Assinem o acordo da “renovação” do AGP já.
Beira (Canalmoz) - Deixem-se de histórias e assumam que andam a brincar com a inteligência dos moçambicanos.
Dada a impraticabilidade de soluções de tipo Putin ou de tipo José Eduardo dos Santos ou ainda de Kirchener, e a incapacidade manifestada de levar avante uma guerra de desgaste vitoriosa, os políticos que possuem partidos armados devem desistir de mais aventuras e renderem-se à evidência dos factos.
Bem tentaram, mas os cidadãos não ficarem convencidos nem querem nenhuma das soluções propostas e perseguidas. Todas elas significam, em termos práticos, o agravamento do conflito político-militar. Todas elas levarão a que mais vidas de inocentes se percam numa carnificina fratricida sem qualquer justificação.
A teimosia não pode continuar como instrumento político ou de políticas.
Goradas maquiavelices de alguns, que se supunham mais capacitados e organizados para dirigir os destinos de Moçambique, chegou o momento de dar oportunidade para que os moçambicanos, em ambiente de paz e sossego, se manifestem através do seu voto em Outubro. Que sejam eleitos os melhores, e que os resultados dos pleitos tragam mais moçambicanidade, longe e fora dos jogos intestinais e estomacais.
Normalizar e moralizar o país vai requerer o esforço de todos e a sabedoria que os moçambicanos cada vez mais demonstram que tem.
Fugas para a frente, silêncios cúmplices, jogatinas devem ser retiradas do campo de jogo político, para que emerja um clima de confiança mínima, para que a segurança volte ao país. Calem-se as armas, e que sobre o país reine aquela concórdia a que estávamos ficando habituados, após a assinatura do AGP. No fim, tudo se resume ao reconhecimento de que os outros, assim como nós, têm direitos políticos e económicos.
É salutar que a PRM/FIR não estejam incomodando ou perturbando a Conferência Nacional da Renamo, no centro da cidade da Beira. Isso mostra que é possível permitir que os partidos políticos façam política cada um a seu jeito e maneira.
Não há falta de espaço físico e geográfico para que a coabitação seja possível. Não há falta de legislação para que os partidos políticos se façam ouvir e participem de maneira ordeira na vida política do país. Não há falta de recursos naturais, de solo e águas ou minerais para que os moçambicanos sejam transformados em pedintes, enquanto os que demandam à nossa terra enriquecem e progridem.
Esta Pérola do Índico só será, se for comparticipada e compartilhada pelos seus filhos sem discriminação de espécie alguma.
Não é favor que se faz à Renamo ou ao MDM e a qualquer outro partido convergir e concluir acordos conducentes ao aprimoramento legislativo que interessa e promova a paz, a justiça e equidade no país.
Sem complexos de qualquer natureza, sem ambiguidades nem malabarismos de última hora, sem embustes nem cartas escondidas, pode-se chegar ao único entendimento que interessa aos moçambicanos, a PAZ.
Uma elite que vê o seu país ruindo sem se manifestar não merece esse nome. Uma elite que se comporta como sanguessuga e ave de rapina que se alimenta dos restos dos animais tombados na pradaria não merece apreço dos cidadãos.
Políticos e empresários, sociedade civil, confissões religiosas, homens, mulheres, jovens, todos são chamados a exercerem pressão sobre as lideranças políticas deste país, independentemente da cor ou filiação partidária.
Inventar ou adjectivar outros de inimigos, quando são simplesmente adversários políticos da mesma nacionalidade, não ajuda a dissuadir as partes beligerantes para pararem com os confrontos.
As saídas demagógicas de exclusão de uns para usufruto de outros são política mal concebida, na medida em que dá azo para que surjam clivagens e desacertos que afectam a verdadeira agenda nacional.
Moçambique precisa da sabedoria de todos, e essa existe. Onde parece que não há solução para os problemas, deve-se encontrar fonte de inspiração para o pensamento positivo e proactivo.
Temos massa crítica suficiente para dar às coisas uma viragem fundamental.
Os políticos e governantes jamais terão sucesso se não entenderem e assumirem que não se governa sem capacidade de escutar os governados.
A acumulação de erros nas opções tomadas e seguidas foi produto de espírito obtuso e recalcitrante de pessoas que se julgavam bem-intencionadas, mas que partiam de pressupostos errados.
“Ilhas de riqueza rodeadas de pobreza” e indigência tornam-se barris de pólvora que podem explodir a qualquer momento.
(Noé Nhantumbo, Canalmoz)
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