Thursday, 29 May 2014

Nível de redução da pobreza é “decepcionante”

 
CONSIDERA UMA AVALIAÇÃO INDEPENDENTE DO APOIO EXTERNO A MOÇAMBIQUE
O nível de redução da pobreza registado entre 2005 e 2012, em Moçambique, foi considerado “decepcionante”, segundo um estudo de avaliação independente do apoio directo ao Orçamento do Estado (OE).
O referido estudo foi encomendado pela Comissão Europeia com auxílio da Irlanda, Alemanha, Bélgica, Itália, Finlândia, Países Baixos e França.
“Em Moçambique, os pobres são os menos beneficiários do crescimento económico do país”, indica aquele estudo independente dos parceiros externos, salientando de seguida que “os números do índice de redução da pobreza apresentados pelo Governo não são reais”.
Em relação aos dados da 3.ª Avaliação Nacional da Pobreza que apontam uma redução do índice da pobreza para 54,7%, em 2009, contra a taxa de 54,1%, em 2003, a pesquisa aponta que “não houve variação estatística
significante nos níveis de pobreza entre aquele período”.
Em jeito de conclusão, o documento indica que falta um elo na cadeia de ligação entre o crescimento económico e a redução da pobreza, situação que deriva do facto de o Governo moçambicano estar a priorizar os sectores da Saúde e Educação em termos de maior canalização de investimentos, ficando o sector da Agricultura com poucos recursos financeiros para o aumento dos níveis de produção agrícola.
A situação deriva também da incapacidade de gerar melhorias na produtividade dos agicultores de pequena e média escala no sector da
agricultura.
 
 
Desafios
 
 
Como desafios para Moçambique, a equipa que fez o referido estudo recomenda ao Governo e aos parceiros de desenvolvimento que procurem
formas de tirar maior proveito do apoio ao Orçamento do Estado de forma a provocar maior impacto sobre a pobreza.
Por outro lado, deve igualmente centrar a atenção na redução da pobreza através de programas direccionados à redução da incidência da desnutrição infantil, aumentar o acesso dos pequenos agricultores aos fertilizantes e outros insumos essenciais, bem como criar um clima propício para o crescimento de empresas de pequena dimensão e geração de emprego massivo.
(F. Saveca)
Correio da manhã Nº 4332, 27/05/2014

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