa Zuma, de 72 anos de idade, é o candidato do ANC e concorre para a sua própria sucessão.
DA
A Aliança Democrática apresenta um manifesto de cerca de 67 páginas, sendo que as suas propostas estão divididas em dois temas, nomeadamente a luta pela mudança e pelo trabalho. No primeiro ponto, o partido promete lutar contra a corrupção, acelerar a distribuição de casas gratuitas, combater o crime, direccionar cerca de 10 biliões de randes para o acelerar a reforma de terra.
No segundo ponto, a Aliança Democrática promete uma educação de qualidade, aumento do valor disponibilizado para as bolsas de estudo, criação de um milhão de estágios, quebrar o monopólio estatal nas companhias e o investimento de cerca de 10% do Produto Interno Bruto nas infra-estruturas. Otta Helene “Hellen Zille”, de 63 anos de idade, é a candidata do partido.
EFF
O Partido para a Emancipação da Liberdade Económica terá como o seu candidato Julius Malema, de 33 anos de idade, destituído da presidência da Liga Juvenil do ANC (ANCYL) e expulso do partido dos camaradas. Malema,tratado pelos seus simpatizantes de comandante-em-chefe, torna-se assim o candidato mais jovem nas eleições presidenciais da África do Sul.
O manifesto desta formação política apresenta cerca de 32 páginas. Do rol de promessas constam a expropriação da terra sul-africana sem compensação para a posterior redistribuição equitativa; nacionalização das minas dos bancos e de outros sectores-chave da economia sem compensação; criação de uma boa capacidade governamental para a abolição de concursos públicos; educação, cuidados de saúde, habitação e salubridade livre e equitativa para todos; desenvolvimento industrial para a criação de mais postos de trabalho; massivo desenvolvimento da economia africana e a advocacia para a justiça em todo continente; Governo inclusivo, aberto, livre da corrupção e sem medo da vitimização por parte das Agências do Estado.
A Verdade
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